O antimarxismo estridente de Hitler
Antissemitismo e a luta nazista contra o marxismo soviético
Julio
Severo
Como é que foi possível uma Alemanha majoritariamente
cristã ser enganada pela ideologia nazista? O Rev. Erwin W. Lutzer, em seu
livro “Hitler’s Cross: How the Cross of Christ was used to promote the Nazi
agenda” (A Cruz de Hitler: Como a Cruz de Cristo era usada para promover a
agenda nazista), explica como os cristãos alemães abraçaram Adolf Hitler como
um salvador contra o marxismo:
“Muitos
padres e pastores foram enganados. O Padre Falkan, um padre paroquial católico,
disse: Devo confessar que fiquei contente de ver os nazistas chegarem ao poder,
pois naquela época senti que Hitler como católico era um homem temente a Deus
que poderia combater o comunismo em prol da Igreja Católica… o antissemitismo
dos nazistas assim como o antimarxismo deles apelavam para a Igreja Católica.’”
A verdade é que o antimarxismo dos nazistas apelava
não somente para os católicos, mas também para os luteranos, industrialistas e
conservadores na Alemanha. Para eles, Hitler só estava usando uma capa
socialista (Nacional Socialismo) para combater uma ideologia muito popular
entre as classes trabalhadoras alemães: o comunismo.
A luta de Hitler contra o marxismo soviético
O comunismo soviético estava ameaçando a Alemanha e
Hitler pôde unir alemães conservadores e cristãos (católicos e protestantes)
sob a bandeira de luta total contra o marxismo soviético. A condenação de
Hitler ao marxismo era explícita. Ele disse:
Marxismo: veneno mortal.
A face feia do marxismo.
A democracia no Ocidente hoje é o
precursor do marxismo. A democracia oferece um terreno propicio, no qual
consegue desenvolver-se a epidemia [marxista].
O problema mais importante que
confronta a Alemanha: o marxismo.
Expressei pela primeira vez a
convicção de que a questão do futuro da nação alemã é a questão da destruição
do marxismo.
Uma praga como o marxismo.
A obra de destruição do marxismo, a
sua propaganda envenenadora, cega o povo.
O marxismo tem que ser aniquilado.
O marxismo marchará com a democracia
até que consiga, por via indireta, os seus criminosos fins.
Esforçava-me, por todos os meios ao
meu alcance, por convencê-los da perniciosidade dos erros do marxismo.
O problema futuro da nação alemã
devia ser o aniquilamento do marxismo. Na funesta política de alianças da
Alemanha eu via apenas o fruto da ação destruidora dessa doutrina. O pior era
que esse veneno destruía quase insensivelmente os fundamentos de uma sadia
concepção do Estado e da economia, sem que os por ele atingidos se apercebessem
de que a sua maneira de agir, as manifestações da sua vontade já eram uma
consequência destruidora do marxismo… Muitas vezes se tentou procurar um
remédio para essa enfermidade, mas confundiam-se os sintomas com a causa. Como
ninguém conhecia ou queria conhecer a verdadeira causa do mal-estar da nação, a
luta contra o marxismo não passou de um charlatanismo sem eficiência.
Essas ideias espantosamente antimarxistas, sustentadas
por Adolf Hitler em sua autobiografia “Mein Kampf” (Minha Luta), publicada em
1926, conquistariam qualquer audiência antimarxista moderna.
Se, como o escritor socialista George Orwell disse,
“Durante tempos de engano universal, dizer a verdade se torna um ato
revolucionário,” então Hitler demonstrou um ato revolucionário ao dizer a
verdade sobre o marxismo. Aliás, ele revolucionou sua geração com seu
antimarxismo. E qualquer outro indivíduo em nossos dias corajoso o suficiente
para dizer a verdade sobre o marxismo estaria fazendo um ato revolucionário.
Com seu discurso antimarxista estridente e
inflamatório, Hitler levou a Alemanha a uma euforia incrivelmente antimarxista que
acabou lhe dando total poder político por meios democráticos. O que de forma
especial o impulsionou ao poder foi o ambiente ideal: A Alemanha estava
passando por uma grave crise econômica.
