Posted: 15 Jan 2014
12:57 PM PST
Um dos assuntos que mais
atormenta a mente de casais de namorados cristãos é a questão do sexo no
namoro. Por um lado o mundo prega que o importante é o amor e que está tudo
liberado desde que os dois se amem e se previnam usando camisinha, afinal,
podem ficar doentes com DSTs, podem ter uma gravidez indesejada, etc. Por outro
lado vários líderes cristãos apontam que a Bíblia diz que sexo no namoro é
pecado. Ainda existe outro lado a se considerar que é o “poder” dos hormônios,
que também fazem uma pressão significativa sobre o casal e tentam a todo custo
convencê-los de que atender aos desejos hormonais é o que vale.
Qual postura tomar diante
das opiniões do mundo, de líderes cristãos e dos próprios hormônios? Eu prefiro
adotar a postura bíblica, já que a Bíblia é nosso manual de fé e prática,
contém a vontade de Deus para nossas vidas em diversas áreas, inclusive na área
sexual. Vejamos então se biblicamente o sexo no namoro é aceitável:
Eu acho bastante
interessante a posição adotada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 7.9: “Caso,
porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver
abrasado.”. Parece bem óbvio que Paulo está falando aqui para aqueles
que não estão mais aguentando a vontade de transar. Algo bem parecido com o que
acontece hoje com alguns casais de namorados. Se sexo antes do casamento fosse
aceitável, não estaria mais de acordo que Paulo orientasse que se o casal se
amasse e fosse compromissado um com o outro fizesse logo sexo para acalmar
esses hormônios? Por que será que Paulo orientou que primeiro se casassem para
só depois desfrutarem do sexo? Parece bem claro que além do compromisso já
assumido desse casal, eles deveriam avançar na direção de um compromisso maior
(e aceitável) perante a sociedade e perante Deus. Paulo chamou esse compromisso
de casamento. A palavra grega usada por Paulo nesse texto é “gameo” e
significa “contrair núpcias, tomar por esposa, casar-se, dar-se em
casamento”. Ou seja, está claro aqui o valor do casamento. O mundo minimiza
esse valor, mas a Bíblia o maximiza e o coloca acima de nossos desejos
hormonais e da opinião pecaminosa do mundo.
Em 1 Coríntios 6.18 vemos
também algo importante sobre essa questão: “Fugi da impureza. Qualquer
outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a
imoralidade peca contra o próprio corpo.”. A palavra grega usada para
“impureza” nesse texto é “porneia” e é aplicada com o significado de “relações
sexuais ilícitas”. No contexto do texto apresentado, que fala sobre a união
do crente com Cristo e da “união” do crente com o pecado, Paulo usa o exemplo
de uma união sexual com uma prostituta (Veja em 1 Co 6.16). Nesse sentido fica
claro que temos aqui uma clara menção, dentre as várias formas de imoralidades
sexuais, do sexo antes do casamento como sendo impureza e imoralidade, coisa
que representa um pecado e da qual devemos fugir.
Temos ainda o famoso e
primeiro texto bíblico que fala sobre a questão da união de um casal: “Por
isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne.” (Gênesis 2.24). Esse texto nos traz uma ideia bem clara sobre a
vontade de Deus no relacionamento de um casal! Homem e mulher tornam-se “uma
só carne” – expressão usada para a relação sexual – após assumirem um
compromisso um com outro e perante a sociedade – “deixa o homem pai e mãe e
se une à sua mulher”. É evidente que o texto fala do sexo dentro de uma
união de casamento!
Porém, alguns sempre
argumentam: Mas na Bíblia não existiam cartórios! Alguns personagens se
conheciam e em pouco tempo já tinham relações sexuais, sem estarem casados “no
papel”, pois não existia nem papel (Exemplo: Isaque e Rebeca). Outros ainda
argumentam que o importante é o amor e não o papel, e que o compromisso de
casamento (que chamam de papel) só atrapalha.
Esses questionamentos
revelam um pouco de ignorância por desconhecimento do texto bíblico. É verdade
que os cartórios da atualidade, que têm a função de registrar diversos tipos de
questões perante a lei, inclusive os casamentos, não existiam na época bíblica.
