Uma boa justificativa para as pessoas que firmam sua fé nas experiências é o ditado de que “o que os olhos não veem, o coração não sente”, mas isto é fé?
Uma das primeiras coisas que aprendemos sobre a fé cristã é que ela se baseia no que não vemos, mas esperamos [Hebreus 11:1]. Logo, fé é maior que qualquer coisa que eu queira ou precise que Deus faça e vem antes daquilo que eu sei que Deus pode fazer.
O Apóstolo Pedro foi abençoado com a oportunidade de presenciar vários milagres, sinais e prodígios enquanto acompanhava a Jesus. Foram eventos sobrenaturais que, sem dúvida alguma, muitos de nós acharíamos suficientes para sermos os cristãos mais cheios de fé que já se teve notícia. Mas, não foi assim com Pedro. Pelo menos não em algumas ocasiões e por certo tempo.
Presenciar a cura imediata de sua sogra [Lucas 4:38,39], ver a maior pesca de sua vida mesmo depois de uma noite ruim [Lucas 5:1-11] e andar sobre as águas durante uma tempestade [Mateus 14:24-29] não foram experiências suficientes para que ele não temesse o vento e fosse chamado de “homem de pouca fé” [Mateus 14:30,31] pelo próprio Jesus.
Conhecer a providência divina ao pagar o imposto com moedas tiradas de um peixe [Mateus 17:24-27] não foi uma experiência suficiente para que ele tivesse paz em Cristo [João 16:33] e não atacasse Malco [João 18:10].
Participar do milagre da transfiguração de Cristo [Mateus 17:1-8] e ver pessoalmente Cristo em Glória conversando com Moisés e Elias e ouvir a voz do próprio Deus, não foi uma experiência suficiente para que ele não precisasse da oração de Jesus para que sua fé não enfraquecesse diante das dificuldades que ele enfrentaria no seu processo de conversão [Lucas 22:32], isto mesmo, depois caminhar com Jesus e viver tantas experiências era necessário que Pedro se convertesse para fortalecer seus irmãos na fé. Nenhuma experiência vivida por Pedro ao lado de Jesus foi suficiente para que ele não o negasse [Mateus 26:69-75].
Mas, houve um momento em que Pedro fez justamente o Jesus havia pedido, fortaleceu seus irmãos na fé. Sem que fosse necessário recorrer ao que ele havia vivido, Pedro mostrou que sua fé era baseada em outra coisa.
Um pouco antes da grande perseguição romana aos cristãos, por volta de 60 d.C., ele escreveu 2 cartas aos cristãos da região da Ásia menor. Pedro reconhece o valor dos que creem em Cristo sem tê-Lo visto [1 Pedro 1:8,9] e afirma a importância de saber que não são as coisas materiais e perecíveis [1 Pedro 1:18-20] que devem manter nossa fé nos momentos de dificuldade.
É tanto verdade que Pedro assume que apesar de ter sido testemunha ocular da Majestade de Cristo [2 Pedro 1:16] e de ter ouvido o próprio Deus testemunhando de Seu Filho [2 Pedro 1:17,18], estas experiências serviam apenas para tornar mais firmes “as palavras dos profetas” [2 Pedro 1:19]. O que manteve a fé de Pedro não foram suas experiências, mas a Palavra!
Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo. — Romanos 10:17
Não há como dizer que as bênçãos, milagres, sinais, prodígios e toda manifestação sobrenatural de Deus não tem valor para nós cristãos, mas que estes não devem ser o foco de nossa fé. Afinal Jesus disse que [Marcos 16:17-18] os sinais seguem aos que creem, não o contrário.
Fonte: http://www.fesimples.com.br/2012/11/09/experiencias/
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