Richard J. Evans, em seu livro “A Chegada do Terceiro
Reich” (Editora Planeta do Brasil, 2010), comentou: “Pequenas empresas e
oficinas foram especialmente atingidas. Em sua incompreensão das forças mais
amplas que estavam destruindo seu meio de vida, aqueles mais gravemente
afetados acharam fácil acreditar nas afirmações de jornalistas católicos e
conservadores de que os financistas judeus eram os culpados.”
No entanto, nas suas campanhas para se eleger Hitler
não focava nos judeus. Seu foco era o marxismo soviético. “Num discurso para
centenas de empresários em 1932, Hitler culpou o marxismo pelos problemas da
Alemanha, mas nem chegou a mencionar os judeus. Evans disse: ‘O antissemitismo,
tão proeminente na propaganda nazista na década de 1920, assumiu posição
secundária e teve pouca influência em conquistar apoio para os nazistas nas
eleições do início da década de 1930.’” (Joseph Keysor “Hitler, the Holocaust,
and the Bible: A Scriptural Analysis of Anti-Semitism, National Socialism, and
the Churches in Nazi Germany” [Hitler, o Holocausto e a Bíblia: Uma Análise
Bíblica do Antissemitismo, Nacional Socialismo e as Igrejas na Alemanha
Nazista] Athanatos Publishing Group.)
O discurso dele contra o marxismo soviético acabou lhe
garantindo vitória.
Em seu livro “Hitler, God, & the Bible” (Hitler,
Deus e a Bíblia), publicado por WND Books em 2012, Ray Comfort disse: “Se
Hitler era qualquer coisa, ele era um mestre da propaganda. A fim de o Partido
Nazista se levantar, ele fez campanhas em prol do fim do marxismo…”
De acordo com Comfort, ele unificou as igrejas alemãs
nessa missão.
A luta de Hitler contra o marxismo judaico
Entretanto, havia um problema. A verdade e revolução
dele incluíam a demonização dos judeus. A demonização do marxismo e a
demonização dos judeus andavam de mãos dadas. A motivação dele era o
antissemitismo. Ele rejeitava o marxismo porque havia sido criado por um judeu.
Ele rejeitava o marxismo porque estava sendo liderado de modo proeminente por
judeus russos. Ainda que não tivesse um foco nos judeus em sua campanha de 1932
para se eleger, Hitler disse em sua autobiografia de 1926:
Abriram-se-me os olhos para dois
perigos que eu mal conhecia pelos nomes e que, de nenhum modo, se me
apresentavam nitidamente na sua horrível significação para a existência do povo
germânico: marxismo e judaísmo.
No bolchevismo russo, precisamos ver
a tentativa empreendida pelos judeus do século XX de alcançar a dominação do
mundo.
Karl Marx, autor de O Capital, era
filho de pais protestantes, que haviam se convertido do judaísmo. Como muitos
outros que mais tarde se identificaram com o socialismo, conhecido anteriormente
em suas formas utópicas na França, ele foi educado na filosofia neo-hegeliana.
Na época essa doutrina destacadamente evolucionista entrou em conflito com o
Cristianismo luterano de um modo convencional e fundamentalista. Parecia não
haver chance de reconciliação entre filosofia e religião.
Por isso, o marxismo internacional é
simplesmente a versão aceita pelo judeu Karl Marx de idéias e conceitos já há
muito tempo existentes de fato sob a forma de aceitação de uma determinada fé
política. Sem o alicerce de uma semelhante intoxicação geral já existente,
jamais teria sido possível o espantoso êxito político dessa doutrina. Entre os
milhões de indivíduos de um mundo que lentamente se corrompia, Karl Marx foi,
de fato, um que reconheceu, com o olho seguro de um profeta, a verdadeira
substância tóxica e a apanhou para, como um feiticeiro, com ela aniquilar
rapidamente a vida das nações livres da terra. Tudo isso, porém, a serviço de
sua raça.
A doutrina judaica do marxismo
repele o princípio aristocrático na natureza.
A força que deu ao marxismo a sua
espantosa influência sobre as massas não foi a obra intelectual preparada pelos
judeus, mas sim a formidável propaganda oral que inundou a nação, acabando pela
dominação das camadas populares… Esse livro não foi escrito para o povo mas
exclusivamente para os líderes intelectuais da máquina que os judeus montaram
para a conquista do mundo.
