terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Por : "Filha do Altíssimo"
Fonte: http://linkis.com/blogspot.com/U6dTw
Resumo: Este artigo discute a segurança pública no Brasil mostrando que os traficantes fornecem à população serviços que são obrigações do Estado. Ressalta também que a pobreza não é condicionante da criminalidade e que não existe medida mágica para solucionar o problema, mas que são necessárias medidas conjugadas como combate à corrupção nas polícias, no judiciário, criação de conselhos comunitários, investimentos em tecnologia para melhorar a investigação e ainda agilizar os processos judiciários.
Concluo dizendo que é preciso coragem e determinação política, governamental e da sociedade brasileira para que sejam implementadas as medidas propostas. Esta é uma luta que necessita de um esforço conjunto, um direcionamento comum, por parte de diferentes segmentos governamentais numa articulação entre os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e da sociedade em geral, pois só assim conseguiremos, de forma sustentável, impor limites às pressões cotidianas da violência.
No mês (abril/2012) o tema discutido no #TurismoEmDebate foi o Transporte Público, ou melhor as falhas do transporte público brasileiro!
Claro que as falhas existentes no transporte público nacional não afeta somente turistas, mas principalmente moradores locais, pois são eles que os utilizam todos os dias. Esse fator foi levado em conta durante o debate, pois uma vez que a população tenha opções de transporte dignas, os turistas também serão beneficiados com um bom serviço.
O debate foi realizado na terça-feira (24 de abril de 2012) através do twitter com o uso da hashtag #TurismoEmDebate, teve sete perguntas principais, sobre as quais os participantes foram desenvolvendo o assunto.
Começamos o debate na busca por uma cidade brasileira que oferece transporte de qualidade, Curitiba e Porto Alegre foram bastante citadas. Eu inclusive apesar de não conhece-las, já ouvi falar muito bem sobre os ônibus oferecidos em ambas as cidades. Acredito porém que, mesmo essas cidades, se compararmos com cidades no Canadá, Alemanha ou Japão, podemos perceber que estamos bem atrasados e sendo obrigados a utilizar um serviço de transporte bastante inferior.
As maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, apesar do péssimo serviço oferecido ao morador foram lembradas por serem das menos piores para o turista, visto que possuem as maiores malhas de metrô do Brasil. Lembrando sempre de que se estiver visitando as cidades, evite os horários de pico.
Prova do péssimo serviço de transporte oferecido nessas cidades é a reportagem do Repórter Record, que durou um programa e mostrou o caos e a ineficiência no transporte público de SP. Também teve algumas imagens do Rio de Janeiro. O vídeo é longo, mas vale a pena clicar no link abaixo e assisti-lo.
Repórter Record – O caos e a ineficiência no transporte público de SP
Pensando em outros países, Canadá, Alemanha e Japão já citados acima juntamente com Hong Kong e alguns países europeus foram muito bem lembrados como exemplo de qualidade.
Acreditam que no Canadá chega à ter, no ponto de ônibus, um equipamento que mostra quanto tempo resta para chegar o próximo? E em Hong Kong que você consegue fazer check-in do seu voo e despachar bagagem na estação de metrô antes de pega-lo para ir ao aeroporto, perfeito não? Imagine poder viajar, contando com essas comodidades!
Claro que no Brasil, pelo menos por enquanto, não precisava chegar nesse ponto, mas um pouco que fizessem já seria perceptível. Cade o trem de alta velocidade que ligaria Campinas – São Paulo – Rio de Janeiro?
Somos constantemente atrapalhados no momento de planejarmos uma viagem aqui no Brasil! Quer ver?
Primeiro de tudo é preciso pensar em como planejamos uma viagem… Pensou?
O deslocamento é um item essencial, pois a viagem vai ser totalmente baseada nele, você vai precisar de transporte (público ou não) desde pra sair da sua casa e ir até o aeroporto ou rodoviária, no destino, vai precisar para ir do aeroporto/rodoviária até o local onde ficará hospedado, para se deslocar entre os locais que irá conhecer e atividades que irá praticar na cidade e vai precisar de tudo isso na hora de voltar também. É tudo isso mesmo ou eu to exagerando?
Aí você é “obrigado” a gastar mais com táxi e ainda assim correr o risco de pegar um taxista malandro, alugar um carro e em muitos casos diminuir o número de atrações visitadas porque vai perder 2 horas no trânsito…
Na continuação do debate, o próximo alvo foram os aeroportos.
Insuficiência de espaço, mal atendimento, preços e segurança foram as principais falhas comentadas. A questão das falhas de segurança em aeroportos também foi levantada.
