12 de fevereiro de 2014
Quem salvará a vítima cristã sem especular suas motivações? Teologia Brasileira afirma que Marco Feliciano “se diz perseguido,” e Uziel Santana concorda
Julio Severo
Sempre foi a tarefa da teologia se ocupar com o estudo sobre Deus, mas parece que a Teologia Brasileira tem outras ocupações: especular as motivações das vítimas cristãs do movimento supremacista gay. Numa edição recente, o site Teologia Brasileira entrevistou Uziel Santana, presidente da ANAJURE.
Marco Feliciano, sob ataque de protestantes insatisfeitos |
É uma pergunta cheia de malícia, pois ainda que Feliciano nada dissesse sobre as perseguições que estava sofrendo, todos os que acompanharam seu caso sabem que na TV, nos jornais e em outras mídias, os ataques contra Feliciano eram constantes. Eu próprio denunciei as perseguições contra ele, não porque ele “se disse perseguido,” mas porque vi as perseguições e os perseguidores.
Não só a Esquerda secular queria a cabeça de Feliciano, mas também a Esquerda evangélica. Essa postura de achar que Feliciano “se diz perseguido” foi também adotada amplamente pela Esquerda evangélica. Em março de 2013, com o apoio daUltimato (a maior e mais antiga publicação evangélica esquerdista do Brasil), Ariovaldo Ramos e outros “apóstolos” da Teologia da Missão Integral lançaram uma Carta Evangélica contra Marco Feliciano. A carta foi assinada por muitos pastores evangélicos esquerdistas, inclusive Ricardo Bitun e André Sidnei Musskopf, professor luterano na Escola Superior de Teologia e conhecido defensor da agenda gay.
Assim como Uziel Santana, Bitun é articulista no site Teologia Brasileira. Bitun, que é palestrante na VINACC, também faz parte do “Conselho Consultivo Referencial” da ANAJURE, um órgão que dá conselhos espirituais aos juristas da ANAJURE.
Mas que tipo de bom conselho alguém como Bitun poderia dar se aliando às esquerdas contra Feliciano? Na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bitun é professor de teologia e, de acordo com seus estudantes, prega abertamente a favor da Teologia da Libertação e da Teologia da Missão Integral. (Imagino que se ele pregasse a Teologia da Prosperidade já teriam tomado providências contra ele há séculos.) Se quer entender por que o Mackenzie, mesmo sob a direção de Nicodemus, tolera Bitun e a Teologia da Missão Integral, mas jamais tolera a teoria da Teologia da Prosperidade, é só ler meu artigo sobre o assunto.
O que um teólogo que prega marxismo faz na Universidade Mackenzie, na VINACC, na ANAJURE e no site Teologia Brasileira? Talvez não devamos culpar um site pelos colunistas que tem, embora no quadro de articulistas do Teologia Brasileira conste também o nome de Robinson Cavalcanti, fundador do Movimento Evangélico Progressista, o maior movimento evangélico esquerdista da história do Brasil.
O que dois (ou mais) teólogos de linha marxista fazem no Teologia Brasileira? Aliás, como o Teologia Brasileira aceitou fazer uma “entrevista” com seu articulista Uziel Santana com o foco não na teologia, mas em reforçar ataques e estereótipos a Marco Feliciano?
Se a liderança cristã de nosso país não pode tomar Feliciano como modelo de ação, quem devemos tomar? Teologia Brasileira? Seus articulistas? Nicodemus, que além de ser cessacionista parece ter comentado que a Igreja Brasileira precisa de um ex-reverendo presbiteriano que levou multidões aos braços do PT?
De acordo com “Critérios para publicação” do Teologia Brasileira: “O processo de avaliação é de responsabilidade do conselho editorial.” Então, a entrevista contra Feliciano foi aprovada pelo Conselho Editorial, que é formado oficialmente por Franklin Ferreira e Jonas Madureira. Um dos dois, ou os dois então, são autores da pergunta maliciosa dizendo que Feliciano se diz perseguido e se ele deveria ser um modelo de ação. Só para constar: Franklin Ferreira é, junto com Bitun, membro Conselho Consultivo Referencial da ANAJURE.