Em seu livro “Beyond Totalitarianism: Stalinism and Nazism Compared” (Além
do Totalitarismo: Stalinismo e Nazismo Comparados), publicado pela Cambridge
University Press em 2009, Michael Geyer e Sheila Fitzpatrick revelaram que a
luta nazista contra a União Soviética era uma luta racial. Eles disseram:
A intenção de Hitler era conduzir a guerra contra a
União Soviética como uma guerra político-ideológica e racial-ideológica de
destruição… a prontidão de conduzir uma cruzada anti-bolchevique implicava um
acordo de prosseguir a guerra como uma guerra racial contra o “bolchevismo
judeu.”
Ao mesmo tempo, os autores admitem: “Os comissários bolcheviques… eram
muitas vezes judeus.”
Proeminência dos judeus
Depois da eleição de Hitler, o antissemitismo visto em
“Mein Kampf” ressuscitou com vingança e Hitler voltou a enfatizar os judeus
como uma ameaça tão importante quanto o marxismo soviético, fazendo parecer que
os judeus tinham uma proeminência exclusivamente maligna em tudo. Mas essa é
uma mentira grosseira e maliciosa. Já que Deus abençoou Abraão, Isaque e Jacó e
seus descendentes, os judeus têm uma proeminência e excelência em tudo em que
se envolvem. Os judeus estavam envolvidos no nascimento dos Estados Unidos?
Sim. O resultado? Excelente! Os judeus estavam envolvidos no nascimento da
União Soviética? Sim. O resultado? Horrível.
Se os judeus tivessem proeminência exclusivamente em
eventos malignos, os caluniadores teriam razão para condená-los. Mas esse não é
o caso. Como todo mundo mais, os judeus estão envolvidos em eventos malignos e
bons. E pelo fato de que eles têm uma bênção especial de Deus, tudo o que eles
tocam, bom ou mau, se torna muito melhor ou muito pior. Por isso, o jeito certo
de canalizar a bênção de Deus, especialmente bênçãos econômicas, concedidas aos
judeus é uma união com cristãos verdadeiros. Tal união e bom canal aconteceram
no nascimento dos Estados Unidos. O jeito errado de canalizar as bênçãos
judaicas é deixar que os ateus as usem para avançar sua causa. O Dr. Bernard
Nathanson, o aborteiro mais proeminente do mundo, era ateu de origem judaica.
Ele havia presidido mais de 60 mil abortos nos EUA. O caso dele poderia ser
facilmente usado por antissemitas para declarar que todos os judeus são maus.
No entanto, Nathanson acabou questionando seu negócio de aborto e o abandonou.
Além disso, o único Salvador da humanidade, Jesus Cristo, é judeu. Ele é tal
bom exemplo judaico colossal que facilmente ultrapassa qualquer mau exemplo
judeu, especialmente Karl Marx.
Os que odeiam os judeus deveriam se lembrar de que
Jesus não é brasileiro, americano, russo ou árabe. Ele é judeu! Os que odeiam
os judeus por si odeiam também Jesus.
Por causa da aliança de Deus com os descendentes de
Abraão, Isaque e Jacó, os judeus sempre têm um grande potencial para extremo
bem ou mal. Contudo, nenhum judeu mau ultrapassará, em proeminência, ao supremo
Judeu Bom, Jesus.
Embora a motivação de Hitler para atacar o marxismo
soviético fosse seu ódio aos judeus, a motivação dos judeus para ajudar a
fundar a União Soviética não foi ódio aos russos. O antigo governo czarista era
tão antissemita quanto a Inquisição católica ou até mesmo o sistema nazista. Os
judeus russos, auxiliados por capitalistas americanos, ajudaram a fundar o
sistema soviético para salvar os judeus da perseguição e morte do governo
czarista.
