No
próximo dia 5 de outubro o Brasil efetuará a oitava eleição
presidencial, após a assim chamada redemocratização. Eleição que, tudo
parece indicar, só no segundo turno, a realizar-se três semanas depois,
definirá o futuro ocupante do Palácio do Planalto.
A respeito, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira – IPCO,
acaba de dar a conhecer um comunicado com reflexões oferecidas ao
público que acompanha suas atividades. Ele não pretende imiscuir-se nas
disputas partidárias que, no Brasil País, são marcadas, de modo
preponderante, por divergências de interesse de personalidades ou de
clãs políticos, mais do que por desacordos de elevado nível doutrinário.
Entretanto,
a presente eleição presidencial traz em seu bojo questões ideológicas
inquietantes, muitas vezes afastadas da atenção do público por debates
irrelevantes, de vital importância para a Igreja e para a civilização
cristã. Elas suscitam indagações no espírito de muitos católicos,
sobretudo quando percebem seus valores ameaçados. Acresce-se a isso que
tais questões ideológicas estão muitas vezes impregnadas do pensamento
doutrinário, da atuação política e da agitação social da “esquerda
católica”.
Por tais motivos, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
– entidade civil, composta de leigos católicos – apresentou uma série
de reflexões destinadas a seus dedicados simpatizantes, mas também aos
católicos e aos eleitores em geral. Reflexões que submeteu igualmente à
atenção dos políticos e candidatos engajados no atual pleito.
Segundo
o IPCO, o pleito eleitoral insere-se num quadro político bastante
instável e confuso. Um crescente descontentamento com os rumos dados ao
País pelo governo da Presidente Dilma Rousseff levaram a inequívocas
manifestações públicas de desagrado em relação ao PT e à própria figura
da Presidente. No ano passado, grandes manifestações por todo o País
fizeram soar o alarme. Mas o governo preferiu ignorar e até distorcer o
sentido profundo das mesmas.
Enquanto
isso, o Brasil era assombrado por denúncias, cada vez mais arrepiantes,
de bilionários esquemas de corrupção no coração do Estado e visando um
projeto de poder, com laivos acentuados de totalitarismo.
Alastraram-se
os fatores de incompreensão e de indignação, nas camadas profundas da
população, e cresceu o desejo de obter nas eleições o afastamento do PT
do poder. Nesse ambiente sócio-político conturbado muitos ansiavam uma
real mudança de rumos em relação à marcha desagregadora empreendida pelo
governo. Essa aspiração trazia um misto de esperança e de desconfiança.
A desconfiança de que a presente disputa eleitoral nada mais fosse do
que uma repetição de outras eleições, em que os debates estiveram
ausentes.
A
morte do candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo
Campos, no brutal acidente aéreo que o vitimou, junto com outras seis
pessoas, aportou novo fator de conturbação ao quadro político. As
mudanças abruptas na corrida presidencial, só tornaram mais aguda a
distorção que atinge habitualmente as disputas eleitorais no País,
máxime para o cargo de Supremo Mandatário da Nação.
(*) Adolpho Lindenberg é presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (IPCO)
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