FOLHA
Aumento foi de 96% em setembro em relação ao mesmo mês de 2011
No Estado, crescimento foi de 27% no mesmo período; comandante da PM nega descontrole da criminalidade
AFONSO BENITES
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
Dados divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública mostram que a capital registrou 135 casos de homicídios com 144 vítimas no mês passado. O aumento é de 96% em comparação ao mesmo período de 2011, que teve 69 casos com 71 vítimas.
No acumulado entre janeiro e setembro, a alta foi de 22% na cidade. Foram 920 casos com 983 vítimas -pode haver mais de uma morte em um mesmo boletim de ocorrência, caso das chacinas.
Conforme dados da secretaria, setembro foi o mês recordista em número de assassinatos desde janeiro de 2010, quando o governo estadual passou a divulgar todo mês as estatísticas criminais.
No Estado todo, o aumento dos registros de homicídio foi de 27% em setembro e de 8% no acumulado do ano.
O crime de latrocínio (roubo seguido de morte) é outro que também disparou. Segundo os dados oficiais, de janeiro a setembro foram 263 ocorrências. É o maior número de casos desde 2004, quando foram registrados 291 latrocínios.
Entre as explicações para o aumento da violência, está o acirramento do confronto entre criminosos e a polícia.
Desde junho, quando os bandidos da facção criminosa PCC iniciaram uma série de ataques contra outros criminosos e policiais, 1.539 pessoas foram mortas.
Só nesses quatro meses do ano, o aumento foi de 12% no Estado e de 30% na capital.
As mortes orquestradas pelo PCC, segundo a polícia, partiram de chefes presos e foram dadas após PMs da Rota matarem seis suspeitos na Penha, na zona leste.
Desde então, foram registradas 38 mortes de policiais, até setembro, seguidas por dezenas de mortes de supostos criminosos em várias regiões da cidade. Seus assassinos costumam ser motoqueiros, usando capacetes e roupas escuras.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) nega que os ataques sejam coordenados e afirma que há muito "folclore" sobre o crime organizado.
Já o deputado Olímpio Gomes, da comissão de segurança da Assembleia, diz que há o risco da existência de novos esquadrões da morte, com a participação de policiais.
O comandante da PM, Roberval França, negou que haja um descontrole da criminalidade no Estado.
"Houve mais casos de mortes por motivos passionais, ataques entre criminosos e por cobrança de dívidas de drogas", afirmou.
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