Henry Ford: Judeus, os principais problemas do mundo
A crítica de Hitler ao marxismo e, simultaneamente,
aos judeus não era de modo algum um trabalho pioneiro. Seis anos antes da
publicação de “Mein Kampf” na Alemanha, o magnata da indústria automobilística
Henry Ford Sr. lançou nos Estados Unidos seu livro antissemita “O Judeu
Internacional: O Principal Problema do Mundo,” publicado em 1920. “O Judeu
Internacional” foi publicado em várias línguas e disseminado amplamente nos
Estados Unidos e no exterior. A primeira edição brasileira foi publicada pela
Editora Globo em 1933. Esse livro americano, muito popular hoje na internet,
era muito mais estridentemente anti-judeu do que Mein Kampf. Nele Ford disse:
Werner Sombart, em sua obra “Os
Judeus e o Capitalismo Moderno,” diz que “se as condições nos Estados Unidos
continuarem a se desenvolver da mesma forma que na última geração, se as taxas
de imigração e aumento da natalidade entre as diversas nacionalidades
permanecerem a mesma coisa, nossa imaginação pode fazer um quadro mental dos
Estados Unidos daqui a cinquenta ou cem anos como um país habitado tão-somente
por eslavos [russos], negros e judeus, entre os quais os judeus naturalmente
ocuparão a posição de liderança econômica.” Sombart é um escritor pró-judeu.
A questão é: Se os judeus controlam
tudo, como foi que isso aconteceu? Os EUA são um pais livre. Os judeus perfazem
apenas três por cento da população. Para cada judeu, há 97 gentios. Para os 3
milhões de judeus nos Estados Unidos, há 97 milhões de gentios. Se os judeus
controlam tudo, é por causa da capacidade superior deles, ou é por causa da
inferioridade e atitude indiferente dos gentios?
Os verdadeiros capitalistas do mundo
são judeus, que são capitalistas por amor ao capital.
Os judeus criaram o capitalismo, nos
dizem. Mas o capitalismo demonstrou ter mau comportamento. Por isso, agora os
criadores judeus vão destruir sua criação. Eles fizeram isso na Rússia. E
agora, o povo americano será bonzinho e deixará seus benfeitores judeus fazerem
o mesmo nos EUA?
Mas os judeus não destruíram o
capitalismo na Rússia. Quando Lênin e Trotsky fizerem seu discurso de despedida
e se aposentarem sob a influência protetiva dos capitalistas judeus do mundo,
todos verão que apenas o capital dos gentios e russos foi destruído, e que o
capital judeu foi entronizado.
A conclusão, quando todos os fatos
são considerados, é irresistível, de que a revolução bolchevique foi um
investimento cuidadosamente preparado pelos banqueiros judeus internacionais.
No capítulo 15, intitulado “Será que o ‘Kahal’ Judeu é
o ‘Soviético’ Moderno?” de seu livro, Ford diz:
O soviético não é uma instituição
russa, mas judaica. Essa invenção dos judeus russos não é de hoje, nem é um
instrumento político novo que foi estabelecido como um canal das ideias de
Lênin e Trotsky. O soviético é de origem judaica antiga, um instrumento que os
próprios judeus inventaram para manter sua vida racial e nacional diferenciada
depois que os romanos conquistaram a Palestina. O bolchevismo moderno, que é
hoje conhecido como meramente a capa exterior de um golpe há muito tempo
planejado para estabelecer a dominação de uma raça, imediatamente fundou a
forma soviética de governo porque os judeus de todos os países que contribuíram
para o bolchevismo russo haviam há muito tempo sido treinados na natureza e
estrutura soviética.
Há também um capítulo inteiro, 19, intitulado “A Marca
Totalmente Judaica da ‘Rússia Vermelha.’”
No capítulo 20, intitulado “Testemunho Judaico em
Favor do Bolchevismo,” Ford diz:
É muito bem conhecido que “o que o
idealismo judaico e o descontentamento judaico contribuíram de forma tão
potente para realizar na Rússia” vem também sendo tentado nos Estados
Unidos.
O “idealismo judaico e o
descontentamento judaico” não são dirigidos contra o capital. O capital é
alistado a seu serviço. A única ordem governamental contra a qual a campanha
judaica é dirigida é a ordem governamental gentílica; e o único “capital” que
ela ataca é o capital dos gentios.
Os pensamentos do capitalista Ford são espantosamente
semelhantes aos pensamentos do nacional socialista Hitler. Mais tarde, Ford
pediu desculpas públicas por seu livro antissemita e Hitler tratou sua própria
biografia como bobagem.
