Veja e PSDB contra Jair Bolsonaro
ADHT: "Reinaldo de Azevedo exagera quando diz que Jean Willys teve +100 mil votos na última votação, quando ele não teve nem 45.000. Ele não quer intervenção militar porque apanhou dos militares dizendo que defendeu a democracia. Que democracia, Reinaldo que vc defendeu?...e acabou preso? Por que será? Disse ser favorável ao Casamento gay, a adoção de crianças por dupla gay e apoia a agenda gay. Este jornalista está ajudando a destruir a família tradicional Brasileira ao apoiar tudo isto. Um esquerdopata disfarçado! Não considera que os ativistas gays querem ganhar benefícios ao invés de direitos? Nem viu que o Gazysmo é uma ideologia para destruir os valores morais e cristãos? Ele não defende a família tradicional de forma alguma. É lamentável! Mostrou a cara, mostrou o que é!.
Ridícula a fala do Reinaldo de Azevedo! Atacou Bolsonaro propositadamente com segundas intenções! Agora sabemos porque que só ele continuou na VEJA: Constantino e Joyce Hassellman foram demitidos". Estamos com Bolsonaro nestas questões, é lógico!"
A virulência dispensada por Reinaldo Azevedo, o maior popstar da Veja on line, surpreendeu mesmo quem, como este escriba, sabe que Reinaldo não morre de amores pelo deputado Bolsonaro.
Critiquei Reinaldo num artigo específico, citando a discussão que acabou por envolver Olavo de Carvalho, Kim Kataguiri e Rodrigo Constatino, mas não pude me aprofundar na questão que considero mais proeminente em tudo isso:
O interesse em enfraquecer Jair Bolsonaro.
Existe muita gente na direita que não se empolga muito com o deputado, e tenho visto muitas manifestações neste sentido, na maioria das vezes respeitáveis e embasadas. Eu, particularmente, vejo Bolsonaro como a melhor opção disponível para 2018, tenho amigos que, embora respeitem a atividade dele, não o consideram apto a assumir um cargo desta envergadura.
São opiniões que divergem, mas confluem no respeito ao deputado, como um representante digno, da direita.
A manifestação de Reinaldo teve outro tom. Nivelou Jair Bolsonaro a Jean Wyllys, uma ofensa que eu não teria coragem de fazer nem mesmo aos esquerdistas mais babosos. Wyllys, que Deus o perdoe, só pode ser nivelado consigo mesmo. É um daqueles que, não por qualquer mérito, estão numa categoria única.
Reinaldo fez insinuações sem embasamento sobre Bolsonaro e, nos momentos mais descabelados, argumentou como um psolista revoltado porque a maconha acabou.
Sempre que critico Reinaldo, afirmo que gostava de seu trabalho e que o lia, mas não acho que isso o torne incriticável. Nem ele nem ninguém mais.
Vejo mais pontos positivos do que negativos em seu legado para a direita, porém, assuma ele ou não, goste ou não, seus escritos, que é por onde o conhecemos e avaliamos, pendem cada vez mais para o centro do que para a direita.
Para ser mais exato, Reinaldo pende para o tucanato.
Ele mesmo nunca escondeu proximidade com alguns caciques do PSDB, o que não é demérito algum.
Só se torna demérito se em algum momento ele começar a publicar mentiras sobre candidatos com forte potencial de tomar votos tucanos.
A Revista Veja não é direita, mas de centro-esquerda. Possui afinidade ideológica com o PSDB e defende quase sempre as mesmas bandeiras que o partido.
Muita gente está percebendo uma guinada da Veja para a esquerda, eu escrevi um artigo fazendo este apontamento, chamado A Decadência da Revista Veja e nosso colunista Pr. Marcos Paulo também constatou o mesmo AQUI. Alguns atinaram com a possibilidade de que o fato estivesse ligado ao aparecimento de anúncios estatais na revista, mas não vejo fundamento nisto. A revista continua batendo firme no PT.
Veja é antipetista, mas não é de Direita.
A revista guinou à esquerda porque o PSDB também guinou!
