COMO RECONHECER UM CRENTE/EVANGÉLICO?

Este é o nome de um artigo postado em blog brasileiro. Veja o que dizem de suas filhas e de vocês, irmãos e irmãs evangélicos. Conteúdo EXTREMAMENTE OFENSIVO, impróprio para menores de idade. Fica a pergunta: ONDE ESTÃO AS AUTORIDADES DESTE PAÍS? Maiores de idade cliquem aqui.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

MIRIAM MACEDO revelou em 2011 suas mentiras acerca da DITADURA: "A verdade: eu menti".

domingo, 5 de junho de 2011


A verdade: eu menti.

  (Ao confessar ter
 mentido sobre torturas que
 eu inventei eu não quero fazer de
 conta que ninguém foi torturado
 no Brasil. Ao contrário. Mentir, 
 neste caso, é escarnecer de 
 quem padeceu e experimentou na
 própria carne o horror do
 suplício. E foram muitos.
 Mas não foram tantos 
 e nem foram todos. )                                                                                                                                                         

     Eu, de minha parte, vou dar uma contribuição à Comissão da Verdade, e contar tudo: eu era uma subversivazinha medíocre e, tão logo fui aliciada, já caí(jargão entre militantes para quem foi preso), com as mãos cheias de material comprometedor.      
       Despreparada e festiva, eu não tivera nem o cuidado de esconder os exemplares  d'A Classe Operária, o jornal da organização clandestina a que eu pertencia (PC do B/AP-ML/, linha maoísta, a mesma que fazia a Guerrilha do Araguaia, no Pará). Não houve filiação formal, mas eu estava dentro, era assim que eu sentia.
      Os jornais estavam enfiados no meio dos meus livros numa estante, daquelas improvisadas, de tijolos e tábuas, que existiam em todas as repúblicas de estudantes, em Brasília naquele ano de 1973. 
       Já relatei o que eu fazia como militante *(ler texto no link abaixo). Quase nada. A minha verdadeira ação revolucionária foi outra, esta sim, competente, profícua, sistemática: MENTI DESCARADAMENTE DURANTE QUASE 40 ANOS! (O primeiro texto falava em 30 anos. Eu fui fazer as contas, são quase 40 anos, desde que comecei a mentir sobre os 'maus tratos'. Façam as contas, fui presa em 20 de junho de 73. Em 2013, terão se passado 40 anos.)
       Repeti e escrevi a mentira de que eu tinha tomado choques elétricos (por pudor, limitei-me a dizer que foram poucos, é verdade), que me deram socos e empurrões, interrogaram-me com luzes fortes, que me ameaçaram de estupro quando voltava à noite dos interrogatórios no DOI-CODI para o PIC e que eu passava noites ouvindo "gritos assombrosos" de outros presos sendo torturados (aconteceu uma única vez, por pouquíssimos segundos: ouvi gritos e alguém me disse que era minha irmã sendo torturada. Os gritos cessaram - achei, depois, que fosse gravação - e minha irmã, que também tinha sido presa, não teve um único fio de cabelo tocado). 
      Eu também menti dizendo que meus algozesdiversas vezes, se divertiam jogando-me escada abaixo, e, quando eu achava que ia rolar pelos degraus, alguém me amparava (inventei um 'trauma de escadas", imagina). A verdade: certa vez, ao descer as escadas até a garagem no subsolo do Ministério do Exército, na Esplanada dos Ministérios, onde éramos interrogados, alguém me desequilibrou e outro me segurou, antes que eu caísse. 
      Quanto aos 'socos e empurrões' de que eu dizia ter sido alvo durante os dias de prisão, não houve violência que chegasse a machucar; nada mais que um gesto irritado de qualquer dos inquisidores; afinal, eu os levava à loucura, com meu enrolation. Eu sou rápida no raciocínio, sei manipular as palavras, domino a arte de florear o discurso. Um deles repetia sempre: "Você é muito inteligente. Já contou o pré-primário. Agora, senta e escreve o resto". 
      Quem, durante todos estes anos, tenha me ouvido relatar aqueles 10 dias em que estive presa, tinha o dever de carimbar a minha testa com a marca de "vítima da repressão". A impressão, pelo relato, é de que aquilo deve ter sido um calvário tão doloroso que valeria umanota preta hoje, os beneficiados com as indenizações da Comissão da Anistia sabem do que eu estou falando. Havia, sim, ameaças, gritos, interrogatórios intermináveis e, principalmente, muito medo (meu, claro).
       Torturada?! Eu?! Ma va! As palmadas que dei em meus filhos podem ser consideradas 'tortura inumana' se comparadas ao que (não) sofri nas mãos dos agentes do DOI-CODI. 
Que teve gente que padeceu, é claro que teve.  Mas alguém acha que todos nós - a raia miúda - que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido 'barbaramente torturados' falávamos a verdade?
      Não, não é verdade. A maioria destas 'barbaridades e torturas' era pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! 
Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos 'barbaramente torturados' e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica de torturadores. Não, técnica de 'torturado', ou seja, mentira. Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: "quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre."

