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Carta dos Sem Terrinha pela Reforma Agrária
Nós crianças Sem Terrinha da Ciranda Infantil do Acampamento Nacional:
§ Queremos Terra para plantação, cuidar das plantas e jogar lixo o orgânico na terra;
§ Queremos Comida! Saúde e Escola. Queremos estudar em Escolas nos Acampamentos e Assentamentos;
§ Queremos um lugar que tenha horta, fogão a lenha, que possa fazer doce e queijo. Que a alimentação seja boa, que o lixo seja separado e que tenha uma boa limpeza;
§ Que coloque energia e água encanada nos Acampamentos e Assentamentos;
§ Não brigar nos Acampamentos, respeitar uns aos outros e os mais velhos;
§ Queremos Ciranda Infantil para brincar e ter um lugar para as crianças.
§ Queremos que tenha cachoeira para ir.
§ Queremos que nossos pais e mães dêem muito carinho pra gente – CRIANÇA!!!
“Brilha no céu
Sem Terra inauguram escola e homenageiam Hugo Chávez
A escola tem o objetivo de atender aproximadamente 130 crianças e adolescentes nas modalidades de educação infantil, ensino fundamental e EJA.
Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
No último sábado (20), cerca de 450 Sem Terra realizaram um ato simbólico e místico na inauguração da Escola Municipal Comandante Hugo Chávez, localizada no Pré Assentamento Hugo Chávez, em Medeiros Neto, no Extremo Sul da Bahia.
A escola, que foi construída com os recursos das famílias do pré-assentamento, tem o objetivo de atender aproximadamente 130 crianças e adolescentes nas modalidades de educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O ato de inauguração criou um ambiente místico apontando o esforço coletivo das famílias, que em apenas em três anos, debateram a necessidade e construíram a escola.
Com diversas palavras de ordem e músicas, as famílias defenderam que “a educação é um direito natural e que não pode ser privatizada”.
Emocionada, Anabelly Gomes, com apenas 6 anos, disse que ao ver as portas abertas e as pinturas nas paredes da escola, feitas pelos Sem Terrinha, sentiu-se construtora de seu futuro.
“A escola ficou muito bonita e agora todos os Sem Terrinha poderão estudar no assentamento, sem a necessidade de ir à cidade”, explicou.
Antes da construção da escola, as crianças estudavam num barraco feito com lona, madeira e palha. Relembrando este momento, Anabelly afirma que gostava de estudar na escolinha de lona, “mas a nova escola tem desenhos nas paredes que são muito bonitos e que parecem a nossa casa. E as salas são bem grandes e cabe todo mundo”.
Para Sirlene Batista, educadora, o processo de construção da escola exigiu muito sacrifício e determinação das famílias, que desejavam um espaço capaz de proporcionar melhores condições, mais comodidade e conforto às crianças e aos educadores.
“As famílias não desistiram diante da falta de apoio e as barreiras burocráticas impostas pelo poder público municipal. Foi o conjunto que veio nos fortalecer para construir a escola, legitimando ainda mais nossa identidade”, pontuou Batista.
Pensando nisto, Jose Mota, da direção estadual do MST, destacou que a Reforma Agrária Popular também é a garantia que a população do campo tenha acesso à educação e ao conhecimento. “Diante da incapacidade do poder municipal de compreender a necessidade da construção de uma escola na comunidade”.
Homenagem
Com objetivo de resgatar a memória coletiva e histórica dos homens e mulheres que doaram suas vidas em defesa das lutas dos povos oprimidos, durante o ato, o MST homenageou diversos lutadores, entre eles, o comandante Hugo Chávez.
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