Enfim, o Marcelo Valente fez um comentário com a visão perfeita: “Este gargalo dos aeroportos, vai ser o ponto mais negativo do Brasil na Copa”. Alguém discorda?
Depois disso, foram citados onde o governo deveria investir recursos para a melhoria do transporte e a Tati Akamine resumiu perfeitamente: “Precisamos de trens pra transporte entre cidades, de metrô dentro das cidades grandes, de ônibus nas pequenas”. Básico, não? Será que é tão difícil assim investir um pouco de dinheiro nisso?
Para finalizar, falamos um pouco sobre um tipo de transporte que com investimentos e incentivo do governo, poderia amenizar não só a falta de transporte público, mas como o trânsito nas grandes cidades e também a emissão de gazes poluentes. Esse transporte não é ninguém mais, ninguém menos que a bike!
A falta de ciclovias e a falta de respeito de alguns motoristas são fatores que influenciam negativamente na utilização de bicicletas. É necessário iniciativa pessoal e algumas vezes iniciativa privada para vermos algumas bikes pela cidade. No Rio de Janeiro, a prefeitura em parceria com o Itaú criou o Projeto Bike Rio, muito bem explicado no post da Natália Gastão lá no blog Ziga da Zuca.
Antes mesmo de pensar na vergonha que iremos passar na Copa 2014 e Olimpíadas 2016 temos que pensar em lutar por transporte público de qualidade para a população!
As pessoas se acostumaram com essa precariedade no transporte e acham que isso é o normal, que ja faz parte de suas vidas. Mas não tem que ser assim!
Tem que cobrar os governantes começando aí pelo seu bairro ou sua cidade, até chegarmos na esfera nacional e quem sabe chegar próximo ao padrão dos países citados acima como exemplo de bons serviços de transporte público.
"Manifestações são normais para pessoas com problemas. Vimos como uma lástima para as pessoas que querem se confrontar com o governo por uma situação melhor, mas nós, como esportistas, queremos um esporte seguro. Fala-se muito das manifestações, e minha esperança é que todos se entendam com o governo", afirmou.
Outros dois esportistas que viram os protestos de perto foram Óscar Tabárez, técnico do Uruguai, e Carlos Queiroz, treinador do Irã e que veio ao Brasil no meio de 2013 apenas para acompanhar a fase final do torneio como espectador. O português disse que o governo brasileiro soube lidar bem com o problema, mas demonstrou ter na cabeça imagens que não gostaria de voltar a ver.
"Estive no Rio, observei [as manifestações] e não comentei. É claro que nós treinadores e as pessoas do futebol não achamos bom ter um jogo com ruas bloqueadas. Futebol é festa com pessoas nas ruas se divertindo. Quando eu ia pro estádio, não gostei de ver ruas vazias. Não é isso que se espera de um campeonato. Por outro lado, foi impressionante como organização e autoridades conseguiram se manter em um momento de tensão fora do futebol", afirmou Queiroz.
Tabárez, quando questionado, não quis se alongar. Mas lembrou que uma das coisas importantes que será debatida esta semana no congresso técnico da Fifa, em Florianópolis, é justamente a segurança. "É um problema interno do Brasil que tem que ser solucionado. A segurança é um dos assuntos que vai ser debatido aqui."
Quem só ouve falar dos problemas também se assusta, como o treinador da Grécia, o português Fernando Santos. Mesmo ressaltando que as notícias podem ser aumentadas, diz sentir medo. "Na Europa, às vezes, chega uma coisa (notícia) muito maior do que é. Vejo pela Grécia em que falam de protestos e vejo que são coisas menores. Mas temos receio por causa da confusão com essas manifestações durante a Copa. Há uma preocupação grande minha e da federação", disse.
Teve até opinião mais enfática, como o treinador da Costa Rica, Jorge Luis Pinto, que é colombiano. Ele não hesitou ao ser questionado qual é seu maior temor durante o Mundial. "O único problema que vejo para o Mundial no Brasil é a questão social, que tem protesto e manifestações. O resto não tem problema, o povo brasileiro gosta de futebol. É claro que (as manifestações) preocupam. Sou de país latino americano, sei como é", afirmou.
Depois, ainda fez um apelo. "Queria pedir ao povo brasileiro que curta o Mundial. A Copa não é momento de manifestações sociais e protesto. Façam isso em outro momento", completou Jorge Luis Pinto.
