ESTADÃO
Empresário mineiro encaminhou solicitações ao Supremo em setembro
30 de outubro de 2012 | 5h 00
O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O empresário Marcos Valério, operador do mensalão, encaminhou em setembro para o Supremo Tribunal Federal um pedido de proteção, pois sua vida estaria correndo perigo, e ofereceu em troca delação premiada. O documento é mantido em sigilo e não foi anexado ao processo do mensalão, que já está em julgamento.
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Beto Barata/Estadão - 27/10/2005
Valério foi condenado pelo STF e suas penas superam 40 anos
Um processo em separado foi aberto, mas é mantido em segredo por causa do risco relatado por Marcos Valério de ser assassinado. A petição será relatada pelo ministro Joaquim Barbosa, pois o processo do mensalão está sob seus cuidados. Mas ele deixará a relatoria desse caso assim que assumir a presidência da Corte.
O fax - revelado pela revista Veja - foi recebido pelo presidente do tribunal, ministro Carlos Ayres Britto. Ele foi logo encaminhado para o gabinete do ministro Joaquim Barbosa e, em seguida, para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Seu teor é mantido em reserva. O processo não aparece nem sequer no andamento dos processos em tramitação no Supremo. Segundo integrantes do tribunal, o risco alegado por Valério seria a razão para a cautela. O tribunal não divulga nem o que estaria sob investigação. Conforme integrantes do STF, o documento não interfere no julgamento do mensalão, que já está na reta final. Não haveria, portanto, nenhum elemento novo, nenhuma prova nova que pudesse alterar o resultado do julgamento. O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, não quis falar sobre o assunto. "Sobre isso assumi o compromisso com diversas pessoas de não declarar nada, não falar nada."
Valério foi condenado pelo STF pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato, formação de quadrilha e evasão de divisas, cujas penas já superam os 40 anos. A sentença o obrigará a cumprir parte da punição em regime fechado. O empresário foi acusado de ser o principal articulador do esquema e seria, conforme o Ministério Público, agente do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
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