Entretanto, “Mein Kampf” e especialmente “O Judeu
Internacional” têm sido um ferramental particularmente poderosa hoje para
indivíduos antissemitas que estão tentando validar suas convicções de ódio.
Embora ambos livros outrora alcançassem milhares, seu alcance é agora ainda
maior na internet. Hoje, eles podem tocar uma geração inteira, conectada ao
ódio anti-judeu através da internet. Ambos livros têm sido favoritos entre
muçulmanos.
Quase 70 anos antes desses livros, o fundador do marxismo
expressou as mesmas ideias odiosas, conforme mostrou o Rev. Richard
Wurmbrand, um pastor luterano romeno de origem judaica radicado nos EUA, em seu
livreto “Marx and Satan” (Marx e Satanás). O Rev. Wurmbrand disse:
Embora fosse judeu, Marx escreveu um livro maligno anti-judeu
chamado “A Questão Judaica.” Em 1856, ele escreveu no jornal The New York
Tribune um artigo intitulado “O Empréstimo Russo,” em que lemos: “Sabemos que
por trás de todos os ditadores está um judeu, assim como atrás de todos os papas
está um jesuíta. Assim como o exército de jesuítas mata toda liberdade de
pensamento, assim também o desejo dos oprimidos teria chance de sucesso, a
utilidade das guerras incitadas por capitalistas cessaria, se não fosse pelos
judeus, que roubam os tesouros da humanidade. Não é de admirar que 1856 anos
atrás Jesus expulsou os agiotas do templo de Jerusalém. Eles eram como os
agiotas de nossa época que estão atrás dos ditadores e das ditaduras. A maioria
deles é judeu. O fato de que os judeus ficaram tão fortes a ponto de colocar em
perigo a vida do mundo faz-nos expor a organização deles e o proposito deles,
para que o fedor disso desperte os trabalhadores do mundo para combater e
eliminar tal câncer.”
Marx não expressou sua ideia na União Soviética ou na
Alemanha nazista, que não existiam na década de 1850. Ele fez isso no coração
da imprensa americana, Nova Iorque, na nação mais capitalista do mundo.
Marx era um homem envolvido em ocultismo que abraçou uma luta contra o capitalismo,
uma luta que acabou trazendo desastres e genocídios para a humanidade. As obras e legado de um ocultista são confusão,
enganação espiritual e morte.
Confusão: Hitler era esquerdista ou direitista?
Duas questões aparentemente contraditórias na luta de
Hitler contra o marxismo soviético eram que 1) o movimento nazista era o Partido
dos Trabalhadores Alemães Nacional Socialista, e 2) a Alemanha nazista era
socialista por causa de seu tratado que durou poucos meses em 1939 com a União
Soviética, a maior potência socialista do mundo na época.
Como um homem profundamente envolvido em práticas
esotéricas e ocultistas, Hitler era um mestre do engano e espertamente criou um
movimento com apelo socialista, para distanciar o povo alemão do marxismo
soviético. O libertário inglês Tim Stanley explica melhor sua enganação e
estratégia:
Então, como é que se explica a razão
pela qual Hitler muitas vezes se chamava socialista? É uma questão de moda: nas
décadas de 1920 e 1930, o socialismo era a onda do futuro e tinha um efeito
enorme no discurso político. Muita gente usava a terminologia do marxismo sem
necessariamente ter ligação com ele ou até mesmo sem necessariamente
compreendê-lo. E muitos governos falavam da necessidade de levantar os padrões
de vida, ajudar os pobres ou até mesmo administrar a economia — mas nós não os
chamaríamos marxistas. Os Estados Unidos tinham sua política econômica do “New
Deal”; a Suécia tinha sua democracia social. Os japoneses militarizaram seu
país inteiro, mas fizeram isso para expandir o domínio de um imperador que eles
pensavam era um deus vivo, o que dificilmente é uma conduta comunista clássica.
Na Inglaterra, o governo de Stanley Baldwin gastou milhões num programa de
construção de casas e fundou a BBC, de propriedade do Estado, Mas Stanley não
era Stálin.
Que Hitler não era socialista ficou
evidente semanas depois que ele se tornou chanceler da Alemanha, quando ele
começou a prender socialistas e comunistas.