Fonte: http://linkis.com/blogspot.com/U6dTw
BRASIL X COPA
Somos uma Nação rica,temos riquezas naturais (Os lençois freáticos de água doce de todo o nosso país é riquíssimo),temos muitas riquezas regionais (O Brasil fascina por sua miscigenação de raízes indígenas, europeias, asiáticas e africanas, e suas várias facetas refletidas na cultura nacional. Culinária, música, artesanato, arquitetura, produções artísticas e festas populares ultrapassam as fronteiras do território nacional. O País conta com 17 bens culturais e naturais tombados pelo Patrimônio Mundial da Unesco e uma das maravilhas do mundo contemporâneo, o Cristo Redentor),Temos grandes homens e mulheres na Literatura,na musica, no teatro,na dança,nos esportes,mais POLITICAMENTE estamos CARENTES de homens e mulheres que realmente querem subir nas tribunas para realmente cuidar do povo Brasileiro e nos transforma em uma NAÇÃO respeitada e de valor aos olhos das outras NAÇÕES E AOS OLHOS DE TODOS OS BRASILEIROS.O EXEMPLO É MAIS IMPORTANTE QUE MIL PALAVRAS.
SAUDE
Como está a Saúde?????
Está otima né?FAZ ME RIR!
O Brasil é um dos que menos investe em saúde no mundo: 6% de seu orçamento. O gasto é bem inferior que a média africana, de 9,6%. A OMS avaliou 192 países e o Brasil ocupa a vergonhosa e medíocre 151ª posição em gastos com saúde.
O OMS e a ONU vêm abrindo os olhos do governo brasileiro, que continua insensível. “É preciso, neste momento, regulamentar a Emenda Constitucional 29, em tramitação na Câmara, para que sejam definidos o que são ações e serviços de saúde, fechando as brechas para desvios de recursos".
EDUCAÇÃO
COMO ESTÁ A EDUCAÇÃO?
A educação da nossa Nação está pedindo socorro e País que não cuida da Educação constroi prissão,ou iventa leis para ludibriar o povo,tentando mostrar que está fazendo alguma coisa,quando na verdade está jogando a sujeira para debaixo do tapete e um belo dia esse tapete tem que ser limpo e ai?Minha visão da Educação em todo o seu contexto,Familiar e academico...O governo culpa os professores pela má qualidade do ensino mas não enxerga o verdadeiro problema e tenta resolvê-lo com receitas prontas e acabadas.O que o governo ainda não enxergou,por miopia,é que os problemas da educação são problemas politicos,sociais e culturais.São varios os fatores que levam a aluno a um deficit de aprendizagem.Citarei alguns deles:Primeiro, é um problema de política pedagógica, pois institui a progressão continuada, que em termos práticos torna-se progressão automática. O aluno perde a motivação para aprender, pois sabe que não precisará fazer esforços para passar de ano. O professor torna-se impotente diante dessa situação e perde sua autoridade, pois a nota que ele aufere do aluno não tem valor Em conseqüência disso, a indisciplina se institucionaliza. A escola torna-se o local do encontro, da amizade, do namoro, da sociabilidade, mas quase nunca do ensino. Outro problema ligado à progressão continuada é fato de as crianças chegarem ao final do primeiro ciclo sem saber ler e escrever ou chegar ao ensino médio analfabetos funcionais, sendo incapazes de interpretar um texto. Isso ocorre porque o aluno não consegue aprender novas competências por causa de déficits de aprendizagem em séries anteriores. O aluno sente dificuldade de desenvolver novos esquemas mentais e conhecimentos necessários exigidos. Dessa forma, ele não consegue assimilar os conteúdos e habilidades necessários para seguir em frente.
Segundo, o problema da educação é também um problema estrutural. A escola pública no Brasil tem um modelo arquitetônico prisional. Michel Foucault, filósofo Francês, já havia estudados os males que este tipo de arquitetura causa ao indivíduo. Para ele, este tipo de arquitetura é uma arquitetura de esquadrinhamento, da observação, da disciplina, do controle, cujo único objetivo e controlar os indivíduos criando seres dóceis e serviçais ao mercado de trabalho. O aluno da escola pública vive numa prisão. A falta de comprometimento nos estudos, a desmotivação, a falta de interesse do aluno é em boa parte criada por esta estrutura prisional, onde as aulas tornam-se monótonas e chatas. Falta a escola pública uma estrutura material para que o aluno goste de estudar, como áreas verdes, quadras, equipamentos, salas de estudo, salas de teatro, salas de vídeo, salas de ginástica, biblioteca, materiais para uso em sala de aula, etc. Um ambiente agradável com uma estrutura impecável é imprescindível para que o aluno aprenda.
