Dilma na luta armada - Desde Jan/2011, Presidente do Brasil
http://www.ipco.org.br/home/pndh/dilma-na-luta-armada
José Carlos Sepúlveda
Os laços de inequívoca amizade e
companheirismo entre Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad, o líder
do regime islamo-fascista do Irã, têm despertado em relação ao Presidente
explicáveis desconfianças e fundadas críticas, no Brasil e no Exterior.
Jackson Diehl, jornalista do Washington Post, em
artigo intitulado “Lula desprezado pelo Irã”, escreveu no seu blog:“O melhor
amigo de tiranos no mundo democrático – o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva – foi mais uma vez humilhado por um de
seus clientes. No caso o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o financiador
do terrorismo e negador do Holocausto, que Lula literalmente abraçou”.
Ex-guerrilheira e candidata
Diehl, após discorrer sobre a política externa do
governo, encerra seu artigo apontando para a disputa eleitoral brasileira: “O
mandato de Lula está chegando ao fim; ele faz uma dura campanha a favor de sua
escolhida Dilma
Rousseff,
uma ex-guerrilheira marxista que com ele compartilha afeição por ditadores
anti-americanos”.
O articulista coloca o dedo na ferida! Lula – “o
melhor amigo de tiranos” – tenta eleger uma ex-guerrilheira marxista, cúmplice
ideológica de ditadores.
O quadro é objetivo e grave. Entretanto, parece estar
quase completamente ausente da disputa eleitoral, o que não deixa de causar
estranheza.
Época rompe o silêncio
A revista Época prestou, nesse sentido, um bom serviço
ao esclarecimento do quadro eleitoral, ao estampar em suas páginas uma
reportagem dedicada ao passado que a candidata do PT e de Lula não gosta de mencionar:
sua participação em organizações da luta armada.
Algumas vozes exaltadas quiseram ver nessas revelações
uma falta de imparcialidade, um jogo baixo ou um ataque à candidata. Não há, a
meu ver, qualquer fundamento em tais assertivas.
Essa gritaria, como costuma acontecer, é apaixonada,
mas não apresenta razões, nem argumentos. Os fatos revelados pela revista Época
não são eventos da vida privada de Dilma Rousseff. São atos da vida pública da candidata,
quando na juventude decidiu, atendendo a suas convicções marxistas, empreender
uma atuação política para modificar os destinos do País e impor-lhe um regime
comunista, atuando em organizações que pregavam e executavam a luta armada.
Como bem precisou há dias o insuspeito Fernando
Gabeira, durante a sabatina da Folha/UOL, era a “ditadura do proletariado” e
não a democracia a meta desses grupos.
Opções e práticas apenas do passado?
Tais opções e práticas políticas precisam ser
minuciosamente conhecidas pelos brasileiros, a fim de que estes possam avaliar,
com plena consciência, Dilma Rousseff, uma figura pública que, neste momento,
disputa a suprema Chefia da Nação. Inclusive para que tenham capacidade de
discernirem que medida tais opções e práticas políticas são ou não apenas
coisas do passado.
Num acesso, ao qual não se pode negar considerável
dose de populismo, Dilma Rousseff afirmou querer ser a “mãe dos
brasileiros”. Ora, os brasileiros têm o direito de não apenas conhecer a
candidata à Presidência da República, mas a “mãe” que lhe querem impingir.
Dilma ou Estela, Wanda, Marina…
Convido, pois, os leitores do Instituto Plinio
Corrêa de Oliveira a percorrerem alguns trechos da extensa reportagem da
revista Época, intitulada: “Dilma na luta armada”, assinada por Leandro Loyola,
Eumano Silva e Leonel Rocha:
“ Em outubro de 1968, o Serviço Nacional de Informações (SNI) produziu um documento de 140 páginas sobre o estado da “guerra revolucionária no país”.
“ Em outubro de 1968, o Serviço Nacional de Informações (SNI) produziu um documento de 140 páginas sobre o estado da “guerra revolucionária no país”.
Quatro anos após o golpe que instalou a ditadura
militar no Brasil, grupos de esquerda promoviam ações armadas contra o regime.
O relatório lista assaltos a bancos, atentados e mortes. Em Minas Gerais, o SNI
se preocupava com um grupo dissidente da organização chamada Polop (Política
Operária).
O texto afirma que reuniões do grupo ocorriam em um
apartamento na Rua João Pinheiro, 82, em Belo Horizonte, onde vivia Cláudio
Galeno Linhares. Entre os militantes aparece Dilma Vana Rousseff Linhares,
descrita como “esposa de Cláudio Galeno de Magalhães Linhares (‘Lobato’). É
estudante da Faculdade de Ciências Econômicas e seus antecedentes estão sendo
levantados”. Dilma e a máquina repressiva da ditadura começavam a se conhecer.
