17 de abril de 2016
Maria é a mãe de Deus?
Maria é a mãe de Deus?
Joseph Farah
Minha reverente coluna em inglês sobre Maria-Miriã, a mãe de Jesus-Yeshua, no Dia de Natal teve a intenção de mostrar um lado dessa heroína da fé que raramente é considerada em sermões nas igrejas, filmes e livros sobre o Natal e até mesmo nas belas canções sobre ela.
E então houve esta resposta de Joe Sterns:
“Maria é a mãe de Deus. A ginástica retórica que os protestantes usam para negar isso é cômica. Mas eis um silogismo simples:
“1. Jesus é Deus.
“2. Maria era a Mãe de Jesus.”
Quero agradecer ao Sr. Sterns pelo desafio. Contudo, a suposição dele de que sou “protestante” é factualmente incorreta.
Muitas pessoas acham que dá para se dividir a totalidade do mundo cristão em dois grupos: católicos e protestantes.
Isso simplesmente não é verdade.
Embora os protestantes incluam muitas denominações não católicas, é totalmente errado dividir todo o Cristianismo nesses dois subgrupos. Permita-me explicar a razão.
Essa suposição pressupõe que o catolicismo é a religião cristã original — a única religião que existia depois da ascensão de Jesus. Entretanto, não existe nenhuma evidência histórica ou bíblica que indique tal coisa, embora haja evidência histórica e bíblica esmagadora para provar o contrário.
Dava para se chamar, com exatidão, a religião cristã original, nos termos de hoje, de “judaísmo messiânico.” Maria-Miriã, José-Yosef, Tiago-Yacob, Pedro-Shimon, Paulo-Shaul, João-Yochanan e todos os primeiros apóstolos e discípulos eram judeus — judeus que nunca pararam de ser judeus, judeus que adoravam no Templo e nas sinagogas a vida inteira, judeus que abraçavam seu Messias judeu, judeus que seguiam a Lei de Moisés, guardavam o Sábado e os santos dias bíblicos de Levítico 23 exatamente como Jesus-Yeshua fazia.
Em outras palavras, sempre houve outras formas de Cristianismo além do catolicismo. Ser “cristão” significa simplesmente ser um seguidor do Messias — “Cristo” é a palavra grega para “Messias.”
A Reforma protestante só chegou aproximadamente 1.600 anos depois. Antes disso, e depois, sempre houve cristãos que nunca aceitaram o catolicismo nem pertenciam a uma denominação protestante. Sempre haverá.
Embora eu tenha sido criado como católico e mais tarde me juntei a várias denominações protestantes e adorei a Deus em igrejas não-denominacionais, hoje me considero simplesmente um seguidor de Jesus-Yeshua na tradição dos cristãos do primeiro século que aceitam só a Bíblia como a Palavra inspirada de Deus.
Agora, vamos ao silogismo não tão simples: Sim, Jesus é Deus. E, sim, Maria-Miriã era a mãe de Jesus. Contudo, a questão não termina aí.
Jesus-Yeshua já existia antes de Seu nascimento por meio de Maria-Miriã. Aliás, segundo a Bíblia nos diz, Jesus-Yeshua foi o Criador do universo. Sim, o Criador do universo.
Considere João 1:1-3 (King James Atualizada): “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Ele, a Palavra, estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas através dele, e, sem Ele, nada do que existe teria sido feito.”
Eis um silogismo que é relevante:
1. Jesus é a Palavra.
2. A Palavra estava com Deus e era Deus.
3. Todas as coisas foram feitas através dele.
Além disso, só para não deixar espaço algum para ambiguidade, considere João 1:10 (King James Atualizada): “Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito através dele, mas o mundo não o reconheceu.”
E então há João 8:58 (King James Atualizada) dos próprios lábios de Jesus-Yeshua: “Respondeu-lhes Jesus: ‘Em verdade, em verdade vos asseguro: antes que Abraão existisse, Eu Sou.’”
Considere também Hebreus 1:1-2 (King James Atualizada): “Havendo Deus, desde a antiguidade, falado, em várias ocasiões e de muitas formas, aos nossos pais, por intermédio dos profetas, nestes últimos tempos, nos falou mediante seu Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo o que existe e por meio de quem criou o Universo.”
Por último, Efésios 3:9 (Almeida Corrigida Fiel): “E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo.”
Maria-Miriã não é depreciada pelo fato de que não a chamamos de mãe de Deus. Ela foi escolhida entre todas as mulheres que já viveram para ser a mãe de Jesus-Yeshua, de modo que Ele pudesse morrer pelos nossos pecados, ser nosso Expiador, Redentor, Rei e Sumo Sacerdote. Isso não é mais que suficiente para tê-la na mais elevada consideração, bendita entre todas as mulheres e a serva do Senhor?
Joseph Farah é o fundador e presidente do WND (WorldNetDaily).
Traduzido por Julio Severo do original em inglês do WND (WorldNetDaily): Is Mary the mother of God?
Fonte: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
EXCELENTE COMENTÁRIO DE JÚLIO SEVERO EM SEU FACEBOOK:
Maria, mãe de Jesus, se considerava serva de Deus. Ela sem dúvida ficaria chocada se lhe dissessem hoje que ela foi, contra sua vontade, elevada ao patamar de “mãe de Deus.” Considerando que Jesus faz parte da Trindade, que é una, essa teoria religiosa acaba fazendo de Maria “mãe de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.” Uma posição que, querendo ou não os teóricos, a transforma em deusa. Uma posição que sem dúvida alguma deixaria Maria horrorizada, pois ela sabia que antes dela existir, Jesus já existia. Ele sabia que ela havia nascido em pecado, como todos nós, e que só Jesus, exclusivamente concebido pelo Espírito Santo, havia nascido sem nenhum pecado. Acima de tudo, ela sabia que Jesus era o criador dela. Ela se reconhecia como serva de Deus e só isso já lhe bastava. Por que não basta para alguns hoje?
Nenhum comentário:
Postar um comentário