Terceiro, o problema da educação é também social. Os problemas educacionais refletem as contradições da própria sociedade. Na base da educação há uma família geralmente carente material e intelectualmente. Pobreza, fome, falta de trabalho e falta de perspectiva são fatores que minam a educação. O Brasil é um das dez maiores economias do mundo, mas em indicadores sociais ela está ao lado de Botsuana e Moçambique: 30 milhões vivem em estado de miséria; 80 milhões não conseguem consumir as 2240 calorias mínimas exigidas para uma vida normal; 60% dos trabalhadores no Brasil ganham até um salário mínimo. 50% da riqueza concentram-se nas mãos de 10% da população que ganham mais de dez salários. São Paulo, a cidade mais rica do Brasil, não foge a estes dados. O subemprego é uma realidade da grande maioria das famílias paulistas: faxineiras, camelos, lavadores de carro, pedreiros, pintores, eletricistas ocasionais são comuns. Tais pessoas apresentam baixo nível de consumo e renda e baixo nível educacional sendo incapazes de acompanhar seus filhos e dar uma boa assistência a eles.
Quarto, é um problema de política salarial e de valorização do professor. Os baixos salários, o descaso, o desrespeito, a imposição de políticas pedagógicas; tudo isso somado têm reflexos na educação. Os bons salários de alguns grupos de funcionários públicos, como os de juízes, promotores e políticos é provocado pelo subdesenvolvimento de outros grupos, como o de professores. Para que alguns grupos possam receber melhores salários e acumular patrimônios outros grupos necessitam ser explorados e sacrificados. O acesso aos benefícios está desigualmente repartido. Em conseqüência dos baixos salários e dos descasos com a classe, o professor perde a motivação, não tem prazer em dar aulas, resigna-se, não fazendo um bom trabalho.
Quinto, é um problema cultural, pois a sociedade não faz cobranças à escola. Nas escolas públicas não há colegiados, não há conselhos, não há grêmios escolares. As desvalorizações por parte da sociedade brasileira em relação ao saber e ao conhecimento têm reflexos em toda estrutura educacional. Uma sociedade que não valoriza o conhecimento é uma sociedade sem história, sem memória. A participação da sociedade como um todo nas questões educacionais deve ser o cimento que constrói a nossa cultura, que defende as sociedades locais, que preserve nossa memória e consciência contra as ameaças de grupos , de ideologias e de interesses políticos. A participação da comunidade na escola é imprescindível para melhorar a qualidade do ensino e para gerar a consciência política e reflexiva sobre os fatos.
Como vimos, O problema da educação não pode se resolvido no âmbito do microcosmo da escola e do esforço individual de cada um. O governo reduz o problema da educação em termos operacionais, ao voluntarismo. “Escola da família”, “amigo da escola”, “escola para todos” são termos que nos mostram que cabe a comunidade e as professores resolver os problemas da educação. As idéias vinculadas à TV de um professor esforçado, voluntarioso, feliz, decidido a resolver os problemas da educação não condiz com a realidade. Educação não é auto-ajuda Os problemas educacionais não podem ser resolvidos apenas no âmbito do individuo, da comunidade e do esforço pessoal do professor. O problema da educação é antes de tudo um problema político e social.
SEGURANÇA
COMO ESTÁ A SEGURANÇA?
O problema da segurança pública no Brasil
Resumo: Este artigo discute a segurança pública no Brasil mostrando que os traficantes fornecem à população serviços que são obrigações do Estado. Ressalta também que a pobreza não é condicionante da criminalidade e que não existe medida mágica para solucionar o problema, mas que são necessárias medidas conjugadas como combate à corrupção nas polícias, no judiciário, criação de conselhos comunitários, investimentos em tecnologia para melhorar a investigação e ainda agilizar os processos judiciários.
Palavras-Chaves: Segurança / violência /corrupção / criminalidade / solução.
A segurança pública no Brasil é uma das maiores preocupações da população e, em virtude do aumento vertiginoso da violência, tem sido explorada e debatida pelas entidades governamentais e não governamentais no sentido de buscar uma solução que resolva esta questão, a qual, sem dúvida alguma, está entre as primeiras necessidades de qualquer ser humano.
" Uma das principais causas da escalada da violência reside no aumento da sensação da impunidade, aliado ao fato de o Estado abandonar determinadas áreas, que ficam à mercê de quem resolve deter o poder para dominá-las, instalando ali um verdadeiro poder paralelo. " ( D'Urso, 2002. P. 52).