Durante os cinco anos em que essa máquina funcionou
com maior intensidade, de 1967 a 1972, a militante Dilma Vana Rousseff (ou
Estela, ou Wanda, ou Luiza, ou Marina, ou Maria Lúcia) viveu mais experiências
do que a maioria das pessoas terá em toda a vida.
Ela se casou duas vezes, militou em duas organizações
clandestinas que defendiam e praticavam a luta armada, mudou de casa
frequentemente para fugir da perseguição da polícia e do Exército, esteve em
São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul,adotou cinco nomes
falsos, usou documentos falsos, manteve encontros secretos dignos de filmes de
espionagem, transportou armas e dinheiro obtido em assaltos, aprendeu a atirar,
deu aulas de marxismo, participou de discussões ideológicas trancada por dias a
fio em “aparelhos”, foi presa, torturada, processada e encarou 28 meses de
cadeia.
Hoje candidata do PT à Presidência da República, Dilma
fala pouco sobre esse período. ÉPOCA pediu, em várias ocasiões nos últimos
meses, uma entrevista a Dilma para esclarecer as dúvidas que ainda existem
sobre o assunto. Todos os pedidos foram negados. Na última Sexta-feira
(13.ago.2010) a assessoria de imprensa da campanha de Dilma enviou uma nota à
revista em que diz que “a candidata do PT nunca participou de ação armada”.
“Dilma não participou, não foi interrogada sobre o
assunto e sequer denunciada por participação em qualquer ação armada, não sendo
nem julgada e nem condenada por isso. Dilma foi presa, torturada e condenada a
dois anos e um mês de prisão pela Lei de Segurança Nacional, por ‘subversão’,
numa época em que fazer oposição aos governos militares era ser ‘subversivo’”,
diz a nota.
A trajetória de Dilma na luta contra a ditadura pode
ser conhecida pela leitura de mais de 5 mil páginas de três processos penais
conduzidos pelo Superior Tribunal Militar nas décadas de 1960 e 1970. (…).
Dilma Rousseff foi um desses jovens marxistas que,
influenciados pelo sucesso da revolução em Cuba liderada por Fidel Castro nos
anos 50, se
engajaram em organizações de luta armada com a convicção de que derrubariam a
ditadura einstaurariam um regime socialista no Brasil.
Dilma está entre os sobreviventes da guerra travada
entre o regime militar e essas organizações. Filha de um búlgaro e uma
brasileira, estudante do tradicional colégio Sion, de Belo Horizonte, a vida de
classe média alta de Dilma mudou a partir do casamento com o jornalista Cláudio
Galeno Magalhães Linhares, em 1967. “(Dilma) Ingressou nas atividades
subversivas em 1967, levada por Galeno Magalhães Linhares, então seu noivo”,
afirma um relatório de 1970 da 1ª Auditoria Militar. (…)
As primeiras menções a Dilma em documentos oficiais a
citam como integrante de uma dissidência da Polop. Esse grupo adotou o nome de
Organização. Com novas adesões de militantes que abandonaram o Movimento
Nacionalista Revolucionário (MNR), a Organização se transformou em Colina
(Comando de Libertação Nacional).
Em seu documento básico, o Colina aderiu às ideias de
Régis Debray, autor francês que, inspirado na experiência cubana de Fidel
Castro, defendia a propagação de revoluções socialistas a partir de focos
guerrilheiros. (…)
O historiador Jacob Gorender, que esteve preso com
Dilma no presídio Tiradentes, em São Paulo, é autor deCombate nas trevas, o
mais completo relato da luta armada contra a ditadura militar. Ele afirma que
oColina foi uma das poucas organizações a fazer a “pregação explícita do
terrorismo” (…)
Perseguida, presa e condenada pelos militares há 40
anos, Dilma hoje goza de tratamento especial da Justiça Militar. Recentemente,
seu ex-colega Antonio Espinosa foi ao Superior Tribunal Militar (STM), em
Brasília. Devido a uma polêmica causada por uma entrevista, ele requereu acesso
a seu processo por sua militância na VAR Palmares. Ele e Dilma fazem parte do
mesmo processo. Por isso, a peça com milhares de páginas faz centenas de
menções a Dilma.
Espinosa pediu cópias de cerca de 400 páginas. “Elas
vieram com o nome da Dilma coberto por tinta preta”, afirma Espinosa. De acordo
com a lei, apenas os próprios réus, ou pessoas com uma procuração assinada por
eles, podem ter acesso aos processos no STM.
Mas apenas o nome de Dilma, entre os nomes de dezenas
de outros militantes, foi ocultado das páginas copiadas a pedido de Espinosa.
Recentemente, o processo de Dilma foi separado dos demais dentro do STM. Ele
está guardado em um armário específico. Os funcionários têm ordens expressas
para não fornecê-lo a ninguém.”
