Perguntas rápidas para ateus e secularistas sensatos
Por Edson Camargo em
7 de agosto de 2012
Buscar-me-eis e achareis quando me buscarem de todo o coração.
Jr. 29:13
Nada nas ciências prova a impossibilidade da ocorrência de milagres. Muito bem. Então por que o ceticismo diante dos inúmeros relatos de milagres? Não passam de relatos? Ok. E as conclusões da ciência, não são baseadas nos relatos das experiências? Por que crer nos relatos inusitados de uns poucos cientistas e não crer em milhares de depoimentos que fortalecem-se uns aos outros ao longo de séculos?
Muitos
secularistas atribuem as mais diversas motivações psicológicas para a crença em
Deus. Principalmente para a crença no Deus dos cristãos, que, segundo estes, é
bom, justo, e ao fim da história humana, eliminará o mal para sempre. Você tem
certeza que para o ateísmo não há nenhuma motivação psicológica reconfortante,
como por exemplo, a crença de que ao fim de sua vida terrena você simplesmente
deixará de existir e não terá que prestar contas a nenhum Ser Superior que tudo
sabe sobre você é que é perfeitamente justo e santo?
Por
que afirmar a causalidade como uma lei da ciência e da investigação científica,
e negá-la justamente quando busca explicar a origem do universo, apelando para
o acaso? Não seria esse “acaso causador” uma enorme confluência de causas, que,
necessariamente, evocam uma ordem transcendente e imaterial anterior à
existência do universo?
Por
que negar a existência da verdade absoluta e não parar de vociferar contra a
mentira imperante? Qual seria a lei científica que explicaria, dentro da sua
alma e da sua mente, essa sede de justiça?
A
lei da verificabilidade empírica não é empiricamente verificável, e nem o
princípio da falseabilidade de Popper é falseável. Ainda assim, são defendidos
pelos secularistas e anti-religiosos como preciosos alicerces da plena
manifestação da racionalidade humana, a ciência moderna. Você tem certeza de
que sua casa não está construída sobre areia movediça?
Por
que afirmar o primado da ciência sobre a religião e a filosofia, se até para se
definir o que é ciência, os métodos cientificamente válidos (para não falar no
próprio conceito de valor e validade) é preciso recorrer à filosofia, e para se
fazer ciência com honestidade precisa-se evocar, inescapavelmente, questões
sobre moralidade encontradas sobretudo na tradição religiosa?
As
ciências, apesar da dimensão forense de algumas áreas, lidam simplesmente com
fatos mensuráveis, repetíveis e quantificáveis. Como propor um fundamento
adequado para a sociedade moderna baseando-se apenas na ciência, uma vez que a
ética, o direito, a arte, as relações humanas, além de todo um vasto campo de
conhecimento e de questões decisivas para a saúde existencial de cada ser
humano só podem ser analisados à luz de áreas de investigação que lidem com
aspectos qualitativos? Se o que é bom, o que é belo, o que é verdadeiro, ou
mesmo o que é útil, não é assunto das “ciências duras”, por que considerá-las
superiores às ciências que podem responder a questões de relevância muito maior
para indivíduos e sociedades?
Por
que não enfatizar os questionamentos sobre a “solução do bem”, um bem tão
presente e imperante na ordem da realidade e mesmo dentro da sua alma a ponto
de te incomodar com o “problema do mal”?
Por
que não aceitar a explicação cristã de que o mal “ainda será plenamente
destruído” mas aceitar a desculpa cientificista de que “a ciência não explica,
mas ainda explicará” alguns fenômenos?
Por
que evocar o método indutivo – partir dos efeitos para conhecer as causas – na
ciência, e desprezá-lo numa reflexão mais profunda sobre a presença humana no
universo, especialmente pelo fato de que se no mundo existem pessoas, a
pessoalidade, como não poderia existir uma Pessoa, um Deus pessoal que é
a Causa primeira de toda a pessoalidade existente e evidente?
A
proposta de Pascal é simples e contundente: se a fé cristã é verdadeira, vale a
pena ser cristão nesta vida e conquistar a eternidade com Deus; se a fé cristã
for falsa, apenas perdeu-se algo (o que é discutível) nesta vida finita. Se a
cosmovisão materialista realmente tem algo de racional, deve reconhecer que há
mais a ganhar do que a perder tornando-se cristão. Você não acha que a proposta
de Pascal torna-se ainda mais forte se levarmos em conta a debilidade e falta
de abrangência dos postulados cientificistas e materialistas aqui discutidos?
Filósofos
cristãos apresentaram ao longo da histórias diversas formas de argumentos que
provam (ou ao menos inferem e dão plausibilidade intelectual) pela via racional
a existência de Deus. Se a mentalidade secularista, atéia e que se diz apegada
à razão e à ciência é tão superior intelectualmente, por que até hoje nenhum
destes argumentos – enumero uns aqui: o cosmológico, o ontológico, o
teleológico e o moral – não foram refutados de forma decisiva pelos filósofos
ateus?
Um
mundo no qual se percebe ordem e a existência da pessoalidade só pode ter como
Causa Primeira um Ordenador que deve necessariamente ser pessoal. Por que não
crer que essa Pessoa Onipotente pôde não só criar o mundo, mas também se
revelar ao homem e manter sua revelação especial – as Sagradas Escrituras –
intacta e acessível aos homens até hoje? Por que Ele não poderia fazer isso?
Você
tem certeza de que está mais interessado em descobrir a verdade sobre estas
questões fundamentais e decisivas do que este Deus Onipotente e sabidamente amoroso
(é o que afirmam milhões de cristãos) em transformar sua vida se você O
procurar com determinação e honestidade?
"As opiniões ditas pelos colunistas são de inteira e única
responsabilidade dos mesmos, as mesmas não representam a opinião do Gospel+ e
demais colaboradores."
Por Edson Camargo
Jornalista e músico, é editor-executivo do site de opinião e
análise de conteúdo midiático "Mídia Sem Máscara". Estudioso da filosofia, com
ênfase nas áreas de teoria do conhecimento, história das idéias e filosofia
política, é um amante dos grandes temas da teologia e um entusiasta da educação
clássica.
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