O marxismo é definido por luta de
classes, e o socialismo é concretizado com a vitória total do proletariado
contra as classes governantes. Em contraste, Hitler ofereceu uma aliança entre
trabalho e capital na forma de corporativismo — com o propósito expresso de
impedir a luta de classes. Os marxistas viam isso como uma das fases do
desenvolvimento capitalista e poucos na época legitimamente interpretaram o
Terceiro Reich como uma sociedade socialista. O radical George Bernard Shaw,
por exemplo, certamente expressou simpatia por Hitler quando ele subiu ao
poder, mas depois descreveu o socialismo do ditador como fraudulento — como um
jeito de atrapalhar a revolução inevitável. Na opinião de Shaw, Hitler usava a
“mais nova máscara do capitalismo.”
Considerando que o ditador adorava o
apoio de uma burguesia que aceitava que era necessário fazer sacrifícios para
defender seus lucros contra o socialismo, dá para definir o Terceiro Reich como
capitalismo adotando aspectos da economia socialista a fim de defender os
interesses dos capitalistas. Shaw estava certo.
Tim
Stanley diz que, para Hitler, derrotar o movimento comunista “judaico” era a
única coisa que era realmente importante.
A enganação ocultista de Hitler é evidente na confusão
que as pessoas enfrentam ao tentarem descrevê-lo hoje. Por exemplo, toda vez
que os ateus insistem em que ele era um exemplo de chauvinismo católico e
cristão eles esquecem o ódio intenso dele ao Cristianismo. Toda vez que os
cristãos tentam retratá-lo como ateu, eles esquecem como ele usava, com
alegria, linguagem cristã ou adorava trabalhar com colaboradores católicos e
luteranos. Toda vez que os direitistas tentam retratá-lo como socialista, eles
esquecem as conexões dele com industrialistas e intenso ódio ao marxismo
soviético. E toda vez que os esquerdistas tentam retratá-lo como direitista,
eles esquecem como ele socializou a economia alemã no final da década de 1930,
embora não por amor à construção do socialismo, mas para preparar a Alemanha
para a guerra.
Independente se você escolhe ver Hitler como
esquerdista ou direitista, ele era um ocultista. Um homem envolvido em
ocultismo usará qualquer causa disponível, quer seja uma causa esquerdista ou
direitista, para avançar seus objetivos ocultos. No caso de Hitler, sua
bandeira principal era a luta contra os judeus e contra o marxismo soviético.
Qualquer causa ou luta que ele adotasse, contra o marxismo ou contra o
capitalismo, terminaria em desastre, porque ele era ocultista. As obras e legado de um ocultista são
confusão, enganação espiritual e morte.
Como evidência de que a Alemanha nazista era
exclusivamente socialista, muitos apontam para o Pacto Soviético-Nazista de
1939, o qual durou apenas alguns meses. Contudo, se tal união de vida curta com
a União Soviética é evidência de que a Alemanha nazista era socialista, o que
os mesmos críticos diriam sobre a aliança entre EUA e União Soviética, a qual
durou de 1941 a 1945 durante a 2ª Guerra Mundial, por muito mais tempo do que a
curta aliança entre nazistas e soviéticos?
A diferença mais importante era que enquanto a
Alemanha nazista massacrou milhões de judeus na Europa, a União Soviética tinha
judeus em sua liderança política e militar, inclusive no Exército Vermelho.
Embora Henry Ford tivesse pedido desculpas pelo “Judeu
Internacional,” mais tarde ele aceitou a Grande Cruz da Águia Alemã do governo
nazista de Hitler em julho de 1938. Um dos capitalistas americanos mais
proeminentes sendo premiado por um governo “socialista”? Como um capitalista antimarxista
e anti-judeu, Ford estava apenas sendo premiado por um governo antimarxista e
anti-judeu. Ele nunca recebeu tal prêmio da União Soviética, que era marxista e
não anti-judeu, pelo menos não enquanto Hitler estava vivo.
Raça inferior e burra: judeus e russos?
Adolf Hitler e Ford usavam o fato de que Karl Marx era
judeu e que muitos defensores do marxismo na União Soviética eram judeus como
um pretexto justo para demonizar os judeus. Com Ford e Hitler, a demonização do
marxismo e a demonização dos judeus andavam de mãos dadas.