Os problemas de segurança pública são muitos e várias são as suas causas. O Estado, como afirma D'Urso, deixou de fornecer à população direitos básicos para que possam viver com dignidade, como hospitais, escolas, lazer e saneamento básico, principalmente para a parcela mais pobre da população que vive nas periferias dando oportunidade ao crime organizado para se instalar com estrutura empresarial e oferecer estes serviços aos moradores que ficam à mercê de bandidos perigosos e poderosos que os manipulam, como também fascinam os agentes responsáveis por combatê-los, em virtude do enriquecimento fácil. É inegável que o crime organizado que comanda principalmente o tráfico de entorpecentes e, conseqüentemente de armas, exerce papel relevante nesse contexto de violência no qual o Brasil está inserido, pois é através desse "comércio" que um verdadeiro exército paralelo foi arregimentado a serviço do crime. O crime antes um ato isolado e solitário, agora está organizado, e como não há crimes e sim uma diversidade de crimes, não existe uma única causa para esse universo heterogêneo da criminalidade e sim várias.
Dentre as causas institucionais Ramos (2002, p. 96) cita algumas: "o judiciário não funciona, os policiais civis e militares não trabalham em harmonia com os promotores que não atuam em conjunto com o judiciário". "a violência não está associada apenas à ampliação do mercado de drogas, mas à ação na cena pública para interferir nas decisões dos poderes e na opinião pública." O que se observa nas grandes cidades além da atividade criminosa dos traficantes é o comprometimento de órgãos públicos, corrupção de juízes e promotores, envolvimentos de parlamentares e membros do poder executivo, além de integrantes das polícias violentos e cúmplices. O que ocorre na realidade é um duplo despotismo: o do tráfico e o de membros de órgãos responsáveis pelo combate ao crime que se deixam corromper. A sociedade vive sob o domínio do medo e do constrangimento imposto pela dupla tirania. Há uma cumplicidade entre traficantes e alguns membros do poder público que se corromperam e alcançaram um acordo. " ... o crime não é mais uma entidade paralela. Ele penetra as instituições públicas."
Outros fatores normalmente associados ao aumento da criminalidade são a pobreza e a miséria, a marginalidade dos centros urbanos e os processos migratórios. Entretanto, é necessário perceber que ser pobre não torna ninguém criminoso e que a delinqüência é encontrada em todas as classes sociais. Pobreza e desigualdade são e ao mesmo tempo não são condicionantes da criminalidade. Depende do tipo de crime, do contexto intersubjetivo e do horizonte cultural.
Nenhum fator apontado como causa da criminalidade age sozinho ou diretamente sobre o indivíduo. Os valores assimilados desde a infância, o modo como a realidade é interpretada por cada um, a necessidade de sobrevivência é que autoriza ou inibe ações violentas. É evidente que o meio influencia, principalmente em lugares onde o crime organizado é o poder reconhecido e respeitado. Alie-se a isso o fato de que nos bairros pobres as escolas são ruins e às vezes inexistentes, as condições de atendimento à saúde são precárias, há poucas ou nenhuma área de lazer e as chances de profissionalização e ascensão econômica são ínfimas.
Desse modo, as oportunidades de haver envolvimento com gangues, drogas e armas são maiores. Por exemplo, o tráfico de armas não é cometido por pobres, já o varejo de drogas é um crime típico de periferias, cometido por jovens ociosos, viciados e sem esperanças que se deixam envolver pela fantasia de benefícios financeiros que valorizam sua auto-estima e seu sentido de poder, embora ilusória, como podemos constatar pelos noticiários de televisão que mostra a quantidade de jovens, adolescentes e até crianças envolvidos com atos criminosos, principalmente aqueles ligados ao tráfico de drogas.
Todo esse quadro caótico de violência no qual está inserida a sociedade brasileira nos leva a questionar se o problema da violência tem solução ou se o caos instalado é irreversível. ''Não existe uma medida mágica eficaz, que possa representar a solução para o problema. O que existe são medidas que conjugadas, poderão resultar numa reação ao crime organizado, enfrentando-o." É necessário romper esta ligação da polícia com o crime. Isto é pré-condição para o enfrentamento da criminalidade. Aliado ao combate à corrupção há a necessidade de se ampliar o policiamento preventivo, fardado, ostensivo e investigativo de modo a otimizar o trabalho para coibir o cometimento do delito. Em sendo cometido o crime, há a necessidade de investigá-lo com recursos suficientes, e para tal há de se dotar a polícia de meios para exercer o policiamento, com homens e recursos materiais e de meios para a investigação, dotando as polícias do que existe de mais avançado em tecnologia para auxiliá-la no combate ao crime.
Ainda no âmbito governamental há a necessidade de equipar as secretarias de segurança pública dos estados com tecnologia moderna dotada de uma rede de informações e de troca de dados entre elas. Além de que é necessário ainda se ter pessoas que entendam de segurança pública na direção dessas secretarias para que possam imprimir políticas de combate à criminalidade que sejam realmente eficazes. Finalmente, é imprescindível criar penitenciárias federais em locais inóspitos com o objetivo de transferir os detentos considerados de alta periculosidade a fim de afastá-los de sua área de domínio, dificultando assim seu contato com os que estão em liberdade.
