16 de março de 2014
PT se aproxima de igrejas históricas e prega reconciliação (de novo!)
Gilberto Carvalho, que havia prometido disputa ideológica com televangelistas neopentecostais para expandir metas socialistas no Brasil, se reúne com líderes de igrejas protestantes históricas
Julio Severo
Em 2012 durante sua participação no Fórum Social de Porto Alegre, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, falou em uma disputa ideológica com os televangelistas neopentecostais pela classe C da população brasileira.
Na época sua fala foi duramente criticada pelo senador Magno Malta e durante encontro com a bancada evangélica o ministro alegou que suas palavras foram “mal interpretadas.” Apesar de culpar a imprensa, Gilberto Carvalho negou-se a assinar um documento para confirmar que ele não atacou os televangelistas e sua influência no público da classe C.
Entretanto, incapaz de estabelecer um relacionamento mais sólido com esses televangelistas, na última quinta-feira (13 de março de 2014) Carvalho comandou uma reunião do governo do PT com líderes das igrejas históricas do Brasil. De acordo com o site oficial da Secretaria-Geral da Presidência da República via GospelPrime, participaram da reunião líderes da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Metodista do Brasil, Igreja Presbiteriana Independente, Convenção Batista Nacional, Exército da Salvação, Igreja Presbiteriana Unida, Associação de Missões Transculturais do Brasil e da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE).
“Queremos estimular diálogos e parcerias. Queremos que as igrejas, sem se partidarizar, possam ser uma voz mais ouvidas, e que assim sejam estimuladas a ampliar sua ação em benefício do nosso povo”, afirmou Carvalho.
Não é a primeira vez que Carvalho participa de uma reunião sobre parceria com igrejas históricas e prega reconciliação. Em 28 de fevereiro de 2013, ele se reuniu com Ariovaldo Ramos, juntamente com 70 líderes evangélicos da Aliança Evangélica, especialmente de igrejas protestantes históricas. No evento, realizado na Igreja Presbiteriana de Brasília, Ariovaldo disse: “Vamos apoiar as ações do Governo que favorecem o pequeno, o pobre… Queremos ser um instrumento de parceria.”
Depois dessa parceria com Ariovaldo e a Aliança Evangélica, não houve registro desses líderes cobrando do governo do PT suas campanhas obsessivas em prol do aborto e da agenda gay. Pelo contrário, a grande pressão contra essas campanhas veio exatamente de Silas Malafaia, Marco Feliciano e televangelistas neopentecostais, que são a grande preocupação de Carvalho.
O que se viu foi Ariovaldo, juntamente com muitos desses líderes protestantes tradicionais, assinando um manifesto contra a nomeação de Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Por coincidência, o manifesto protestante contra Feliciano estava alinhado com os desejos de Carvalho, do governo do PT e de todas as esquerdas brasileiras.
Se tal parceria entre governo do PT e igrejas históricas significa oposição esquerdista estridente a pastores contra o aborto e a agenda gay, o manifesto de Ariovaldo foi um sucesso.
De acordo com o tabloide sensacionalista Genizah, o encontro recente com Carvalho ocorreu no seguimento da realização do evento da ANAJURE — onde o palestrante de destaque, Thomas Schirrmacher, se destacou igualmente por ter sido palestrante na Conferência “Christ at the Checkpoint.” Schirrmacher alegou que a conferência é sobre “reconciliação” entre israelenses e palestinos, mas o próprio governo de Israel emitiu comunicado público dizendo que a Conferência “Christ at the Checkpoint” instiga ódio a Israel.
Com a maioria das igrejas evangélicas do Brasil sendo pentecostais e neopentecostais, o que a ANAJURE espera unindo, como já faz Ariovaldo e sua Aliança Evangélica, os protestantes tradicionais em “conversações” com Carvalho?
As igrejas históricas parecem não representar preocupação para Carvalho. Em dezembro de 2013, o CONIC, que é o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, publicou um manifesto pedindo a aprovação do PLC 122. Em março do mesmo ano, o CONIC repudiou publicamente a nomeação de Marco Feliciano à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Fazem parte do CONIC a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e a Igreja Presbiteriana Unida — todas com alinhamento esquerdista.
O grosso da oposição evangélica a Feliciano veio exatamente das igrejas protestantes históricas mais alinhadas com a esquerda.
A reportagem do GospelPrime disse que a motivação dos pastores tradicionais da reunião recente com Carvalho foi tratar sobre assuntos como o Plano Nacional de Educação e ideologia de gênero. Mas os próprios leitores do GospelMais não se convenceram dessa motivação. Alguns deles comentaram:
“O pastor que compareceu a essa reunião é na verdade pastor de bodes e não de ovelhas.”
“Pastores ouvindo pregação do PT. A que ponto chegamos! De influenciadores a influenciados!”
“Infelizmente, esses ‘líderes’ religiosos estão mais a fim de aparecerem na mídia do que representarem o verdadeiro Evangelho.”
Um ex-pastor luterano desabafou:
“Como é que líderes que se dizem cristãos se dignam a conversar com uma corja dessas? Esses caras não tem de ser ouvidos e nem seus discursos levados em consideração. Não tem de haver conciliação com quem apóia ditadores genocida como Nicolás Maduro ou Fidel Castro. Esses caras tem de ouvir a dura lei, que os condena, até quando(e se) vierem a se arrepender, não adianta querer negociar nada, seja educação ou o escambau, como a matéria sugere. E ainda tem gente que me critica por eu ter abandonado as denominações. Como posso permanecer em uma instituição que se presta a um papel desses? A que esses líderes vão desejar submeter-se e a aos membros também, depois de ouvir o ‘discurso conciliatório’ do PT?”
Em que consistirá a nova parceria de Carvalho com as igrejas históricas? O tempo dirá. Mas o que o passado já disse é que alguns deles, no embate entre a esquerda e Feliciano, prefeririam se unir à oposição levantada pelo PT e outros socialistas.
Se o PT precisar de ajuda contra os televangelistas que estão mantendo a classe C fora do alcance da onipresente doutrinação socialista pró-aborto e pró-sodomia do governo, não estranhe novos manifestos “evangélicos” contra Malafaias, Felicianos e outros.
Se até a TV Globo, décadas atrás, precisou da parceria de um pastor presbiteriano para atacar os televangelistas, o que se dirá do PT? Afinal, parceria é para isso.
Com informações do GospelPrime.
Fonte: www.juliosevero.com
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