Hoje, na demonização do marxismo, o judeu foi
substituído pelo russo. A demonização do marxismo e a demonização dos russos
andam de mãos dadas em muitos círculos conservadores, que parecem ver Karl Marx
como russo e, de modo semelhante, os defensores do marxismo como russos. Aliás,
eles parecem ver os russos em si como personificações do mal e do marxismo,
exatamente como Hitler e Ford viam os judeus em si como personificações do mal
e do marxismo.
Se no passado havia infinitas teorias de conspiração
sobre os judeus, agora há infinitas teorias de conspiração sobre os russos. Essas
teorias são interessantes, pois ao mesmo tempo em que tradicionalmente Hitler e
muitos outros retratavam os russos como eslavos inferiores e ignorantes
incapazes de elevados projetos políticos e militares, a propaganda deles
apresentava as conspirações eslavas ou russas como fenomenalmente ameaçadoras.
A propósito, os judeus eram semelhantemente vistos como inferiores e
ameaçadores.
Os nazistas eram tremendamente contraditórios no modo
como retratavam os russos. Para eles, os russos eram inferiores, desprezíveis
(só porque eles estavam ligados a judeus marxistas) e incompetentes em façanhas
militares e políticas. Mas eles eram, inacreditavelmente, uma ameaça
extraordinária e cósmica (de novo, só porque eles estavam ligados a judeus
marxistas)!
Essa propaganda nazista sobreviveu mesmo depois que a
União Soviética caiu em 1990. Hoje, a Europa pró-homossexualismo, muitas vezes
sob pressão de um governo americano igualmente pró-homossexualismo, fica
retratando os russos como inferiores, desprezíveis e uma ameaça, ainda que a
Rússia seja a única potência que protege sua sociedade contra a agenda gay
agressiva. Ao mesmo tempo, a Europa, com a bênção dos EUA, vem recebendo
milhões de imigrantes muçulmanos ilegais, cujas crenças não meramente rejeitam
a agenda gay, mas matam homossexuais. Eles gostam especialmente de matar
cristãos. Esses imigrantes e seu fanatismo islâmico são uma ameaça real e a
civilização europeia está em perigo sério de extinção por causa deles. Mesmo
assim, os russos são retratados como uma ameaça maior, ainda que a oposição
russa, diferente da oposição islâmica, à agenda gay não envolva o assassinato
de homossexuais.
O multiculturalismo politicamente correto na Europa e
nos EUA abraça de coração os muçulmanos e sua ideologia assassina erroneamente
chamada de “religião de paz,” mas não tolera os russos, que são
majoritariamente cristãos ortodoxos.
Para
o multiculturalismo europeu e americano, os russos cristãos ortodoxos são
inferiores aos muçulmanos. Não diferente do “multiculturalismo” nazista, que
abraçava plenamente alianças com muçulmanos enquanto tratava os russos como
inferiores.
Em seu livreto “Marx e Satanás,” o Rev. Richard Wurmbrand explica que o
fundador do marxismo tinha as mesmas ideias nazistas sobre os eslavos e os
russos. Ele disse:
Marx escreveu na sua virada de ano novo de 1848 acerca
da “ralé eslava,” que incluía russos, checos e croatas. O destino não havia deixado
nada de resto para essas raças “retrógradas,” a não ser “a tarefa imediata de
perecer na tempestade revolucionária mundial.”
“A futura guerra mundial fará com que não só classes e
dinastias reacionárias, mas também povos reacionários inteiros, desapareçam da
face da terra. E isso será progresso.”
“O próprio nome deles desaparecerá.”
Hitler e Marx tinham pelo menos três preferências em comum: ambos eram
ocultistas e desprezavam judeus e russos.
Genocídio nazista de prisioneiros russos
O ódio de Hitler ao marxismo soviético e ao papel dos
judeus nele era evidente no modo como os nazistas tratavam os prisioneiros
soviéticos de guerra, especialmente porque o Exército Vermelho tinha aproximadamente
500 mil judeus militares, entre soldados e oficiais de alta patente. Crystal
Rayle, no artigo “Cativos do Inferno: O Tratamento de Prisioneiros Soviéticos
de Guerra Capturados pelo Exército Nazista 1941-1942” (Greensboro Historical
Review, edição 1, maio de 2008, publicado pela Universidade da Carolina do
Norte, EUA) disse:
Os russos prisioneiros de guerra capturados pela
Wehrmacht (forças armadas) nazista durante a 2ª Guerra Mundial sobreviveram a
algumas das formas mais desumanas de tratamento imaginável. A propaganda
nazista decisivamente influenciou a crença de que os soviéticos estavam,
juntamente com os judeus da Europa, conspirando contra a Alemanha, resultando
na captura e subsequente genocídio de milhões de prisioneiros soviéticos de
guerra.
