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A loucura
do movimento constante
Dr. Fábio Blanco
"As últimas gerações são formadas, portanto, de
espíritos desnutridos, pobres, vazios. Homens-máquina que realizam, que
resolvem, que fazem acontecer, mas que, por terem um espírito apagado, não
compreendem as razões, o sentido final das coisas"
As gerações modernas sofrem de um vazio terrível. Isso
parece um absurdo, já que são tão ativas, tão dispostas a fazer tantas coisas,
que pensar que algo para elas é chato não tem muito sentido. Porém, seres
espirituais que somos, e não apenas biológicos, as ações, os movimentos, os
atos não são suficientes para satisfazer a alma humana. Esta, sendo espiritual,
apenas encontra o sentido para sua existência em algo espiritual, aquilo que
mostra a finalidade do seu ser.
No entanto, o que de espiritual foi cultivado na vida
dos jovens dos últimos 50 anos? Estes já nasceram em mundo em pleno movimento,
de mudanças constantes e quase ininterruptas. Um mundo que valoriza imensamente
as ações, a práxis e que esqueceu do valor da contemplação. Uma sociedade que
ama a técnica, que supervaloriza a realização, mas que não reflete, não medita,
não pensa no abstrato. Uma geração concreta.
Também são gerações que aprenderam que tudo é
permitido. Não há regras que as impedem, a não ser exatamente aquelas que a
podem punir no presente, de fato. Portanto, que não se fale para elas de
valores eternos, de moral permanente, nem de condenação além da vida. Assim,
tudo, para elas, é hoje, é agora.
Tudo isso as ensinou a não planejar a longo prazo, a
não enxergar além do que está diante dos olhos, em seu fenômeno mais imediato.
Por isso, as coisas precisam acontecer, precisam ser realizadas. A ação é o seu
instrumento. Que se façam as coisas para depois ver-se se estão de acordo com
as finalidades almejadas. E ações não têm o compromisso com a tradição, com
valores, com a moral. Elas, simplesmente, transformam.
São gerações que desprezaram o espírito. Sim, pois o
que é do espírito não se resolve no imediato. O que é do espírito depende do
cultivo constante, da alimentação da alma, do preenchimento do eu. E isto não
se resume na prática, mas depende, inegavelmente, do pensar, do refletir, do
abstrair-se constantemente.
Mas as últimas gerações sequer sabem o que é isso: a
abstração. O realizar é sua realidade. Trabalham, sim. Realizam, também. No
entanto, as transformações que buscam visam o agora, o imediato. Afinal, não
foi assim que aprenderam? Não são eles filhos do materialismo dialético que
dispensou o transcendente e valorizou unicamente a prática?
E de realização em realização a alma foi-se esvaziando.
Conquistas foram obtidas, sem dúvida. Avanços, quem os pode negar? Mas a alma,
esta renegada, foi esquecida. Nuca se alimentou tão bem o corpo e nunca
deixou-se de tal maneira a alma definhar.
As últimas gerações são formadas, portanto, de espíritos
desnutridos, pobres, vazios. Homens-máquina que realizam, que resolvem, que
fazem acontecer, mas que, por terem um espírito apagado, não compreendem as
razões, o sentido final das coisas.
E daí, de repente, são despertados para algo que eles
não entendem. E como entender, se jamais refletiram sobre isso? Apenas percebem
que precisam se movimentar, que precisam fazer. Pensar para quê? Vamos agir! E
encontram-se nas ruas todas as gerações criadas sob o mesmo paradigma: o da
ação. E continuam a mexer-se. E aqui encontra-se a loucura do movimento
constante: não tem fim. São apenas corpos vazios de alma que caminham sem
direção. Sabem apenas que precisam caminhar.
O problema é que seus espíritos não estão preparados
para compreender nada. Sentem, afinal não são máquinas em um sentido estrito,
mas são incapazes de decifrar o que percebem. Então gritam contra tudo. Se não
entendem o que exatamente está errado, então tudo deve estar errado. Assim eles
sentem.
É por isso que caminham juntos interesses
tão diversos, quando não contraditórios. Cada um reclama contra o que
sente estar errado, contra aquilo que percebe lhes prejudica mais. Mas tudo é
difuso, sem fim, sem direção. E assim é por causa da pobreza do espírito, que
não vê nada além dos fatos mais imediatos que se apresentam em seu átimo.
Se "o que é espiritual discerne todas as
coisas" (1Co 2.15), a ausência do espírito condena o homem a ser conduzido
"segundo o curso deste mundo" (Ef. 2.2). E é essa ausência de
espírito que faz com que muitos saiam às ruas, como autômatos conduzidos por
alguém que eles não vêem e não têm a mínima possibilidade de compreender quem
são.
Desde os anos 60 somos uma geração que se movimenta, e
não muito longe estamos de, definitivamente, cairmos no abismo que nos
espreita.
Fonte: Fábio Blanco
Divulgação: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
Somos a
favor de manifestações pacíficas, diz Silas Malafaia
O pastor
mostra alguns perigos que estes movimentos podem trazer ao Brasil
Leiliane Roberta Lopes
Esta semana foi marcada pelos protestos que
aconteceram de Norte a Sul do Brasil mobilizando milhares de pessoas com as
mais diferentes reivindicações.
O que começou como uma manifestação pacífica pela
diminuição do transporte público acabou provando, em diversas cidades,
confrontos entre policiais e manifestantes que destruíram patrimônios públicos
e privados, saquearam lojas e bancos.
Ao comentar a onda de manifestações, o pastor Silas Malafaia, que no dia 5 de junho reuniu 70 mil pessoas
em Brasília, se mostrou favorável aos protestos, mas condenou os interesses
políticos e os atos de vandalismo.
O maior perigo encontrado pelo pastor nessas manifestações
é a influência de partidos de esquerda. “No Brasil o perigo são os
esquerdopatas ultrarradicais que pregam baderna, vandalismo, derramamento de
sangue, para que possa haver uma verdadeira revolução. Métodos comunistas e de
reacionários estão falidos, mas que eles querem ressuscitar”, escreveu.
Malafaia lembra que nos países democráticos atos de
vandalismo e baderna não são permitidos. “Estado Democrático de Direito não é
sinônimo de bagunça ou da liberdade para o cidadão fazer o que bem quiser”, lembra.
Outro perigo que o líder religioso cita é o surgimento
de manifestações para atingir o que ele chama de “objetivos inescrupulosos”.
“Manifestação pacífica por um tempo determinado, sim! Baderna e vandalismo, mil
vezes não!”, disse ele pedindo para que os cristãos estejam orando pelo país.
Fonte: GospelPrime
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