22 de setembro de 2014
Aprendendo com a volta da Rússia às suas raízes históricas
Dra.
Janice Shaw Crouse
Tendo arrastado a todos nas
sociedades sem propósito do Ocidente, a turba LGBTIQ está uivando de fúria
contra o movimento pró-família da Rússia por sua recusa de se render à sua
agenda de “casamento” gay. Eles estão pedindo que o governo dos EUA investigue
os americanos que participaram do que deveria ter sido uma celebração
pró-família internacional não polêmica, honrando uma instituição que é a
espinha dorsal de praticamente todas as sociedades em milhares de anos de
história. O Fórum
Internacional da Família, convocado em Moscou em 10 de setembro no Palácio
Estatal do Kremlin e continuando em 11 de setembro na Catedral de Cristo o
Salvador, atraiu mais de 1.000 participantes do mundo inteiro (inclusive uma
dezena de indivíduos dos Estados Unidos).
Muitas nações ocidentais têm se
prostrado às pressões do movimento LGBTIQ que busca destruir a liberdade de
expressão, religião, casamento e família. Estimulados por suas vitórias
políticas nos Estados Unidos (na maioria das vezes nas mãos de juízes que não
foram eleitos), os manifestantes viraram manchetes mundiais ao tentarem deter a
celebração pró-família do Congresso Mundial de Famílias na Austrália. Eles
conseguiram impedir organizações americanas — principalmente o Congresso Mundial
de Famílias — de participar do Fórum Internacional da Família que acabou de se
realizar em Moscou; eles colocaram barreiras e ameaçaram vingança, mas não
conseguiram deter os eventos da Austrália e Moscou. O máximo que conseguiram
fazer foi requerer uma investigação contra os americanos que ajudaram a
planejar a conferência russa, mas não conseguiram deter os cidadãos livres de
participarem por conta própria.
O fórum russo em seu prefácio de
“Conceito Geral” sucintamente identificou os danos causados pela “cultura
sensata” (um termo de Pitirim Sorokin, um famoso sociólogo russo que conhecia
bem os efeitos prejudiciais de uma cosmovisão ateísta centrada no homem), uma
dimensão moderna pós-cristã na história mundial: “a destruição dos padrões
morais como Bondade, Verdade e Beleza e a destruição da fé numa ordem natural
criada que distingue o bem do mal.” Tais atitudes — “essa ambiguidade,
relatividade e indeterminação moderna com relação à família” — “cria a ameaça à
existência civilizada das sociedades.” Os russos declaram que “está mais que na
hora de se falar não só do papel da instituição da família na conservação da
humanidade como uma espécie biológica, mas também do papel vital da família
natural na preservação da sociedade civilizada e “liberdade com ordem.” Essa
transformação é “crucialmente importante, principalmente considerando a batalha
milenar entre a sociedade civil e barbarismo, onde o barbarismo aparece numa
forma progressista disfarçada e altamente tecnológica que contribui para o
crescente caos moral.”
Os russos, tendo experimentado 70
anos de horrores e “caos moral” produzidos pelo experimento marxista-leninista
para criar o “Novo Homem,” não têm intenção nenhuma de entregar sua compreensão,
adquirida com muito suor, acerca da realidade, reganha ao voltarem a suas
raízes ortodoxas históricas. Sua visão clara e inabalável de seu passado
recente sob o comunismo lhes dá condições de ver a ideologia progressista como
“uma nova ferramenta de humanistas seculares pós-modernos e radicais sexuais
para realizarem não só seus interesses econômicos, mas também interesses
ideológicos, filosóficos e políticos.” Os líderes pró-família russos reconhecem
que as ameaças ao “sentido da família no contexto da competição ideológica
global a partir de humanistas pós-modernos egoístas e os desafios para garantir
a sobrevivência e soberania dos estados modernos crescem a tal ponto que a
proteção das noções clássicas da conduta normativa, homem civilizado, a família
humana e a definição do casamento têm de ser consagrados nas constituições
nacionais.” Quaisquer que sejam as críticas que você tenha da política externa
de Putin, o movimento pró-família na Rússia é genuíno e um fenômeno profundo,
sem ligação com assuntos externos.
A decadência moral e espiritual tem
tornado os intelectuais ocidentais suscetíveis a todo modismo tolo — neo-marxismo,
feminismo, ideologia de gênero, humanismo, ambientalismo, etc. — que é
resultado do desconstrucionismo. Em parte alguma isso é mais evidente do que
sua incapacidade de discernir simples realidades biológicas tais como a
diferença entre homem e mulher. Como os russos comentaram: “Só definições
precisas e univalentes podem permitir que entendamos que por trás das nebulosas
expectativas do humanismo moderno e seu jargão, se escondem traços de
decadência e engano que levariam à morte da humanidade.” É claro que as elites
zombam de tal pensamento, as mesmas elites que têm produzido nossa distorcida
condição intelectual ocidental.
