Aécio Neves: "Não me sinto obrigado a disputar um segundo mandato"
O candidato do PSDB diz que, se vencer a eleição, terá uma Presidência voltada para os mais pobres, prejudicados hoje, segundo ele, pela ineficiência econômica do governo Dilma
LEOPOLDO MATEUS
10/10/2014 22h36
- Atualizado em
10/10/2014 22h41
>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semapa
Pela primeira vez, desde a redemocratização, um candidato à Presidência
da República termina o primeiro turno em segundo lugar e entra,
numericamente, na dianteira da segunda fase da campanha. O autor da
façanha é o candidato do PSDB, o senador Aécio Neves. No primeiro turno, a dez dias da votação, ele deu uma arrancada que tirou da disputa a ex-senadora Marina Silva
(PSB). Nas pesquisas, Marina aparecia 10 pontos à frente de Aécio.
Terminou, nas urnas, com 12% a menos de votos que ele. Aécio sabe agora
que repetir a proeza no segundo turno exigirá superar obstáculos. “Farei
uma campanha propositiva, mas obviamente enfrentarei todo tipo de
calúnia, difamação, injúria, prática corriqueira do PT”, diz.Após uma semana em que recebeu o apoio de diversas lideranças de partidos da base aliada do governo e de outros que com ele concorreram no primeiro turno, como PSB, PPS, PSC e PV, Aécio recebeu ÉPOCA para uma entrevista no comitê de sua campanha no Rio de Janeiro, no Leblon, na última sexta-feira. O apoio mais esperado ainda não saiu. Questionado sobre uma das principais exigências de Marina para lhe dar apoio, Aécio, pela primeira vez, deu indícios de que poderá fazer concessões. Marina propõe o fim da reeleição em 2018. Isso tornaria inviável um possível segundo mandato dele. Aécio é a favor da medida, mas apenas para 2022. “Não me sinto obrigado, se vencer a eleição, a disputar um segundo mandato”, diz. “Temos de construir é a coincidência dos mandatos. Isso só será possível a partir dos próximos candidatos que vierem a ser eleitos no novo sistema. É isso que proporei ao Congresso. Mas nada impede que eu possa fazer um gesto adiante”, diz ele, abrindo a possibilidade de não se candidatar à reeleição.
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