Os historiadores tendem a concordar que os alemães
trataram os prisioneiros soviéticos de guerra com mais crueldade do que outros
prisioneiros de guerra, inclusive a noção de que eles foram deliberadamente
aniquilados.
Ao lado dos judeus, os prisioneiros soviéticos de
guerra foram o segundo maior grupo de vítimas cujas vidas foram destruídas pelo
regime nazista.
Os prisioneiros soviéticos de guerra, ainda
que fossem as segundas maiores vítimas da 2ª Guerra Mundial, tendem a ser
considerados como as “outras” vítimas. Embora nada possa se comparar com as
experiências dos seis milhões de judeus que perderam a vida durante o
Holocausto, os prisioneiros soviéticos de guerra merecem uma presença mais
forte na história do genocídio. Os nazistas consideravam os soviéticos,
diferente de outros grupos, como inimigos políticos e raciais do Reich. Os
soldados despachados para defender a União Soviética eram perseguidos por causa
de sua inferioridade racial como um povo eslavo bem como por sua ligação com o
bolchevismo [marxismo soviético].
Os prisioneiros [soviéticos] de guerra se
tornaram as primeiras cobaias do uso do gás venenoso Zyklon B [usado depois nos judeus].
O raciocínio de ódio de Hitler pelo
bolchevismo e pelo comunismo surgiu de sua ideia de que o bolchevismo era um
produto dos judeus.
Hitler demonizava os soviéticos
descrevendo-os como tendo um corpo eslavo-tártaro com uma cabeça judaica.
Hitler acreditava que o marxismo era um produto dos judeus.
De acordo com Rayle, Hitler odiava os russos porque em
sua mente os judeus e os marxistas soviéticos estavam basicamente ligados.
Considerando que Hitler — que era aliado dos
palestinos islâmicos e tolerava tanto o islamismo, mas não os judeus — foi
derrotado décadas atrás e que a União Soviética caiu muitos anos atrás, como
explicar que os EUA e a Europa toleram tanto o islamismo, que ameaça extinguir
a civilização americana e europeia, e sejam tão intolerantes com a Rússia, cujo
Cristianismo ortodoxo poderia ser um aliado contra o islamismo, a maior máquina
assassina da história?
Se queremos destruir essa máquina, não deveríamos
fazer o que Hitler fez: ser inimigo dos judeus e ser amigo dos inimigos
islâmicos deles.
Comparado
com o marxismo, o islamismo é uma ameaça significativamente maior. Conforme
mostrou o exemplo de Hitler, uma luta estridente contra o marxismo soviético
pode ser uma cobertura para um grande mal.
Esta é uma guerra de sobrevivência.
Se os EUA e a Europa quiserem sobreviver ao ataque
islâmico e marxista violento, não deveriam fazer como Hitler fez. Em vez disso,
deveriam alistar e abraçar a colaboração de judeus e russos.
Todos eles deveriam se livrar de quaisquer
sentimentos, opiniões e políticas hitleristas e islâmicos contrários aos judeus
e especialmente a Israel.
E eles deveriam ter o cuidado com uma luta estridente
contra o marxismo, que foi a desculpa perfeita usada por Hitler para lutar
contra os judeus. Seu encantamento de confusão é poderoso mesmo hoje.
União com os judeus (especialmente pleno
reconhecimento da Terra Prometida como presente dado por Deus a eles e de
Jerusalém como sua capital legítima) pode salvar os EUA, a Europa e a Rússia de
um futuro infernal islâmico.
Com informações da Biblioteca Virtual Judaica, Mein
Kampf, The International Jewish e Telegraph.
Versão
em inglês deste artigo: Hitler’s
Strident Anti-Marxism
Fonte:
www.juliosevero.com
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