Rússia
Defende Valores Tradicionais na ONU
Dr. Stefano Gennarini
GENEBRA, Suíça, 5 de outubro (C-FAM) Delegações dos
países europeus e dos Estados Unidos sofreram um revés na semana passada quando
o Conselho de Direitos Humanos adotou uma resolução defendendo uma ligação
positiva entre valores tradicionais e direitos humanos. As delegações europeias
e americanas veem os valores tradicionais como ameaças às mulheres e aos
indivíduos lésbicos, gays, bissexuais e transexuais.
Essa é a terceira resolução sobre valores tradicionais
a ser aprovada desde 2009. A Rússia avançou com muita energia a resolução, e
teve sucesso, apesar de que outros membros
da ONU tentaram sufocar a iniciativa russa.
A atual resolução, apresentada pela Rússia em
coautoria com mais de 60 países (nem todos membros do Conselho), afirma que os
valores tradicionais comuns a toda a humanidade têm um papel positivo na
promoção e proteção dos direitos humanos. A resolução declara que “uma
compreensão e consideração melhor dos valores tradicionais compartilhados por
toda a raça humana e incorporados nos instrumentos universais de direitos
humanos contribuem para promover e proteger os direitos humanos e as liberdades
fundamentais no mundo inteiro”.
Ecoando a Declaração Universal de Direitos Humanos, a
resolução frisa “que os direitos humanos derivam da dignidade e valor inerentes
na pessoa humana” e reconhece o papel positivo da família, comunidade e
instituições educacionais na promoção dos direitos humanos, exortando os países
a “fortalecerem esse papel por meio de medidas positivas”.
Os países europeus e os Estados Unidos expressaram
oposição ao conceito de valores tradicionais quando uma resolução com esse
título foi proposta pela primeira vez pela Rússia em 2009. Eles também votaram
contra uma resolução que solicitava um relatório sobre a interligação dos
valores tradicionais com os direitos humanos à Comissão Consultiva do Conselho
no ano passado. Quando a medida foi aprovada, eles assumiram o controle dos
esforços da Comissão Consultiva para produzir um relatório que fosse contrário
à intenção da resolução.
As delegações da Europa e EUA repetidamente se
queixaram de que os “valores tradicionais” são um conceito vago usado para
justificar a violência e a discriminação contra as mulheres e os indivíduos
lésbicos, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). Mas não conseguindo
influenciar países suficientes com esse argumento, eles buscaram deter a
resolução pedindo ao Conselho que aguardasse o relatório da Comissão
Consultiva, a mesma comissão que originalmente tinha a oposição deles.
De qualquer jeito, a Rússia apresentou a resolução,
confiante de que teria os votos necessários. A resolução foi adotada com 25
votos a favor, 15 contra e 7 abstenções.
Durante sua adoção, o ministério de relações
exteriores da Rússia divulgou uma declaração dizendo:
“A Federação Russa, junto com os aliados que têm a mesma opinião, continuará a
promover a ideia da conexão inseparável entre direitos humanos e valores morais
tradicionais no Conselho de Direitos Humanos”.
Notando que “havia países que votaram contra a versão
preliminar (em particular, os EUA e a União Europeia)” a Rússia lamentou que “a
oposição negativa desses países, sua indisposição de trabalhar no texto e
argumentos fantasiosos contra a versão preliminar da resolução causem
desapontamento”.
No ano passado, o presidente Obama ordenou
que todos os órgãos do governo dos EUA que lidam com a diplomacia e assistência
externa americana promovessem direitos LGBT. Qualquer apoio a valores
tradicionais incomoda profundamente os grupos LGBT, conforme reportagem do Gay Star News. A
preocupação deles é que esse apoio será usado para defender a família natural,
e eles temem que não consigam descriminalizar a homossexualidade no mundo
inteiro.
Tradução: www.juliosevero.com
Fonte: Friday Fax
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