Imparcialidade!
Por Monica Torres.
Destinos de povos, de governos, de processos, são determinados pelo grave e único momento da escolha. Toda escolha é momento zero, de partida, de início da geração de um sentido (caminho) e de uma direção, cuja matriz celular da bagagem, carrega também dois lados, a serem avaliados nas decisões seguintes. É no instante da escolha, que se abrem e se revelam os propósitos a serem eternizados no DNA de sua consequência. Cada momento é único na escrituração dos caminhos da vida, sob a égide flexível da escolha. A escolha é a célula principal da vida, “impressa em formas distintas”, em desde o mais simples organismo, à mais simples centelha de pensamento. É presente na forma de defesa, de ataque, de indiferença, de voluntariedade e involuntariedade, e dos processos naturais da vida.
Deus é escolha! Assim como o tempo que é único e imutável, o instante da escolha, é também uma concepção ‘sem par’.
De forma abstrata e distinta, as escolhas humanas, ao jugo do progresso da vida em sociedade, são movidas por uma combinação de observações, regras, tolerância e desejo, que funcionam como moderadores do seu processo e cuja gravidade dos resultados poderá exigir a consideração de apenas um, ou mesmo a combinações de outros, ou de todos esses moderadores.
Dessas considerações, nasce o princípio da imparcialidade, cuja fórmula é configurada no equilíbrio proporcional desses elementos moderadores.
Ocorre, que essa fórmula é mutável para juízos diferentes. Avaliações que dizem respeito a 'um indivíduo’, cujos resultados e consequências são restritas apenas a este indivíduo, têm sua fórmula diferente das fórmulas das avaliações que resultam em consequências para 'uma sociedade’.
Em sua essência, o ser humano, trás o princípio da auto defesa, que lhes garante a continuação de seu estado vivo e protegido e esta é a única finalidade que garante à sociedade o direito de interferir e evitar que um só, ou um conjunto de membros, cause danos a pelo menos um único indivíduo.
As regras, vêm a seguir, na ordem de importância de juízos, pois são o organizador ajustado e previamente acordado e escrito num manual de comportamento que norteia a sociedade.
Em trecho de seu ensaio sobre a liberdade, John Stuart Mill, compõe um pensamento sólido quando observa… “na época atual, a proteção de uma opinião, baseia-se menos na sua veracidade do que na importância que ela tem para a sociedade”, prossegue… “A veracidade de uma opinião, faz parte de sua utilidade”, e conclui… “se quiséssemos saber se é ou não desejável crer numa proposição, seria possível não levar em consideração se ela é ou não verdadeira? Nenhuma crença contrária à verdade pode ser realmente útil”.
Nos capacitamos a julgar com imparcialidade, quando somos capazes de encontrar a fórmula perfeita e adequada ao juízo, sem que dela, nos afastemos em favor de paixões ou simpatias pessoais e nesse exercício seja possível e indispensável abrir-se a alma e acolher as informações dos dois lados.
Juízo é escolha! Imparcialidade é o elemento em que o juízo deve repousar.
Acontece que o conjunto de regras, nem sempre é claro em seu corpo textual e acaba por permitir interpretações diversas para o que seu contexto enseja. Note-se que quanto mais extensa e especificada uma regra desse manual (a nossa constituição é exemplo disso), de menos “bom senso” é composta a sociedade abaixo dessas leis, pois que, se bom senso lhes abundasse o espírito, menos regras precisariam consultar.
Na falta de bom senso e boa vontade genuína, consultam-se as leis.
A verdade no entanto, não necessita de regras para ser verdade. Pobre é o povo que necessita unicamente de leis escritas para caminhar e fazer seus juízos. Pobre é o Brasil de hoje, representado por um poder, que não mais reconhece entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, que seus representantes da sociedade em suas funções jurídicas, ou parlamentares, não se permitem absorver o princípio da imparcialidade e cedem à fraqueza de seus moderadores próprios, sem levar em conta as consequências de sua escolha para toda uma sociedade.
Desenrola-se um julgamento, cujos meandros não consideram (em bom senso) todas as informações necessárias e que se por ventura fossem consideradas, as figuras principais julgadas possivelmente correriam risco de vida, tantos são os elementos que apontam para suas culpas.
Não falo de culpas jurídicas, mas de culpas de senso. Não falo de culpas previstas na jurisprudência, mas das culpas previstas na lei natural de escolha que rege o princípio da vida e da liberdade. A lei é falha no sentido de que ao mesmo tempo em que baseia seu contexto no princípio da imparcialidade, limita o uso desse princípio em 'exceções de regra’ e no uso de seu conteúdo “parcial” em vez de observar o princípio em sua totalidade e plenitude. É simples, a lei é completa mas é necessário que seja imparcial e sereno o indivíduo que faz uso dela, para que seu julgamento atenda ao conceito e princípio de 'justiça’.
Sabemos que eles pecam! é visível. Não desejamos tendências. Em mais alguns anos, nenhum de nós estará aqui para ver as consequências de nossas escolhas, mas nossa descendência estará. Tudo o que queremos é “a verdadeira’ imparcialidade, brotada da adoção da fórmula perfeita e adequada a uma sociedade, não a escrita em 'parte’ das leis jurídicas, mas a imparcialidade em sua 'totalidade’ possível ao espírito de cada ser humano.
SOBRE O AUTOR
Monica Torres.
Desenvolvedora de Softwares por formação. Minhas habilidades incluem: Desenvolvimento de sites em linguagem voltada para WEB. Edição de Imagens e Vídeos - Restauração MEU BLOG Elaboração, revisão e correção de textos. Elaboração de artigos de caráter reflexivo e de cunho social e político para blogs e sites.
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