Resposta
de Julio Severo a Robson Rodovalho
Nota do Editor do Mídia Sem Máscara: Boa parte dos cristãos, sem discernimento e
desatentos aos métodos de ação de movimentos como o gayzista, feminista e
abortista, caíram no jogo psicológico e retórico de acusação e constrangimento
destes grupos de pressão. Preocupados em parecer bonzinhos diante dos
secularistas e da barulhenta militância esquerdista, ouviram tanto o outro lado
que aceitaram os sofismas e agora, buscando atenuações reconfortantes, aparecem
com essa conversa: “buscar o caminho do meio”, “buscar o consenso democrático”,
“não ser intolerante” (ainda que a esquerda mostre-se cada vez mais
deslavadamente anticristã), etc.
Fala-se em “amor”, mas o amor a Deus e aos
princípios das Escrituras, que, além de ser os dos cristãos firmes, são
universais, são jogados para debaixo do tapete em nome da democracia. E fazem
tal coisa, para piorar, batendo em cristãos que mantém posições alinhadas às
Escrituras na esfera pública. Se isso não é o caminho da apostasia na esfera
prática, eu não mais o que isso é.
Outro erro de Rodovalho é pensar que, num governo que
os próprios socialistas do PT dizem ser “de transição” para que o tal
“Socialismo do Século XXI” se instaure numa América Latina, já dominada
totalmente pelo Foro de São Paulo, ele veja o stalinismo como coisa do passado,
sem enxergar que um Estado cada vez mais socialista é um Estado ditatorial.
Afinal, o que dizer de um governo que obriga os pais a entregar crianças de 4 anos
para a escola com um currículo estatal de lavagem cerebral?
Um agravante a esse
erro é ver Marco Feliciano sendo perseguido e praticamente impossibilitado de
atuar como presidente de uma comissão da Câmara, simplesmente pelo fato de se
opor a duas bandeiras preciosas à esquerda: o gayzismo e o aborto. Antes de
alertar para os riscos que a democracia corre, Robson Rodovalho dá a entender
que Feliciano é que é parte do problema, ao considerá-lo, de forma
descabida, alguém tão radical quanto seus opositores. Fica óbvio o quanto o
líder da Igreja Sara Nossa Terra, em sua falta de discernimento em relação à
nossa realidade política e o papel real dos cristãos numa situação como esta, põe
os pés pelas mãos. Saldo final: agiu como um “quinta coluna” contra a igreja e
fortalecendo as teses esquerdistas.
Confira a resposta de Robson Rodovalho ao artigo de Julio Severo, que comenta artigo de Rodovalho publicado no jornal Folha de São Paulo.
Bispo
Rodovalhodisse…
Caro Julio Severo, quero publique minha resposta.
Conto com sua integridade.
Segue
Em resposta a seus comentários acerca de meu artigo
publicado no jornal Folha de S.Paulo tenho também algumas palavras.
Primeiro, você não está atacando a mim, mas sim à
democracia, que, entre todos os modelos de governo, é o menos imperfeito, o
menos pior que se criou na história do homem.
Segundo, você se esquece de que em todas as
“ditaduras”, sejam de esquerda, de direita ou religiosas, como nos países
islâmicos ,a primeira voz a ser calada sempre foi a do evangelho de Jesus
Cristo. E são as democracias, mesmo com suas imperfeições, que nos oferecem
sempre a liberdade para pregar a palavra de Deus. Sem democracia, a voz da
igreja se cala. E qualquer um que tenha um mínimo conhecimento de história sabe
que, todas as nações verdadeiramente democráticas, tiveram suas raízes no Cristianismo.
Terceiro, você critica o fato de que a Câmara, casa do
povo brasileiro, tenha a responsabilidade de dialogar e encontrar algum
consenso. O escrito, voltado para mentes abertas e democráticas, pressupõe
subentender da frase que ali se fala em consenso possível, negociação. O stalinismo
acabou.
Eu estive na Câmara como deputado federal e fundei a
“Frente da Família”, que uniu parlamentares evangélicos e católicos no
proposito da defesa da vida e da célula fundamental da nossa sociedade, que é a
união do grupo familiar. Sei, por experiencia, que aquele espaço é voltado para
que os diferentes grupos possam tentar encontrar alguma forma de normatizar nossas
leis – o consenso possível, portanto. É esse o caminho do meio.
Quarto ponto, para deixar bem claro, porque me parece
que ou você não leu meu artigo ou, se leu, não o entendeu: não critiquei o
deputado Marcos Feliciano. Para melhorar seu entendimento: eu disse que todos
devem ter “bom senso”, se esforçar, manter o respeito para dialogar e achar a saída,
que se dá pelas vias democráticas.
Todos sabemos que a intolerância apenas leva as
pessoas à violência, seja à violência das palavras, seja às vias de fato; seja
a violência em casa ou para com o próximo, em situações que eu e você
conhecemos.
Para colocar as coisas no seu devido lugar: sua exortação não tem qualquer valor profético. Onde você está? Por que não se mostra, mas prefere agir sob o anonimato da rede?
Verdadeiros profetas aparecem, até para padecer por
suas convicções, se assim for necessário.
Profetas não vivem na sombra. Você, portanto, não tem
autoridade para ser profeta.
Deixe que sua vida fale por suas palavras, e então
você terá alguma credibilidade. Enquanto isso não acontecer, suas críticas não
se sustentarão, serão apenas palavras. Vazias.
Bispo Rodovalho
Julio
Severo disse…
Caro Bispo Robson
Meu texto não foi um ataque a você como pessoa. Foi
uma forte discordância ao seu posicionamento. Dicordar faz parte da democracia,
não?