Em sua resposta, Uziel Santana disse: “O caso do Deputado Marcos Feliciano é, indubitavelmente, um paradigma para todos os que, como nós da ANAJURE, militam em defesa das liberdades civis fundamentais — de todos, não só dos cristãos. É um paradigma porque serve como exemplo de ‘o que se pode e se deve fazer’ e ‘o que não se pode e não se deve fazer’. O Deputado, talvez pela sua inabilidade e pouca experiência política — é de se ressaltar que ele está no primeiro mandato — naquele momento cometeu erros impensáveis para um parlamentar evangélico. Então, a forte oposição recebida não foi pelo simples fato de ele ser evangélico.”
A forte oposição que Feliciano sofreu foi, apenas em parte, por ser evangélico. Acredito que se um deputado católico, budista ou espírita tivesse um currículo igual de oposição ao aborto e à agenda gay, a perseguição seria semelhante. Mas o jurista Uziel não entrou nessa questão óbvia. Ele, juntamente com o Teologia Brasileira, criou a caricatura de um homem “que se diz perseguido,” sem levar em nenhuma consideração a perseguição real da Esquerda secular e da Esquerda evangélica, representada muito bem por alguém ligado ao Teologia Brasileira, à ANAJURE e à VINACC: Ricardo Bitun.
Continuando, Uziel diz: “Seja como for, quanto a este caso, para conhecimento geral, já que o Deputado em outro contexto fez uma crítica pública a ANAJURE, dizendo que nós não o ajudamos, isso não procede. O parlamentar nos procurou, foi bem atendido, e o nosso Conselho Diretivo Nacional, sob recomendação do Conselho Consultivo, aprovou a sua defesa no caso. Ficou, então, convencionado com o Deputado que: primeiro, ele deveria sair totalmente da exposição midiática (em parte provocada pelos graves erros no discurso dele)… Mas o que aconteceu é que infelizmente da parte do deputado nada foi cumprido. Ao contrário, o parlamentar logo após disso divulgou um vídeo, neste padrão alarmista e pouco sábio de que falamos acima, acentuando e provocando o clima de guerra santa que já estava instalado no País, inclusive se portando como uma espécie de ‘grande defensor do Evangelho’, como se Cristo precisasse exclusivamente dele ou de qualquer um de nós para que as portas do inferno não prevaleçam contra Sua igreja. Por isso mesmo, à época, pessoalmente, posicionei-me contra este tipo de atitude.”
Uma das soluções apontadas por Uziel é que Feliciano “deveria sair totalmente da exposição midiática (em parte provocada pelos graves erros no discurso dele).” Para sair do foco da mídia, Feliciano deveria simplesmente abandonar a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Essa decisão com certeza ganharia o aplauso de multidões de esquerdistas, principalmente gayzistas como Jean Wyllys. Mas será realmente que a grande mídia estava atacando Feliciano por causa de supostas declarações “racistas” que ele fez anos atrás? Essa mesma mídia fez vista grossa quando um grande blog esquerdista pró-Dilma chamou de “macaco” o ministro Joaquim Barbosa por ter condenado os petistas do Mensalão.
Essa mídia não fez barulho nenhum contra o racismo esquerdista declarado do blog pró-Dilma. Será então que os ataques dessa mídia contra Feliciano não eram na verdade cortina de fumaça das motivações de uma elite midiática que detesta valores pró-família e pró-vida? Afinal, todos sabem que Feliciano é contra o aborto e a agenda gay. E não é racista.
A grande mídia queria que o público tragasse suas mentiras sobre Feliciano, e aparentemente Uziel se colocou do lado da mídia.
Ressalto que a resposta de Uziel mostra que o Conselho Consultivo da ANAJURE aprovou ajudar Feliciano. Então, contrariando a vontade da ANAJURE, Uziel deu um comunicado à imprensa, em março do ano passado, atacando as motivações de Feliciano. A nota dizia que a presença de Feliciano na CDH vai “dividir, ainda mais, a própria igreja evangélica” no Brasil. A ANAJURE é um grupo de juristas evangélicos que nasceu recentemente. Sua alegada missão é defender as liberdades civis fundamentais, principalmente dos cristãos.
Mas sua nota pública, assinada por seu presidente, Uziel Santana, não tem nenhuma defesa tal das liberdades civis fundamentais de Feliciano. Pelo contrário, a nota acusa o pastor da Assembleia de Deus de “fomentar e participar de uma tresloucada ‘guerra santa’ por estar agindo com intolerância para com os intolerantes”.