O partido não quer estar atrelado à direita, e busca faturar a fatia de eleitores petistas desiludidos, buscando um discurso mais progressista, temendo que posicionar-se mais à direita possa assustar e repelir este novo eleitorado órfão.
O problema é que Marina Silva está de olho no mesmo eleitorado, e Aécio, que provavelmente será o candidato, terá que disputá-lo com ela. Marina tende a faturar os petistas desiludidos, mas que ainda acreditam na esquerda. Aécio só faturará os moderados ou ultra-desiludidos, que abandonarem a esquerda.
E aqui cabe uma constatação: Sabe qual o grande problema do PSDB?
A direita acha que ele é de esquerda.
A esquerda acha que ele é de direita.
Assim, ele não agrada gregos nem troianos.
A vitória de Aécio nas últimas eleições (sim, eu acho que Aécio ganhou, mas as urnas eram petistas…) só aconteceu devido ao apoio maciço da direita.
Só que a direita está migrando para Bolsonaro. Se nada de novo acontecer e as próximas eleições presidenciais forem realmente em 2018, o deputado do PP (por enquanto, já que Bolsonaro negocia com o PSC) possui um potencial de crescimento gigantesco. Pesquisas atuais já estimam que ele possui cerca de 10% das intenções de voto. É atualmente o único político no Brasil – já que Lula tem medo de sair de casa e ser xingado – que é recebido no país inteiro com ovações.
O Brasil cansou e o discurso de Bolsonaro é justamente o discurso digerível para quem cansou.
É quem cansou de privilégios para bandidos, cansou de verba pra minorias, cansou de ter o direito de ir e vir cerceado por grupos de ativistas em defesa de políticas, não raro, inapreciáveis para quem trabalha para ganhar a vida.
Bolsonaro tem dois anos para crescer e isso assusta muita gente.
Principalmente quem tinha o monopólio do voto da direita que, por falta de opção mais compatível com suas convicções, optava por votar: O PSDB.
Votei no PSDB nas últimas eleições. E votei porque era o menos pior. Era a alternativa ao PT. Não acredito em voto nulo, há sempre um menos pior, e, no caso, o menos pior era tirar os pilhadores do poder.
Mas havendo um candidato de vulto, efetivamente de direita, é claro que ganhará meu voto.
O PSDB, creio eu, percebeu tarde que Bolsonaro não era apenas um bufão que mobilizava defensores da ditadura e xenófobos.
Acreditaram no espantalho que a mídia, majoritariamente esquerdista, criou, pensando que Bolsonaro discursaria para os extremos. Não perceberam que o deputado evoluiu e se reinventou, mantendo as características iniciais que lhe deram projeção.
Bolsonaro é hoje o candidato que a direita, principalmente a conservadora, espera.
E, se dois anos antes da eleição, mobiliza multidões, in loco e nas redes sociais, imagine qual o potencial de crescimento até lá?
Quando o PSDB percebeu, já tinha se distanciado da direita. Fernando Henrique Cardoso dá declarações que cada vez mais afastam o partido da base eleitoral conservadora que possibilitou que o partido fizesse frente ao PT, mesmo com todo o aparelhamento da máquina pública.
Agora, o que resta?
Derrubar Bolsonaro.
Sem Bolsonaro, o voto da direita volta a ser no menos pior, volta a ser um voto que objetiva meramente retirar o partido corrupto do poder.
Se Dilma não cair e novas eleições forem convocadas, os tucanos terão que voltar os canhões para o deputado, pois não podem se dar ao luxo de perder de 15% a 20% de seus votos para ele.
Fica então a dúvida: O chilique de Reinaldo Azevedo, absolutamente fora do tom, faz parte de uma campanha de desqualificação?
A VEJA impressa, por enquanto, tem ignorado Bolsonaro. Chegará um ponto em que isso será impossível. Como reagirá? Com o mesmo tom galanteador com que sempre tratou os candidatos tucanos, ou com a mesma virulência de seu mais incensado blogueiro?
Tenho minha opinião… quase uma certeza.
Esperemos pra ver…
Por Renan Alves da Cruz
Fonte: http://www.voltemosadireita.com.br/veja-e-psdb-contra-jair-bolsonaro/
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