Recusa de evangélicos a realizar projeto sobre cultura africana gera debate; Alunos deverão apresentar trabalho para conseguir nota
Após a polêmica protagonizada porestudantes evangélicos de Manaus, que se recusaram a fazer um projeto escolar sobre a cultura africana, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) afirmou que para obter suas notas, o grupo deverá apresentar um trabalho nos moldes do projeto proposto pelos professores.
O grupo de estudantes se sentiu desrespeitado ao receberem a tarefa de produzir um trabalho para uma exposição falando sobre a cultura africana, e ao invés de seguir o tema do projeto, fizeram uma exposição sobre as missões evangelísticas na África.
O representante da Seduc afirmou ao site D24AM afirmou que a decisão exata sobre como os alunos serão avaliados ainda não foi tomada, mas que provavelmente eles terão que apresentar o trabalho proposto inicialmente: “Não podemos passar uma borracha da história brasileira, e a cultural afro-brasileira está inclusa nela”, afirmou Edson Melo.
-O espaço de toda e qualquer escola não existe para formar mentes intolerantes, que passam um borracha na história cultural do Brasil. A Seduc não está aqui para punir, essa não é a nossa função, estamos aqui para construir educação e contribuir para a formação de cidadãos, mas a secretaria, enquanto Estado, não permite o esquecimento da cultura brasileira. É preciso ter discernimento, as ideias serão apresentadas, e vamos evoluir nos embates, sem retroceder nos argumentos – observou o representante da Seduc.
O tema repercutiu na sociedade manauara e se tornou discussão na Câmara Municipal de Manaus, com o pedido da vereadora Lucia Antony (PC do B) para a realização de uma audiência pública para tratar do assunto: “Nosso país é plural e precisamos tratar disso”, argumentou.
Outros vereadores se manifestaram sobre o assunto, sendo alguns favoráveis à posição dos alunos, outros contrários. O vice-presidente da Câmara, Marcel Alexandre (PMDB), defendeu a posição dos alunos: “Os alunos não foram intolerantes. Foram coerentes com a fé que acreditam. Precisamos ter cuidado, porque eu quero saber qual o pai, quando fosse falar de candomblé, vai aceitar ver seu filho ter um transe na sala de aula”, questionou.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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