A nota também questiona as motivações pessoais do pastor pentecostal, dizendo: “Tudo isso porque os projetos pessoais estão acima dos valores da Verdade do Evangelho de Cristo”.
A ANAJURE foi lançada em 2012 no Congresso Nacional pela bancada evangélica, conforme entrevista do deputado Marco Feliciano. A intenção da Frente Parlamentar Evangélica era que a ANAJURE fosse uma parceira e aliada das lutas pró-família do Brasil. Mas a nota anti-Feliciano de seu presidente, Uziel Santana, criou mal-estar na bancada evangélica e na própria ANAJURE, que perdeu na época dois de seus diretores.
Em sua entrevista ao Teologia Brasileira, Uziel Santana — repetindo o erro da primeira nota que especulou as motivações de Feliciano, como se meros seres humanos pudessem sondar mentes e corações —, disse:
“A Bíblia nos mostra que os que viverem piedosamente em Cristo serão perseguidos e não que a perseguição traz piedade. É de se ressaltar também que havia outros nomes evangélicos naquele momento que poderiam ter ficado no lugar dele na Comissão. Então, a pergunta que se faz é: o apego ao cargo de presidente da Comissão era pela defesa do seu direito de ali ficar, pensando no bem em geral do movimento político evangélico no Congresso, ou por um egoístico interesse eleitoreiro pela exposição midiática que se teve?”
Uziel se mostrou incomodado com o “apego” de Feliciano ao cargo de presidente da Comissão, e então especulou suas motivações. O que fica claro é o seguinte: Feliciano não obedeceu aos ditames politicamente corretos da Anajure, e Uziel logo tratou de lhe enfiar a faca.
Uziel Santana, não queria Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos, mas mesmo descontente hoje reconhece que ele fez um bom trabalho |
“Seja como for, graças a Deus que ele permaneceu e está fazendo um bom trabalho, porque ao menos se tem impedido o avanço de grupos antidemocráticos e anticristãos nesta importante Comissão.”
Por que tanta preocupação e estardalhaço sobre a permanência de Feliciano na Comissão, doutor Uziel? A permanência dele foi boa, não é mesmo? Que tal agora se desculpar com Feliciano? Que tal agora dizer a ele: “Amadureci. Aprendi. Fosse qual fosse sua decisão, minha responsabilidade era ajudar você. Hoje reconheço que foi importantíssimo você não jogar a toalha. Acho que fui influenciado por conselhos errados”?
O que será das vítimas se quem passa perto tiver mais interesse em especular motivações do que prestar socorro?
Jesus nos deu um exemplo do que é ajudar sem colocar julgamentos pessoais acima do amor:
“Diante do que Jesus lhe responde assim: ‘Certo homem descia de Jerusalém para Jericó, quando veio a cair nas mãos de alguns assaltantes, os quais, depois de lhe roubarem tudo e o espancarem, fugiram, abandonando-o quase morto. Coincidentemente, descia um sacerdote pela mesma estrada. Assim que viu o homem, passou pelo outro lado. Do mesmo modo agiu um levita; quando chegou ao lugar, observando aquele homem, passou de largo. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, assim que o viu, teve misericórdia dele. Então, aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Em seguida, colocou-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe recomendou: “Cuida deste homem, e, se alguma despesa tiverdes a mais, eu reembolsarei a ti quando voltar.” Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? Declarou-lhe o advogado da Lei: ‘O que teve misericórdia para com ele!’ Ao que Jesus lhe exortou: ‘Vai e procede tu de maneira semelhante.’” (Lucas 10:30-37 KJA)
Como o bom samaritano, precisamos ajudar as vítimas de crimes. Não é moral nem justo dizer: se a vítima for espírita, budista ou homossexual, não ajudo! Deixo morrer!
O samaritano não estava interessado em saber as motivações da vítima. Ele ajudou independente de quem era ou o que pensava a vítima. Claro que se Uziel apontar que ninguém deu uma surra em Feliciano, dou razão a ele. O tipo de perseguição que Feliciano sofreu não envolveu linchamento nem surra, mas é verdade também que ele escapou por pouco de grave violência física algumas vezes.
