PRESSENTIMENTOS - II
Que
momento é este que vivemos? Escrevi recentemente sobre pressentimentos que
estou tendo, corroborado por um jornalista de expressão. Será que sou eu que
estou me sentindo assim, ou tenho seguidores?
O
julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal gera expectativas sim
quanto aos seus desdobramentos. Só alienados não percebem isso. Mas, não para
por aí. A violência está ficando fora de controle na cidade mais importante do
país, São Paulo. Quem diria! A inflação começa a mostrar sua cara o que faz
todos nós repensarmos nossos ganhos e gastos.
Já
seria suficiente não? Mas temos mais ainda. Os “apagões” estão acontecendo com
mais frequência, e deverão afetar nossa região, considerada por muitos, e com
razão, a prima rica da família. Quer mais? O aumento da gasolina deverá ser
anunciado a qualquer momento. Os fatos indicam isso.
Vocês
sabem o que é Superávit Primário? Vamos lá: é tudo aquilo que sobra, no final
de cada mês, resultado do que você ganha menos o que você gasta. Essa diferença
serve para você investir comprando bens ou poupando, ou pagando juros de suas
dívidas. O que aconteceu este ano com nossa economia? Não tem superávit
primário, isto é, como país, gastamos mais do que arrecadamos.
Subsídios para compra de veículos, eletrodomésticos, materiais de construção e afins, é bem provável, pela queda da arrecadação, que não resistam por muito tempo. Temos, portanto, que ficarmos atentos, e não consumirmos em excesso, principalmente o supérfluo. Supérfluo, como já escrevi anteriormente, cada qual define o seu.
Em
tempos de globalização, não vivemos mais isoladamente. Um resfriado qualquer,
em uma economia, como por exemplo, a dos Estados Unidos, cujo déficit fiscal é
de US$1,1 trilhão( vocês tem ideia desse valor) que terá que ser negociada por
um presidente democrata reeleito e que não tem maioria na Câmara dos
Representantes que está nas mãos dos republicanos.
Déficit
fiscal é gerado pelo valor maior das despesas públicas em relação ao total da
arrecadação de tributos por um governo. Os USA tinham um passivo total de
US$14,3 trilhões em agosto de 2011. Foi uma luta enorme para o presidente
democrata convencer a Câmara dos Representantes , dominada pelos republicanos,
a elevar a divida para US$15,2 trilhões, isto é, emitir moeda pelo tesouro
americano. Às duras penas, conseguiu nova autorização para elevar a dívida para
US$16,4 trilhões, com nova emissão de moeda. Em que condições? A partir de
Janeiro de 2013 o poder executivo deverá promover cortes de despesas públicas,
aumentar impostos, cortar subsídios etc. São medidas altamente impopulares para
um governo que recebeu o aval para mais quatro anos de mandato. Para não tomar
essas medidas que gerarão recessão, queda do PIB, desgaste político, terá que
pedir novamente, para o Congresso, de maioria republicana, autorização para
mais uma elevação da dívida, com mais emissão de moeda. A sabedoria e o bom
senso conduzem a esta hipótese, mas quem
sai machucado de um embate, nem sempre está disposto a negociar.
Eis
aí o desafio do presidente americano logo no início de seu novo mandato. Se não
houver um acordo, será um “tiro no próprio pé”, que poderá afetar nossas vidas
também, tudo em nome da globalização.
Há
quem afirme que a crise europeia ainda não afetou nossa economia, até por uma
blindagem, por termos como governo tomado algumas medidas corretas, o que acreditamos também. Se, e quando, ela chegar,
recomendamos a leitura de outro texto que escrevemos, e que estamos enviando
novamente: “Cautela e Caldo de Galinha não Fazem Mal a Ninguém”. Mais atual que
nunca para o contexto.
Ademir Penteado
Ex- militante do Sistema Financeiro
Nacional
Escrito em 09 de Novembro de 2012 –
16,31 h
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