No âmbito judiciário tem-se a necessidade de mudanças em nossas leis penais, para que, ao invés de inspirar impunidade (dado o tempo de tramitação de processos que se arrastam por anos, o que dá à população a sensação de que certas leis protegem mais aos criminosos que os cidadãos) inspire cada vez mais riscos à atividade criminosa e ao criminoso em potencial, isto é, o criminoso deverá ter certeza de que o risco de ser pego, julgado e condenado é grande.
Aliado a todas essas medidas que devem ser tomadas em conjunto, deve ser somado um plano dos governos federal, estadual e municipal e entidades civis no sentido de implementar a geração de empregos e renda, investir na educação, criando mais escolas e proporcionando a permanência das crianças nas instituições escolares dando-lhes condições de continuar seus estudos sem precisar abandoná-los, investindo na saúde, aumentando a quantidade de hospitais, médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde. Há também a necessidade de investimento na área habitacional possibilitando aos pobres o acesso à moradia digna. É importante ressaltar que os problemas da segurança pública também devem envolver toda a sociedade. A começar pelo controle que esta deve exercer sobre a polícia, a justiça e sobre si mesma.
Concluo dizendo que é preciso coragem e determinação política, governamental e da sociedade brasileira para que sejam implementadas as medidas propostas. Esta é uma luta que necessita de um esforço conjunto, um direcionamento comum, por parte de diferentes segmentos governamentais numa articulação entre os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e da sociedade em geral, pois só assim conseguiremos, de forma sustentável, impor limites às pressões cotidianas da violência.
Referências Bibliográficas
D'URSO, Luiz Flávio Borges. A segurança pública no Brasil. In: Revista Jurídica Consulex. Rio de Janeiro, Ed. nº 141, ano VI p. 52-53, NOV 2002.
RAMOS, Saulo. Só o pacto social vence a guerra. In: Revista Veja. Rio de Janeiro, Ed. especial, p. 96, JAN 2002.
SOARES, Luiz Eduardo. Como enfrentar o caos. In: Revista Veja. Rio de Janeiro, Ed. n° 4, p. 79, JAN 2002
TRANSPORTE
COMO ESTÁ O TRANSPORTE NO BRASIL?
As falhas do transporte público
No mês (abril/2012) o tema discutido no #TurismoEmDebate foi o Transporte Público, ou melhor as falhas do transporte público brasileiro!
Claro que as falhas existentes no transporte público nacional não afeta somente turistas, mas principalmente moradores locais, pois são eles que os utilizam todos os dias. Esse fator foi levado em conta durante o debate, pois uma vez que a população tenha opções de transporte dignas, os turistas também serão beneficiados com um bom serviço.
O debate foi realizado na terça-feira (24 de abril de 2012) através do twitter com o uso da hashtag #TurismoEmDebate, teve sete perguntas principais, sobre as quais os participantes foram desenvolvendo o assunto.
Começamos o debate na busca por uma cidade brasileira que oferece transporte de qualidade, Curitiba e Porto Alegre foram bastante citadas. Eu inclusive apesar de não conhece-las, já ouvi falar muito bem sobre os ônibus oferecidos em ambas as cidades. Acredito porém que, mesmo essas cidades, se compararmos com cidades no Canadá, Alemanha ou Japão, podemos perceber que estamos bem atrasados e sendo obrigados a utilizar um serviço de transporte bastante inferior.
As maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, apesar do péssimo serviço oferecido ao morador foram lembradas por serem das menos piores para o turista, visto que possuem as maiores malhas de metrô do Brasil. Lembrando sempre de que se estiver visitando as cidades, evite os horários de pico.
Prova do péssimo serviço de transporte oferecido nessas cidades é a reportagem do Repórter Record, que durou um programa e mostrou o caos e a ineficiência no transporte público de SP. Também teve algumas imagens do Rio de Janeiro. O vídeo é longo, mas vale a pena clicar no link abaixo e assisti-lo.
Repórter Record – O caos e a ineficiência no transporte público de SP
Pensando em outros países, Canadá, Alemanha e Japão já citados acima juntamente com Hong Kong e alguns países europeus foram muito bem lembrados como exemplo de qualidade.