Mas só por isso estamos autorizados a afirmar que “Feliciano se diz perseguido”? Em 2010, um pequeno grupo de ativistas gays ameaçou fazer protesto diante da Universidade Mackenzie se o chanceler Augustus Nicodemus não removesse do site um manifesto contra o PLC 122. Eu publiquei alguns artigos defendendo o Mackenzie e o chanceler. Essa situação foi parecida com a situação de Feliciano. Mas no caso do deputado assembleiano, a perseguição foi imensamente maior e, muito diferente de Feliciano, o chanceler optou por atender às exigências do grupo gay, e removeu o manifesto contra o PLC 122. Mesmo tendo jogado a toalha, o Mackenzie produziu artigos em várias línguas, em defesa da liberdade de expressão, para defender na verdade a atitude de seu chanceler de ceder aos ativistas gays.
Se Feliciano “se diz perseguido,” então por que o Mackenzie e seu ex-chanceler, que nunca foram surrados por nenhum ativista gay, saíram dizendo ao mundo inteiro sobre a perseguição dos militantes homossexuais?
Afinal, o que os ativistas gays fizeram com Feliciano e o Mackenzie é ou não é perseguição?
O ex-chanceler deveria entender, mais do que ninguém, a pressão dos ativistas gays. Ele é hoje presidente do Conselho Consultivo Referencial da ANAJURE e deveria respeitar Feliciano, que suportou pressões e humilhações sem jogar a toalha.
Ou então, sem que saibamos, a ANAJURE está liderando um movimento “joga toalha,” onde Augustus já deu o exemplo máximo, removendo o manifesto anti-PLC 122 do site do Mackenzie. Será que foi sob a reverendíssima assessoria dele que Uziel aconselhou Feliciano a abandonar a presidência da Comissão de Direitos Humanos? O movimento “joga toalha” é assim: quando gays birrentos fizerem exigências, ceda. Quando exigirem a remoção de um artigo ou manifesto, ceda. Quando exigirem que você abandone um cargo, obedeça!
A entrevista de Uziel ao Teologia Brasileira causou na ANAJURE o mesmo mal-estar que causou sua primeira nota anti-Feliciano de um ano atrás.
Penso que como presidente de uma importante instituição criada para ser parceira da bancada evangélica, Uziel deveria ajudar as vítimas sem especular motivações.
E deixo claro que se os militantes gays do Brasil, junto com a mídia comprada, perseguissem Uziel Santana, eu o defenderia. Se lançassem um manifesto evangélico contra Uziel assinado por Ariovaldo Ramos, Ricardo Bitun e outros, eu ficaria ao lado da vítima, não dos opressores.
Eu faria por Uziel a mesma coisa que fiz pelo Mackenzie e seu chanceler, antes de jogarem a toalha para os militantes gays. Eu faria a mesma coisa que faço hoje, defendendo Feliciano que até agora não jogou a toalha.
A próxima pergunta do Teologia Brasileira a Uziel é: “Vivemos hoje no seio da Igreja evangélico um certo ‘ativismo social’ que, infelizmente, em alguma medida, lembra o mesmo ‘ativismo esquerdista, ateísta ou laicista’ que tanto combatemos. É como se muitos dos chamados ativistas cristãos estivessem usando as mesmas armas e discursos, só que em lados opostos. Qual a análise que o senhor faz deste fenômeno?”
Fico admirado que o Teologia Brasileira, cujo quadro de articulistas inclui militantes esquerdistas evangélicos como Ricardo Bitun e Robinson Cavalcanti, gaste seu espaço para reclamar de “certo ativismo social” dos evangélicos, chegando inclusive a comparar esses ativistas cristãos aos fanáticos esquerdistas, ateus e laicistas. A quem se refere o escritor do Teologia Brasileira? A pergunta foi dirigida ao Uziel, que responde:
“Muitos, inclusive, que chegaram agora nos movimentos pró-vida, pró-família e em defesa da igreja, que não têm história e o devido preparo espiritual e intelectual, já se sentem como os verdadeiros guardiões do cristianismo, numa espécie de cruzada dos tempos pós-modernos, unicamente contra o movimento gay (ressalte-se), já que contra a corrupção e a favor da ética, por exemplo, poucos se prestam a trabalhar (isso não dá votos). Oxalá realmente fossem os nossos guardiões! Mas, na verdade, suas ações em geral têm promovido infelizmente hate speech contra pessoas, contra adversários políticos e às vezes até mesmo contra irmãos seus na fé que não concordam com tais posturas. Fazem, neste sentido, um desserviço aos que, nos bastidores, como muitos juristas da ANAJURE e outros movimentos sérios, lutam realmente pela igreja brasileira, sem alarde, histerismos e estrelismos.”