      A frase de Mário Lago é citada pelo coronel Brilhante Ustra, em entrevista à Rede Genesis (NET/Canal 26, em 2008)**, e num artigo do 
ex-ministro, governador e senador Jarbas Passarinho, publicado no Correio Braziliense, em 2006. ***      

    Na verdade, a pior coisa que podia nos acontecer naqueles "anos de chumbo" era não ser preso(sic). Como assim todo mundo ia preso e nós não? Ser preso dava currículo, demonstrava que éramos da pesada, revolucionários perigosos, ameaça ao regime, comunistas de verdade! Sair dizendo que tínhamos apanhado, então! Mártires, heróis, cabras bons.
       Vaidade e mau-caratismo puros, só isto. Nós saíamos com a aura de hérois e a ditadura com a marca da violência e arbítrio. Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tinha nos ensinado o que fazer. 
       E o que era melhor: dizer que tínhamos sido torturados escondia as patifarias e 'amarelões' que nos acometiam quando ficávamos cara a cara com os "ômi". Com esta raia miúda que nós éramos, não precisava bater. Era só ameaçar, a gente abria o bico rapidinho.
      Quando um dia, durante um interrogatório, perguntaram-me  se eu queria conhecer a 'marieta', pensei que fosse uma torturadora braba. Mas era choque elétrico (parece que 'marieta' era uma corruptela de 'maritaca', nome que se dava à maquininha usada para dar choque elétrico). Eu não a quis conhecer. Abri o bico, de novo.
 
      Relembrar estes fatos está sendo frutífero. Criei coragem e comecei a ler um livro que tenho desde 2009 (é mais um que eu ainda não tinha lido): "A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça", escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Editora Ser, publicado em 2007. Serão quase 600 páginas de 'verdade sufocada"? Vou conferir.

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http://blogdemirianmacedo.blogspot.com/2011/03/sobre-honestino-guimaraes-odemocrata.html


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terça-feira, 1 de julho de 2014


Obrigada, Sílvio Grimaldo

          A confissão da mentira de que eu tinha sido torturada, ao ser presa em 1973, só 'bombou' graças a Sílvio Grimaldo. Foi ele que descobriu e divulgou o relato A verdade: eu menti*, que eu tinha escrito e publicado cinco meses antes em meu blog (que, a bem da verdade, ninguém lia, nem meus próprios filhos). 

         Dizer que tinha sido torturada era uma mentira 'quase' doméstica, que eu comecei a contar algum tempo depois da prisão, uma patifaria que eu cometia posando de heroína, primeiro, para alguns amigos, depois para meus filhos. Era sempre aquela coisa vaga sobre ser 'torturada', sem esclarecer demais, nem pesar muito nas tintas, apenas colhendo os louros do vitimismo. 

        Mas era uma chaga, eu sabia que era mentira. O pior dia foi quando minha filha chegou da escola, contando, orgulhosa, que seus colegas, numa aula sobre os 'anos de chumbo', ficaram sabendo por ela que sua mãe tinha 'sido torturada'. Arrepiei. Este veneno lançado na cabeça de jovens era muito mais perverso do que entrevistas (não) dadas a jornais ou à televisão.

       Eu já tinha confessado este pecado ao padre, mas, quando ouvi o relato de minha filha, decidi assumir a responsabilidade e colocar a confissão no papel. Escrevi um texto rápido, sem pensar demais, como se fosse um desabafo feito no diário que se guarda na gaveta. 

        Nunca poderia imaginar que alguém fosse se interessar por isto. Até que Sílvio Grimaldo, certo dia, zapeando pelo blog, encontrou o texto e fez-me ver a importância de ser divulgado. Pelo resultado, só tenho a agradecer a Sílvio e a todos que viram na confissão um ato de coragem e honestidade.

FONTE: http://archive.is/yv1dZ


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