Tendo escolhido o mingau do
relativismo moral e do multiculturalismo no lugar da cosmovisão judaico-cristã
mais austera e exigente, os líderes nas grandes universidades, os meios de
comunicação com variedade vasta de tecnologia de comunicações a seu dispor,
líderes empresariais e governamentais do mundo ocidental de Washington a
Londres, Paris, Frankfurt e Viena têm todos sido facilmente influenciados e
finalmente subjugados, primeiramente por um movimento e então outro — inclusive
as alegações débeis do feminismo de que os homens e as mulheres são
intercambiáveis, as alegações dos LGBTIQs de que o sexo é uma construção social
e assim temos de abandonar tudo desde a designação do mundo real tradicional de
banheiros masculinos e femininos a pai e mãe nos certificados de nascimento.
Nós no Ocidente temos lido um pouco
da história russa, mas sabemos menos do que está embutido no DNA dos russos
desde as experiências diretas de geração após geração dos que lutaram para
sobreviver uma tragédia após outra. O exército de meio milhão de soldados de
Napoleão conseguiu alcançar Moscou, mas bateu em retirada, derrotado, com a
realidade das chamas que consumiram a cidade e o frio mortal do inverno russo.
Hitler não aprendeu nada com a tolice de Napoleão. Ele não tinha nenhuma
compreensão da firmeza que os russos demonstrariam para defender sua pátria,
não importando quantos milhões deles ele desse um jeito de matar com avançado
armamento alemão.
Eis que agora chegam Obama, Kerry,
Clinton e o restante da torcida LGBTIQs que lançam vociferações, sanções e
difamações contra os líderes pró-família russo. Contudo, esses líderes são os
que enxergam e entendem que a ameaça real à sua pátria é a diminuição
populacional e o inverno demográfico que ocorre quando não há um aumento das
famílias naturais. Eis que chega a Campanha de Direitos Humanos [a maior
organização homossexual dos EUA] e os que demonizam e manipulam qualquer um que
ouse falar a verdade, sobre essas questões fundamentais, que as autoridades não
querem ouvir.
Enquanto isso, os islamistas
radicais da guerra santa estão tomando providências diante do Ocidente
decadente com sua vasta superioridade tecnológica (mas com superior falência
moral e espiritual), decidindo que podem atacar o Ocidente com homens-bombas. E
enquanto o Ocidente for conduzido por pensadores que não só não reconhecem a
importância, mas também lutam com todas as forças contra algo tão elementar e
fundamental como a necessidade de uma sociedade ter a força essencial de
famílias lideradas por pais e mães, então talvez os islamistas da guerra santa
estejam certos.
O que as elites ocidentais se
recusam compreender, o motorista de táxi russo que estava nos levando ao
aeroporto entende sem dificuldade (a partir da experiência prática de vida
real), isto é, a importância da família e fidelidade. Conversamos, muito embora
o inglês dele fosse vacilante e enferrujado. Em resposta à minha pergunta sobre
família, ele nos disse que tinha dois filhos — um rapaz de 21 e uma menina de
3. Então, aparentemente em reconhecimento de que éramos americanos, ele queria
deixar bem claro que ele era casado, tinha tido apenas uma esposa — tinha amado
apenas uma mulher —, ainda que ele tivesse gerado seu filho quando tinha apenas
17 anos. A família era obviamente muito importante para ele como homem e ele
queria ser claramente entendido que ele era fiel a seus votos para com sua esposa.
Hoje,
depois de 80 anos dos horrores de vida sob o comunismo, a Rússia está
trabalhando para restaurar a família e a Igreja Ortodoxa como os alicerces de
sua cultura e os meios de sua sobrevivência como nação. Enquanto isso, estamos
aguardando se sobrou alguma coragem no Ocidente para lutar por sobrevivência.
Talvez o que acontecerá é que, mais uma vez, o Ocidente se renderá à guerra
santa islâmica do mesmo jeito que o Ocidente já se rendeu ao movimento LGBTIQ e
a tantos outros “ismos” ocos. Mas depois de testemunhar o milagre da Rússia
resolutamente repudiando as pragas e tristezas de seu próprio experimento
marxista, eu não apostaria que os russos vão se render aos fascistas LGBTIQ
ocidentais sem lutar.
A
Dra. Janice Shaw Crouse ganhou o Prêmio de Liderança Global 2013 do
Instituto Liderança e do Congresso Mundial de Famílias. Ela foi um dos
americanos que participaram do Fórum Internacional da Família em Moscou de 10 a
11 de setembro de 2014.
Traduzido por Julio Severo do artigo do American
Thinker: Learning from Russia's Return to Its
Historical Roots
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
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