Uziel descreve o perfil desse “ativista social cristão” como alguém “numa espécie de cruzada dos tempos pós-modernos, unicamente contra o movimento gay (ressalte-se).” O primeiro livro evangélico escrito por um brasileiro contra o movimento homossexual foi o meu “O Movimento Homossexual,” publicado originalmente pela Editora Betânia.
Minha “cruzada dos tempos pós-modernos, unicamente contra o movimento gay (ressalte-se)” inclui defesa do Mackenzie e seu chanceler, num momento muito difícil de perseguição dos gays. Envolve também defesa de Marco Feliciano. Envolve também defesa da Dra. Marisa Lobo, do Rev. Alberto Thieme e muitos outros.
Ou então, de acordo com o raciocínio do Teologia Brasileira e seu colunista Uziel Santana, eu deveria abandonar minha “cruzada” e tachar Augustus Nicodemus, Marco Feliciano, Marisa Lobo e Alberto Thieme como cristãos que “se dizem perseguidos” por militantes gays? Não. Deus me chamou para ajudar as vítimas, não julgar suas motivações interiores.
Se eu fosse seguir o raciocínio de Uziel, eu lamentaria profundamente minha “cruzada” de anos contra o PLC 122. Por outro lado, Luiz Mott pularia de alegria e abraçaria Uziel por trazer “bom senso” aos evangélicos, silenciando os “terríveis” ativistas cristãos — que embora no plural, obviamente significa eu.
O termo ativista cristão tem sido aplicado a mim por grandes sites evangélicos brasileiros, inclusive o GospelMais, talvez porque eu não possua um título de doutor ou reverendo.
Uziel se queixa desses ativistas cristãos, dizendo: “Chegaram agora nos movimentos pró-vida, pró-família.”
Quando cheguei aos movimentos pró-vida e pró-família na década de 1980, não me lembro de Uziel Santana ali. Como pode ser então que ele chegou antes e eu cheguei agora?
Continuando sua entrevista, Uziel diz:
“Lamentavelmente, o chamado ativismo cristão tem enveredado por caminhos não muito bons. Se é bem verdade que precisamos sim de grupos políticos de pressão em esferas como a do Congresso Nacional (e nós na ANAJURE apoiamos e defendemos muitos desses, v.g., Brasil sem Aborto), é triste constatar que muitos dos chamados ativistas cristãos do meio evangélico brasileiro usam esta onda político-institucional contra os valores da igreja.”
Portanto, Uziel acha que esses ativistas cristãos (não sei a quem mais ele queira se referir, pois geralmente a mídia evangélica só trata a mim como “ativista cristão”) estão em “caminhos não muito bons.” Aparentemente, para ter história, é precisa estar aliado ao Movimento Brasil Sem Aborto, composto por ativistas católicos, evangélicos e espíritas que não combatem a agenda gay. O Brasil Sem Aborto tem muitos atritos com outros grupos católicos pró-vida mais antigos, aos quais estou ligado.
Quero deixar claro que essas queixas de Uziel são de responsabilidade dele, não da ANAJURE, pois de acordo com uma importante fonte de Brasília, vários membros da ANAJURE ficaram indignados quando tomaram conhecimento da entrevista dele no Teologia Brasileira.
Uziel também acusa, referindo-se aos ativistas cristãos: “não têm história e o devido preparo espiritual e intelectual.”
Ora, meu livro “O Movimento Homossexual” foi publicado em 1998. Se isso não é história, então o que é? O que é, na visão do doutor Uziel, ter o “devido preparo espiritual e intelectual”? É especular as motivações das vítimas?
Então, doutor Uziel, vou continuar sem esse seu “devido preparo espiritual e intelectual” que lhe permite se aliar com esquerdistas notórios e jogadores de toalhas. Vou continuar na minha “cruzada dos tempos pós-modernos” ajudando, quando necessário, Mackenzie e seu chanceler, Feliciano, Dra. Marisa Lobo, Rev. Alberto Thieme e muitos outros que estiverem sendo perseguidos pelo movimento gay ou por cristãos dados a calúnias de cunho subjetivista passível de processo criminal.
Fonte: www.juliosevero.com
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