Porém isso não significa que na época bíblica a coisa era liberada, que cada um
transava com quem queria e tudo bem, e Deus aplaudia tudo isso. Na época
patriarcal, por exemplo, os patriarcas detinham autoridade perante a sociedade
organizada. Eles e outras lideranças tinham poder de validar ou não questões e
negócios. Podiam inclusive julgar causas.
No caso, por exemplo, do
casamento de Isaque e Rebeca, Abraão constitui um procurador que fosse
encontrar uma esposa para seu filho Isaque diante de seus parentes longínquos.
Esse procurador encontrou essa esposa, colocou a questão do casamento perante a
família dela e perante Rebeca. Todos foram favoráveis. Após isso o “contrato”
de casamento estava feito e sacramentado perante todos os envolvidos e perante
a sociedade que os envolvia. Assim, Rebeca, a partir daquele momento era
oficialmente a esposa de Isaque. Após isso, e apenas após isso, Isaque se
deitou com Rebeca (Gênesis 24 – conferir versículo 67).
Além disso, no tempo em
que o povo Israelita recebeu de Deus “a Lei”, constava nela que Deus permitiria
o divórcio em alguns casos por causa do coração duro do ser humano, e que
mediante esse desejo do casal deveria ser expedida uma carta de divórcio
(Deuteronômio 24.1-4). Se existia a necessidade dessa regra diante de um
divórcio, é bem óbvio que existia também claramente perante a sociedade o
compromisso do casamento bem fundamentado e documentado. O próprio Jesus
discorreu sobre isso (Veja Mateus 5.31). Assim, esse argumento de a Bíblia não
falar sobre a legalização de uma união matrimonial é furado.
Ainda quero ressaltar que
não existe nenhuma menção positiva na Bíblia do sexo praticado antes do
casamento e nem qualquer orientação ou incentivo a respeito da prática de sexo
antes do casamento. Pelo contrário, essa atitude é enquadrada como pecado: “e
que, quando for outra vez, o meu Deus me humilhe perante vós, e chore eu sobre
muitos daqueles que dantes pecaram, e ainda não se arrependeram da impureza,
prostituição e lascívia que cometeram.” (2 Coríntios 12.21 – Grifos meus –
Cf. Gálatas 5.19; Colossenses 3.5). Todas as palavras grifadas apontam
para um uso errado da sexualidade. Observe a ênfase no uso de três palavras
diferentes para enquadrar tais práticas! Isso mostra uma preocupação grande com
os absurdos praticados e o quanto desagradam a Deus.
A menção positiva e o
incentivo que vemos na Bíblia é ao casamento como algo vindo de Deus para a
bênção do ser humano. O uso da sexualidade é abençoado – apenas – dentro dele: “Digno
de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque
Deus julgará os impuros e adúlteros.” (Hebreus 13.4). Observe que se o
matrimônio é digno de honra, as outras formas de união entre o casal que estão
fora do padrão de Deus são desonrosas, o que é claramente apontado pelo trecho “porque
Deus julgará os impuros e adúlteros”. O casamento é digno de honra porque é
instituição divina. As outras formas de união são invenções humanas e visam agradar
somente ao desejo pecaminoso do coração humano.
Assim vemos que está
bastante claro que o mundo não tem razão em sua posição sobre o sexo fora do
casamento, nem aquilo que os nossos hormônios nos dizem tem razão. A razão está
na Bíblia Sagrada e, conforme foi demonstrado acima, ela não apoia o sexo fora
da união do casamento, ou seja, se quer manter um namoro santo, deve se guardar
para desfrutar a vida sexual dentro daquilo que Deus nos orienta em Sua
Palavra.
Se não estão aguentando a
pressão, se estão, como Paulo disse “abrasados”, então é melhor que assumam a
sua responsabilidade um com o outro e se casem.
Antes de terminar, já ia
me esquecendo, aos que argumentam que o amor é o mais importante e que o papel
só atrapalha, digo que se o amor é realmente o mais importante na relação é
natural o desejo de se compromissarem perante a lei e perante Deus. Quando não
há o desejo desse compromisso, o que está em foco não é o amor, mas sim o
desejo egoísta de se aproveitar da outra pessoa de alguma forma. Como bem disse
Paulo:
“O amor é
paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses,
não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se
com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Co 13.
4-7).
O verdadeiro amor faz a vontade de Deus!
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