Seu artigo sobre democracia não foi vago. Seu foco e
contexto foram a presidência da Comissão de Direitos Humanos, sob Marco
Feliciano.
E nesse foco, sua proposta, no final, foi que “os
deputados que compõem a CDH, e não só Feliciano, saiam de posições radicais e
achem o caminho do meio, que é o de Deus.”
Sabemos que há deputados com posições radicais ali a
favor do aborto e do homossexualismo. E sabemos qual é a posição de Feliciano:
ele é contra o aborto e contra o homossexualismo. Ele é radical por ter tais posições?
Como então achar o caminho do meio?
Os deputados radicais e Feliciano deveriam aceitar
meio aborto e meio homossexualismo para agradar ambas as partes?
Os cristãos em ditaduras pagam um alto preço, mesmo
suas vidas, para manter suas posições. E em regimes democráticos, podemos ser
chamados até de radicais. Seu texto, conscientemente ou não, fez isso, se juntando
a uma multidão de esquerdistas (secularistas e evangélicos) que tacham
Feliciano de radical e intolerante.
Você disse: “E qualquer um que tenha um mínimo
conhecimento de história sabe que, todas as nações verdadeiramente
democráticas, tiveram suas raízes no Cristianismo.”
O melhor exemplo disso são os EUA. Mas deveríamos dar
atenção às palavras de John Adams (1735-1826), segundo presidente dos Estados
Unidos, que disse sabiamente: “Nossa Constituição foi feita para um povo
cristão e com valores morais. Ela é totalmente inútil para o governo de um povo
sem esses princípios”.
Isto é, vemos um presidente americano confessando o
óbvio: um regime democrático é inútil para um povo sem princípios cristãos.
Não posso concordar quando você diz: “Sem democracia,
a voz da igreja se cala.” A voz da igreja não depende de democracia ou
ditadura. Durante dois mil anos de história, nem sempre tivemos democracia, mas
sempre tivemos a voz da igreja.
O problema maior é que, no aconchego da democracia,
a voz da igreja fala muitas vezes os interesses do mundo, não de Cristo. Não
foi isso, afinal, que você e outros importantes líderes evangélicos fizeram em
2002 usando suas vozes para dar apoio oficial a Lula? Ele não havia firmado um
compromisso com você e outros 500 pastores de que seu futuro governo não
promoveria o aborto e o homossexualismo? Na época, eu não lhe disse que Lula
estava mentindo?
Tentar ser um cristão seguindo esses ventos
“democráticos” leva a essas incoerências.
Parabéns pela fundação da Frente da Família.
Seu artigo me foi repassado por outros, que ficaram
chocados com o que leram. Depois, quando fui ler por mim mesmo, entendi o
choque. Fiquei também chocado.
Sobre bom senso e respeito, entendo que Feliciano está
demonstrando isso muito bem. Ele está sendo atacado de todos os lados, e
respondendo com brandura. Não tenho visto radicalismo nas reações dele neste
momento. Ele tem sido agredido de todos os lados, e sua resposta tem sido de muita
educação.
Mas, repetindo, seu texto diz: “os deputados que
compõem a CDH, e não só Feliciano, saiam de posições radicais e achem o caminho
do meio, que é o de Deus.”
Em que exatamente Feliciano tem sido radical neste
momento?
É fácil ver que Jean Wyllys, Erika Kokay e outros são
radicais. É fácil ver que o PT é radical na defesa de sua agenda de aborto e
gayzismo. Mas onde é que Feliciano tem sido radical como presidente da Comissão
de Direitos Humanos?
Você disse: “Todos sabemos que a intolerância apenas
leva as pessoas à violência, seja à violência das palavras, seja às vias de
fato.”
Onde Feliciano tem tido tal intolerância?
Você disse: “Onde você está? Por que não se mostra,
mas prefere agir sob o anonimato da rede?”
Se eu fosse um anônimo e desconhecido, você não teria
tido o trabalho de escrever seu longo comentário. E se você fosse anônimo para
mim, eu igualmente não me daria ao trabalho de dar uma resposta. Ninguém conversa
com anônimos. Estamos dialogando aqui porque ambos sabemos que não somos
anônimos.
Não foi de um anônimo que você pediu um exemplar
autografado do meu livro “O Movimento Homossexual.” Não foi para um anônimo que
você orou e teve uma visão de que por causa do chamado desse livro, eu seria
perseguido de lugar em lugar (veja aqui: http://bit.ly/YAuXI5). Ou você foi um falso visionário e
falso profeta? Acredito que não.
Além disso, meu texto não me apresenta como profeta.
Apenas diz que TODOS nós, que seguimos a Cristo, temos um papel profético:
“Todo pastor deveria saber que o papel dos filhos de Deus nos últimos dias,
conforme apontado pelo livro do Apocalipse, é fazer resistência ao sistema satânico
do Anticristo.”
Sendo profetas ou não, é nossa obrigação, conforme nos
instrui a Palavra de Deus, nos exortarmos uns aos outros como irmãos. Não
precisamos ser profetas para nos exortarmos.
Se o seu texto tivesse sido particular, daria para
fazer isso em particular. Mas como seu texto foi público, todos podem opinar,
comentar e — sim! — até mesmo criticar. Eu dei minha contribuição. Isso não é democracia?
Fonte: Mídia Sem Máscara
Divulgação: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
Blogagem profética: como um blog foi usado por Deus para
começar um grande incêndio contra o PLC 122
Para seguir Julio Severo no Facebook e Twitter:
http://twitter.com/julioseveroFacebook: http://www.facebook.com/pages/Blog-Julio-Severo/185623904807430
Nenhum comentário:
Postar um comentário