COMO RECONHECER UM CRENTE/EVANGÉLICO?

Este é o nome de um artigo postado em blog brasileiro. Veja o que dizem de suas filhas e de vocês, irmãos e irmãs evangélicos. Conteúdo EXTREMAMENTE OFENSIVO, impróprio para menores de idade. Fica a pergunta: ONDE ESTÃO AS AUTORIDADES DESTE PAÍS? Maiores de idade cliquem aqui.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A dialética satânica… ou não?

 

LUCIANO AYAN

 

Já falei no passado que defendo a idéia de estudarmos a Dialética Erística de Schopenhauer, não apenas para conhecê-la, mas sim para dominá-la a ponto de sermos capazes de identificar os estratagemas dos adversários a qualquer momento.

Não raro isso resultou em acusações, por parte de meus adversários, de que eu era um “erístico”. O conhecimento da Dialética Erística parecia-se, no mundo dos debates, com a leitura e prática dos mandamentos da Bíblia Satânica. (Aliás, sempre que me acusavam de erístico, eu pedia um exemplo do tipo “Qual dos estratagemas eu pratiquei?”, e geralmente ficava sem resposta)

Acho absurdo esse preconceito, pois o conhecimento dos estratagemas utilizados por debatedores desonestos irá tornar qualquer um mais apto a identificá-los de primeira e, assim, atuar para melhorar a qualidade do debate. A partir do momento em que o conhecimento dos truques se torna banalizado, a tendência é que os truques sejam colocados de volta no bolso, pois o praticante do estratagema agora poderá pensar duas vezes antes de ser ridicularizado em público. Esta ridicularização só poderá ocorrer com o pleno conhecimento dos truques, e, neste ponto, a Dialética Erística é fundamental.

Um manual como este de Schopenhauer só poderia ter saído da mente de alguém que perdeu as esperanças na espécie humana, e, exatamente por isso, foi capaz de apreender com mais facilidade as desonestidades que muitos filósofos cometiam em sua época.

Quando criou seu manual, Schopenhauer tinha em mente um desonesto-mor, Hegel, de quem era rival. Após a morte de seu adversário 1831, Schopenhauer preferiu não publicar sua Dialética Erística, que tornou-se sua obra póstuma. Mas creio que se tivesse publicado-a antes, ele talvez não tivesse se irritado tanto com as baboseiras de Hegel. Certa vez, escreveu Schopenhauer:

Não, nada restará de Hegel, dado que ele não pensou, antes se limitou a fazer malabarismos com as palavras. O que é que ele logrou alcançar realmente com todo o seu pedantesco e declamatório aparelho? Nada mais conseguiu do que substituir o senso comum por sabe-se lá que culto seco e ininteligível de um Grande Pã progressivo que se agita vivamente como um diabo debaixo da lógica desgastada do ser, do não-ser e do porvir, o qual para nada mais serve, no percurso cansativo e estéril para o qual o seu inventor o remete, do que para imitar os esquilos ou para fazer sonhar os condutores das carruagens puxadas por cavalos.

Aliás, não só restou muito de Hegel (infelizmente), como este pode ser definido como um dos precursores do marxismo, e co-responsável pela morte de milhões de pessoas. Em outro momento, Schopenhauer pegou ainda mais pesado:

Hegel? Um excrementador que provoca náuseas, um charlatão estampado, um novo-rico da cultura, um triste senhor… Atente-se nas suas produções: o que é que elas são para além de um vazio, fútil e enjoativo amontoado de palavras? E, contudo, quão brilhante se apresenta a carreira desta filosófica criatura ministerial! Para tanto bastaram uns poucos compadrios aviltantes que proclamaram a glorificação deste pseudofilósofo vil, tendo tais vozes ecoado de tal modo nos crânios vazios de milhares de cretinos, que ainda hoje se estão propagando: assim se conseguiu transformar em grande filósofo um cérebro mais do que mediano, aliás, um charlatão de baixo nível.

Eis então que o próprio Schopenhauer recorreu ao último estratagema de sua lista, o de número 38, o uso das ofensas pessoais como recurso final.

Hoje em dia, por outro lado, um conservador de direita que seja leitor da Dialética Erística e que tenha dominado estes conceitos, não precisará se irritar tanto, pois, calmamente, poderá encontrar fraudes argumentativas de forma muito fácil no discurso do oponente. Se Schopenhauer se irritou tanto com Hegel, provavelmente é por que não difundiu satisfatoriamente o conceito de sua Dialética Erística para a elite filosófica de sua época. Sem isso, foi fácil para que Hegel dominasse a mente dos acadêmicos como se fora um mago.

Mas com o domínio do manual de Schopenhauer podemos facilmente desmascarar muitas fraudes de nossos adversários, sempre em uma posição confortabilíssima. Talvez por isso eles não gostem que conheçamos essa obra. Eles tem tanta razão em nos querer longe deste material como um fraudador de TI tem razão em querer investigadores de fraudes corporativas longe dos melhores manuais de hackers.

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