2, novembro, 2012
As cartilhas de "educação" sexual nas escolas, o igualitarismo no trato das crianças de ambos os sexos, a "escolha de sexo", etc. são expressões de uma revolução gramsciana que pretende destruir a família.
O famigerado teórico comunista italiano Antônio Gramsci (1891-1937) desenvolveu o conceito de que a tomada do poder deveria ser precedida por uma mudança na mentalidade das pessoas.
Com essa nova visão, os intelectuais passam a ser os combatentes, o ensino se torna a arma mais importante, e a escola se transforma no campo de batalha.
Para Gramsci, as massas deveriam livrar-se dos “preconceitos e tabus” que faziam parte da visão do mundo da classe dominante.
Não é preciso ser um grande intelectual ou um sociólogo para concluir que, a partir de uma análise da situação atual, o ensino vem se tornado cada vez mais gramsciniano. Exemplo disso são as cartilhas de educação sexual difundidas em diversos países, bem como a questão do gênero, segundo a qual as crianças de ambos os sexos devem ter entre si um tratamento indefinido e igualitário livre de todo paradigma, e possam escolher livremente a própria sexualidade e o modo de vivê-la.
É interessante analisarmos nesse contexto a crítica feita pela atual ministra dos direitos das mulheres e porta-voz do governo francês, Najat Vallaud-Belkacem, de origem marroquina, sobre os manuais escolares: “Hoje, esses manuais ignoram obstinadamente a orientação LGBT (lésbicas, gays, bi e trans) de figuras históricas ou autores, mesmo quando essa orientação explica uma grande parte de seu trabalho, como no caso de Rimbaud [...] seria útil para as famílias homoparentais serem representadas nas campanhas de comunicação do governo em geral, a fim de banalizar esse fato, tornando-o mais popular.”
A ministra sabe bem que defender isso no seu país de origem ou nos demais países islâmicos é simplesmente impensável. E que é este um dos pontos pelos quais os muçulmanos caçoam do Ocidente e ameaçam conquistá-lo, pois nele todas as aberrações não são apenas permitidas, mas são punidos aqueles que ousam agir em sentido contrário…
A ministra promete recorrer à Missão Interministerial de Vigilância e Luta Antisectária (Miviludes) “para pôr fim a estes verdadeiros abusos que são as ‘terapias de transição’”. Essas terapias, que podem evitar que pessoas com tendência homossexual caiam no abismo moral.[1]
Por fim, ela acrescenta: “A França sustentará o discurso político pela despenalização universal da homossexualidade e vamos colocar nosso aparelho diplomático em movimento para exigir uma resolução das Nações Unidas neste sentido. Vou trabalhar em nível europeu para que a União Europeia adote medidas e orientações contra a homofobia”.
Este discurso da ministra reflete o pensamento dos pretensos defensores da democracia e da liberdade, para os quais uma pessoa não tem o direito de tentar reverter a sua tendência desordenada, mas o Estado, sim, tem o dever de empregar sua máquina para mudar a maneira de pensar dos cidadãos, forçando-os a aceitar o novo tipo de “família” que se quer implantar. São palavras dignas daqueles mesmos revolucionários que, para derrubar o trono e o altar, gritavam: “igualdade, liberdade, fraternidade ou morte”, porém transpostas para o século XXI, onde o objetivo é liquidar de vez com a instituição da família através de um incentivo constante às relações estéreis e antinaturais.
A isso muito se presta a teoria gramsciniana, que propõe através do ensino mudar as concepções e mentalidades tradicionais, criando novas gerações totalmente vulneráveis aos erros revolucionários e prontas para realizar o velho sonho dos inimigos de Deus, ou seja, a destruição da própria Humanidade.
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[1] O que causa indignação à ministra, talvez indignasse também o ex-presidente da mesma Miviludes, que está ameaçado pela Justiça com prisão por caluniar leviana e gravemente a Sociedade Francesa de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP).
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(*) Heitor Buchaul é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)
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