Acreditam que no Canadá chega à ter, no ponto de ônibus, um equipamento que mostra quanto tempo resta para chegar o próximo? E em Hong Kong que você consegue fazer check-in do seu voo e despachar bagagem na estação de metrô antes de pega-lo para ir ao aeroporto, perfeito não? Imagine poder viajar, contando com essas comodidades!
Claro que no Brasil, pelo menos por enquanto, não precisava chegar nesse ponto, mas um pouco que fizessem já seria perceptível. Cade o trem de alta velocidade que ligaria Campinas – São Paulo – Rio de Janeiro?
Somos constantemente atrapalhados no momento de planejarmos uma viagem aqui no Brasil! Quer ver?
Primeiro de tudo é preciso pensar em como planejamos uma viagem… Pensou?
O deslocamento é um item essencial, pois a viagem vai ser totalmente baseada nele, você vai precisar de transporte (público ou não) desde pra sair da sua casa e ir até o aeroporto ou rodoviária, no destino, vai precisar para ir do aeroporto/rodoviária até o local onde ficará hospedado, para se deslocar entre os locais que irá conhecer e atividades que irá praticar na cidade e vai precisar de tudo isso na hora de voltar também. É tudo isso mesmo ou eu to exagerando?
Aí você é “obrigado” a gastar mais com táxi e ainda assim correr o risco de pegar um taxista malandro, alugar um carro e em muitos casos diminuir o número de atrações visitadas porque vai perder 2 horas no trânsito…
Na continuação do debate, o próximo alvo foram os aeroportos.
Insuficiência de espaço, mal atendimento, preços e segurança foram as principais falhas comentadas. A questão das falhas de segurança em aeroportos também foi levantada.
Enfim, o Marcelo Valente fez um comentário com a visão perfeita: “Este gargalo dos aeroportos, vai ser o ponto mais negativo do Brasil na Copa”. Alguém discorda?
Depois disso, foram citados onde o governo deveria investir recursos para a melhoria do transporte e a Tati Akamine resumiu perfeitamente: “Precisamos de trens pra transporte entre cidades, de metrô dentro das cidades grandes, de ônibus nas pequenas”. Básico, não? Será que é tão difícil assim investir um pouco de dinheiro nisso?
Para finalizar, falamos um pouco sobre um tipo de transporte que com investimentos e incentivo do governo, poderia amenizar não só a falta de transporte público, mas como o trânsito nas grandes cidades e também a emissão de gazes poluentes. Esse transporte não é ninguém mais, ninguém menos que a bike!
A falta de ciclovias e a falta de respeito de alguns motoristas são fatores que influenciam negativamente na utilização de bicicletas. É necessário iniciativa pessoal e algumas vezes iniciativa privada para vermos algumas bikes pela cidade. No Rio de Janeiro, a prefeitura em parceria com o Itaú criou o Projeto Bike Rio, muito bem explicado no post da Natália Gastão lá no blog Ziga da Zuca.
Antes mesmo de pensar na vergonha que iremos passar na Copa 2014 e Olimpíadas 2016 temos que pensar em lutar por transporte público de qualidade para a população!
As pessoas se acostumaram com essa precariedade no transporte e acham que isso é o normal, que ja faz parte de suas vidas. Mas não tem que ser assim!
Tem que cobrar os governantes começando aí pelo seu bairro ou sua cidade, até chegarmos na esfera nacional e quem sabe chegar próximo ao padrão dos países citados acima como exemplo de bons serviços de transporte público.
ESTAMOS MESMO EM CONDIÇÃO DE VIVER MOMENTOS DE ALEGRIA COMO SE PEDE UMA COPA.
O BRASIL ESTÁ PEDINDO SOCORRO!
ACORDA BRASIL OU O MUNDO VAI RIR DE NÓS DE TANTA VERGONHA QUE PODEMOS PASSAR NESSES EVENTOS FUTUROS.
Técnicos da Copa tentam ver manifestações como 'normais'. Mas não muito
Chefe da delegação italiana, o ex-jogador Demetrio Albertini lamentou o que viu no país durante a Copa das Confederações e espera que o problema seja controlado para a disputa de um Mundial com segurança."Manifestações são normais para pessoas com problemas. Vimos como uma lástima para as pessoas que querem se confrontar com o governo por uma situação melhor, mas nós, como esportistas, queremos um esporte seguro. Fala-se muito das manifestações, e minha esperança é que todos se entendam com o governo", afirmou.
Outros dois esportistas que viram os protestos de perto foram Óscar Tabárez, técnico do Uruguai, e Carlos Queiroz, treinador do Irã e que veio ao Brasil no meio de 2013 apenas para acompanhar a fase final do torneio como espectador. O português disse que o governo brasileiro soube lidar bem com o problema, mas demonstrou ter na cabeça imagens que não gostaria de voltar a ver.