A candidata afirma que, desde esta época, o País mudou e que ela mudou com o País. É este precisamente o ponto ao qual os eleitores devem prestar particular atenção. Explico-me.
A candidata afirma que, desde esta época, o País mudou e que ela mudou com o País. É este precisamente o ponto ao qual os eleitores devem prestar particular atenção. Explico-me.
O PT – partido o que pertence a candidata – e o
governo do Presidente Lula – do qual fez parte Dilma Rousseff e do qual promete
ser a continuadora – assumem posturas ideológicas e tomam atitudes políticas
que suscitam dúvidas sobre seu real apreço e sua adesão convicta ao sistema da
democracia representativa, bem como seu pleno abandono das ideologias e
práticas que inspiravam as organizações armadas dos anos 60 e 70.
Notas perplexitantes
1. No Foro de S. Paulo – do qual Lula e o PT,
juntamente com Fidel Castro, são os fundadores – os vivas e conclamações de
apoio à revolução cubana e ao regime comuno-castrista continuam a ser uma
constante; esse mesmo Fidel Castro e essa mesma revolução cubana que inspiraram
as organizações de luta armada a que pertenceu Dilma Rousseff;
2. Lula nunca escondeu sua admiração pelo ditador
Fidel Castro e continua a tratar a tirania comunista com privilégios de grande
aliada; recorde-se que Lula se recusou a interceder pelo opositor Orlando
Zapata, o qual acabou por morrer no dia em que o presidente brasileiro chegou a
Cuba para mais uma confraternização com Fidel e Raul Castro; vilipendiando as
dores e sofrimentos dos perseguidos políticos cubanos, Lula ainda os comparou a
criminosos comuns;
3. Esse mesmo governo – do qual fez parte Dilma
Rousseff – durante oito anos, se recusou a atender os apelos do governo
legítimo da Colômbia para que incluísse as FARC no rol das organizações
terroristas, por rechaçar qualificar de terroristas movimentos considerados de
“resistência” ou de “libertação nacional” que podem assumir o poder; ainda há
dias tal recusa foi reiterada, pela boca de Marco Aurélio Garcia (um dos
coordenadores da campanha eleitoral de Dilma), em resposta aos pedidos
formulados pelo novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em visita ao
País;
4. Já se tornaram proverbiais a amizade política e a
conivência ideológica do mentor-mór da candidatura de Dilma Rousseff, o
Presidente Lula, com Hugo Chávez e seu processo socialista “bolivariano”; Lula
considera um “excesso de democracia” as prisões arbitrárias, as perseguições
políticas, o cerceamento violento de órgãos da imprensa, o desrespeito a
contratos e a violação da propriedade privada levadas a cabo pelo caudilho
venezuelano; mais ainda, sempre que Hugo Chávez foi acusado internacionalmente,
com provas inequívocas, de acolher e acobertar grupos terroristas (FARC da
Colômbia, ETA da Espanha, Hezbollah do Líbano) Lula saiu prontamente em defesa
do companheiro;
5. A crescente proximidade e cumplicidade do governo
do Presidente Lula – de quem Dilma Rousseff garante ser a continuadora – com
Mahmoud Ahmadinejad, o tirânico presidente do regime islamo-fascista do Irã,
financiador oficial de grupos terroristas internacionais, é mais um dado a
colocar na balança;
6. Esse mesmo governo a que pertenceu Dilma Rousseff
tem sido leniente, quando não cúmplice, dos ditos “movimentos sociais”, em
particular do MST, cuja atuação é pautada pela violação da Constituição, da
legislação vigente, com a prática de crimes graves contra a propriedade e até
contra pessoas, com roubos, sequestros e até mortes; movimento sem existência
legal definida, largamente beneficiado por fundos públicos;
7. Este mesmo governo lulo-petista e este mesmo
partido (o PT) – seguindo o velho esquema marxista, por cuja implantação
pugnavam as organizações da luta armada a que pertenceu a candidata Dilma
Rousseff – aparelharam o Estado, colocando várias instituições ao serviço de
seus interesses ideológicos, inclusive para perseguir adversários políticos,
com crimes contra a Constituição, como no caso da recente violação de sigilos
fiscais.
Mudança real ou cosmética?
Todas estas notas, sumárias e apenas exemplificativas,
são de molde a suscitar uma interrogação, a quem deseje ponderar com um mínimo
de objetividade e honestidade o presente quadro político-eleitoral:
O país mudou, sim; mas terá mudado a candidata? Ou a
mudança terá sido apenas cosmética, como as inúmeras transformações físicas a
que se submeteu Dilma Rousseff para dar uma face aceitável a sua candidatura?
Cabe ao eleitor refletir e decidir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário