19 de novembro de 2014
Fim do comunismo não foi bom para o catolicismo?
Brasil e sua enorme população católica são prisioneiros do socialismo, mas o Vaticano está (por quase mil anos!) preocupado com a Igreja Ortodoxa
Julio
Severo
Enquanto o mundo está celebrando o fim da tirania
comunista na Europa, seu fim não foi completamente positivo para o catolicismo,
uma elevada autoridade do Vaticano indicou na segunda-feira. De acordo com a
Reuters por meio do WorldNetDaily,
a autoridade católica acha que a queda do Muro de Berlim 25 anos atrás
ressuscitou tensões religiosas entre Roma e a Rússia. Essas tensões são muito
mais antigas do que a União Soviética.
O cardeal Kurt Koch, a autoridade católica máxima para
relações inter-religiosas, disse que o ressurgimento de igrejas católicas na
Ucrânia e Romênia está criando grandes tensões com a Igreja Ortodoxa da Rússia.
Durante décadas sob as tiranias comunistas, essas igrejas eram em grande parte
suprimidas.
“As mudanças em 1989 não foram vantajosas para as
relações ecumênicas,” Koch disse à Rádio do Vaticano.
Koch, que falou uma semana depois do aniversário de 25
anos da queda do Muro de Berlim, comentou que as conversações sobre laços mais
próximos entre teólogos católicos e ortodoxos foram suspensas entre 2000 e 2006
por causa de tensões entre os dois lados.
A perseguição aos cristãos no Oriente Médio tem unido
os católicos, os ortodoxos e os protestantes, disse ele, mas por trás da crise
da Ucrânia há também um conflito de interesses entre a Igreja Católica e a
Igreja Ortodoxa da Rússia.
Os russos, que compõem dois terços dos 300 milhões de
ortodoxos do mundo, estão desconfiados dos esforços do Papa Francisco, que
visitará a Turquia para se encontrar com o Patriarca Bartolomeu, o líder
ortodoxo em Istambul.
Por causa das posturas mais progressistas dele, não é
só os cristãos ortodoxos que estão desconfiados desse papa. Católicos e
evangélicos conservadores estão também preocupados com o não conservadorismo dele
e com o modo como os esquerdistas,
inclusive ativistas homossexuais, têm acolhido-o de braços abertos.
Os problemas entre a Igreja Católica e a Igreja
Ortodoxa não são novos. Desde que os cristãos ortodoxos deixaram a Igreja
Católica e a supremacia do papa cerca de mil anos atrás, a relação deles tem
sido difícil, até mesmo em nossos dias.
Entretanto, ambas igrejas não deveriam ter um
relacionamento tão ruim, pois, em importantes questões éticas que desafiam o
Cristianismo hoje, elas têm sido campeãs da verdade.
A Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa têm uma boa
postura contra o aborto, a agenda gay e o controle populacional. É claro que
elas têm também problemas teológicos, inclusive a teologia da substituição, que
diz que a Igreja Católica substituiu Israel. Tanto a Igreja Ortodoxa quanto os
reformadores protestantes herdaram essa teologia do catolicismo.
Por causa dessa teologia, a Igreja Católica, a Igreja
Ortodoxa e muitas igrejas protestantes tradicionais não têm um bom
relacionamento com Israel.
Acerca do comunismo, a alta autoridade do Vaticano
deveria saber que se o comunismo caiu na Europa (duvido disso, pois sua forma
mais branda que é anticristã e pró-islamismo está avançando rápido, pelo menos
na Europa ocidental), isso não é verdade com relação à América Latina. Aliás,
isso não é verdade no maior país católico do mundo: o Brasil.
Enquanto a Igreja Ortodoxa teve de ser suprimida na
Rússia e outros lugares nos tempos comunistas, a Igreja Católica do Brasil
nunca sofreu nenhuma supressão de um governo comunista. Pelo contrário, depois
que um governo militar salvou o Brasil de uma tirania comunista na década de
1960, proeminentes líderes católicos defenderam líderes comunistas e atacaram a
oposição a eles.
O crítico mais destacado do governo militar
(1964-1985) foi o Bispo Hélder Câmara, um defensor da teologia da libertação.
Ele era chamado de “Bispo Vermelho” por causa de suas posturas marxistas.
Em 1973, Câmara foi indicado para receber o Prêmio
Nobel da Paz. A indicação foi feita por uma organização esquerdista com sede
nos Estados Unidos, o American Friends Service Committee (Comitê de Serviço dos
Amigos Americanos).
De acordo com a Dra. Constance Cumbey em seu livro
“The Hidden Dangers of the Rainbow” (Os Perigos Ocultos do Arco-Íris), o bispo
brasileiro tinha papel proeminente em eventos internacionais da Nova Era.
Câmara foi um dos fundadores da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), a mais poderosa organização católica do Brasil.
Durante décadas, a CNBB tem mantido a população
católica brasileira sob seu feitiço marxista e é creditada por ter ajudado a
fundar o Partido dos Trabalhadores, que hoje está no governo e tem mantido o
Brasil escravizado sob seu socialismo pró-Cuba há 13 anos.
Na Rússia, o país mais ortodoxo do mundo, não foi
fácil a relação entre Igreja Ortodoxa e comunismo. Em seu livro “Their Blood
Cries Out” (O Sangue Deles Clama), Paul Marshall diz: “Duzentos mil padres,
monges e freiras ortodoxos russos foram assassinados nas décadas de 1920 e 1930.
Meio milhão foram presos ou deportados para a Sibéria.”
Embora na Rússia e outras nações a Igreja Ortodoxa
tivesse sido suprimida de forma violenta para servir às ambições comunistas, no
Brasil não houve nenhuma necessidade de tal violência e supressão. A CNBB tem,
de forma voluntária e de todo o coração, trabalhado para tornar o Brasil e os
católicos mais comunistas.
Portanto, em vez de dizer que o fim do comunismo não
foi completamente bom na Rússia e Europa Oriental, a alta autoridade do
Vaticano deveria se preocupar que o socialismo nunca teve um fim no maior
rebanho católico do mundo.
O Brasil e sua Igreja Católica são prisioneiros da
ideologia socialista, amada e promovida de modo especial pela Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, e o Vaticano não os está ajudando quando foca sua
atenção na Rússia. Em vez de tentar levar os cristãos ortodoxos para o curral
católico, o Vaticano deveria tentar tirar os católicos brasileiros do curral
socialista e sua teologia da libertação.
Com informações do
WorldNetDaily e Reuters.
Versão em inglês deste artigo: End
of communism not good for Catholicism?
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
Nenhum comentário:
Postar um comentário