"Estive no Rio, observei [as manifestações] e não comentei. É claro que nós treinadores e as pessoas do futebol não achamos bom ter um jogo com ruas bloqueadas. Futebol é festa com pessoas nas ruas se divertindo. Quando eu ia pro estádio, não gostei de ver ruas vazias. Não é isso que se espera de um campeonato. Por outro lado, foi impressionante como organização e autoridades conseguiram se manter em um momento de tensão fora do futebol", afirmou Queiroz.
Tabárez, quando questionado, não quis se alongar. Mas lembrou que uma das coisas importantes que será debatida esta semana no congresso técnico da Fifa, em Florianópolis, é justamente a segurança. "É um problema interno do Brasil que tem que ser solucionado. A segurança é um dos assuntos que vai ser debatido aqui."
Teve até opinião mais enfática, como o treinador da Costa Rica, Jorge Luis Pinto, que é colombiano. Ele não hesitou ao ser questionado qual é seu maior temor durante o Mundial. "O único problema que vejo para o Mundial no Brasil é a questão social, que tem protesto e manifestações. O resto não tem problema, o povo brasileiro gosta de futebol. É claro que (as manifestações) preocupam. Sou de país latino americano, sei como é", afirmou.
Depois, ainda fez um apelo. "Queria pedir ao povo brasileiro que curta o Mundial. A Copa não é momento de manifestações sociais e protesto. Façam isso em outro momento", completou Jorge Luis Pinto.
Jornalistas e manifestantes são detidos durante protesto contra a Copa em SP
Manifestação na região central da Capital contra realização do Mundial teve concentração na Praça da República. Trata-se do segundo ato marcado pelas redes sociais
A manifestação contra os gastos com a Copa do Mundo reúne mil pessoas na Praça da República, no centro da capital paulista, informou a Polícia Militar (PM). Segundo a corporação, os manifestantes provocaram tumulto, depredaram agências bancárias e entraram em confronto com a polícia na Rua Coronel Xavier de Toledo. A Polícia Militar deteve cinco jornalistas - três repórteres e dois fotógrafos. Um soldado aplicou uma gravata em um deles e o atirou no chão.
Os jornalistas estão enfileirados no chão da calçada da Rua Xavier de Toledo para serem levados presos em companhia de uma centena de manifestantes. Os PMs decidiram mantê-los presos mesmo depois de ele terem se identificado com documentos profissionais. Um ônibus da PM chegou ao lugar a fim de conduzir dos detidos. A Polícia Militar faz uma barreira humana na rua para impedir as gravações dos jornalistas.
Na página do evento no Facebook, os organizadores criticam a forma como a Copa do Mundo ocorrerá no país. “Bilhões do nosso dinheiro público estão sendo gastos em estádios privados, milhares de famílias estão sendo removidas de suas casas e os investimentos em rodovias e transporte público encontram mais um motivo para servir à especulação imobiliária”.
“Iremos às ruas pela educação pública estatal de qualidade, por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, por vagas para todos - da creche à universidade, por valorização dos professores”, diz o comunicado. Mais de 14 mil pessoas confirmaram presença no evento.
Esse é o segundo protesto do ano contra a Copa, em São Paulo. O primeiro, há quase um mês, foi marcado pela violência. O protesto teve a participação do movimento Black Bloc, que entrou em confronto com a Tropa de Choque. Parte dos manifestantes ficou presa dentro de um hotel na Rua Augusta, quando tentava se refugiar das bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Um dos participantes, Fabrício Alves, de 22 anos, reagiu a uma abordagem da PM com um estilete, levando dois tiros, que atingiram o tórax e o pênis. Fabrício ficou 16 dias internado na Santa Casa.
Hoje o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) intimou manifestantes suspeitos de práticas criminosas para prestarem depoimento. No Facebook, militantes divulgaram fotos das intimações. Os suspeitos foram convocados a prestar depoimento às 16h sobre crimes de dano e formação de quadrilha.
Na página da rede social, os manifestantes reclamaram, dizendo que a intimação para as 16h seria uma tentativa desleal de enfraquecer o ato, que foi marcado para as 17h. “A Polícia Civil, a mando de forças maiores, está intimando manifestantes a depor no mesmo dia e horário da manifestação contra Copa. Essa é a forma que eles encontraram de intimidar os ativistas. Não vamos nos calar diante dessa afronta”, dizem.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que as oitivas fazem parte de uma série de depoimentos previamente agendados. Desde outubro, quando foi instaurado o inquérito para investigar os participantes de protestos, mais de 80 pessoas foram ouvidas.
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