ESQUERDA ALTERNATIVA
Autor: CRÍTICA POLÍTICA
BRASIL
É notícia recente a iniciativa do PSDB, perante a
Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), de solicitar a extinção do Partido dos
Trabalhadores (PT), utilizando-se dos detalhes contidos na delação premiada de
Nestor Cerveró, ocorrida no âmbito da Operação Lava Jato [1]. Com esta
iniciativa, o “maior” partido da esquerda brasileira na atualidade encerraria
definitivamente suas atividades, pois perderia o registro formal junto ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isto, Lula e vários outros asseclas e
partidários, de menor ou maior importância, restariam náufragos no mar da
política. Assim, terão que procurar outro partido para engajarem-se ou
renovarem as esperanças esquerdistas com a criação de um novo partido
político.
À primeira impressão a “louvável” proposição do PSDB
encontra duas finalidades: (a) extinguir seu maior concorrente, há décadas,
pelo poder, em todas as esferas da federação; (b) reforçar o discurso da
sociedade de exclusão da vida política de qualquer agremiado ao PT, que por
fim, aniquilaria e extinguiria o partido. Esquecem os mais desavisados da
terceira finalidade desta proposição. Partindo-se de fatos que comprovam que
PSBD e PT são partidos de esquerda em eterna briga pelo poder [2], a terceira
via almejada pelo PSDB é, única e exclusivamente, fortalecer a própria esquerda
que ele intenta “destruir”.
Em um primeiro momento parece refutável e
contraditório o argumento, pois como se fortalece um movimento ideológico
destruindo parte de sua sustentação? Pois a resposta é das mais simples:
destrói-se a parte “doente” da esquerda, a parte desacreditada, perseguida,
rejeitada socialmente. Sacrificam-se alguns “companheiros” para salvaguardar
outros tantos, que restarão mais fortalecidos após o esfacelamento inicial.
Extermina-se o elo mais fraco no projeto de poder para assegurar a continuidade
do projeto, agora mais fortalecido. Foi assim na URSS dos Bolcheviques,
posteriormente com Stálin. Foi assim com a esquerda nazista comandada por
Hitler. Foi assim com o regime cubano, em que Fidel Castro coordenou, na
surdina, a entrega do mártir da sua Revolução: Ernesto (Che) Guevara. Sobre
este último ponto, recomendamos ler o artigo ERNESTO
GUEVARA: EL CHANCHO.
Com a possível extinção do PT naturalmente outros
partidos de semelhante ideologia ocupariam os espaços esvaziados pelo partido
extinto. Da mesma forma, os partidos esquerdistas restantes receberiam em seus
quadros políticos e administrativos integrantes oriundos do partido extinto.
Trocar-se-iam as peças, mas o tabuleiro permaneceria o mesmo. O cenário
político passaria de uma disputa PSDB-PT para uma disputa PSDB-REDE, PSDB-PDT,
por exemplo. No entorno desta disputa gravitariam partidos de menor expressão
política, como o Partido da Mulher, PSB, PSOL, PCdoB, PSOL, todos de esquerda.
Notem que a conjuntura permanece praticamente inalterada: partidos de esquerda
disputando o poder.
Embora ideologicamente parceiros, a extinção do PT é
amplamente benéfica ao PSDB, pois se destrona o até então intocável partido
representante dos trabalhadores brasileiros, fortalecendo o PSDB e alargando os
espaços políticos para o partido e sua ideologia, que restaria como alternativa
e salvação da sociedade brasileira. Deprimente é termos como alternativa ao PT
o PSDB, partido ideologicamente vinculado ao PT e com as mesmas bases
progressistas que vêm destruindo a nação brasileira em seus alicerces mais
nobres.
Sabe-se que esta iniciativa do PSDB tem enormes
chances de resultar em fracasso, principalmente pelo atual aparelhamento
estatal mantido pelo PT. Mas, em sua gênese, a proposta mais direciona-se como
artimanha para confundir a população brasileira, como para afirmar o PSDB como
oposição, como direita, que nem uma, nem outra coisa é. Atentem: PSDB não é
partido de direita. PSDB não é real oposição ideológica ao PT. Prova-se o recém
afirmado pelos fatos: FHC afirma que PSDB e PT são idelogicamente semelhantes
[2]; PSDB de São Paulo aliando-se ao MST [3] e Geraldo Alckmin afirmando que
integrantes do MST não têm vinculação partidária [4].
Não se enganem: destruir o PT não livrará o Brasil da
sanha ideológica que envenena a sociedade brasileira, destrói as famílias,
extermina a moral e os bons costumes, relativiza todos os princípios e
conceitos aceitos, inverte os valores sociais e falseia a realidade. Embora
seja uma vitória na guerra que se enfrenta, as batalhas serão inúmeras, em
diversas frentes.
A esquerda alternativa indiretamente proposta não será
proposta para alternância de poder, mas a cassação do registro do PT no TSE é
passaporte para a sobrevivência do Brasil.
Fontes:
Brasil, 20 de janeiro de
2016.
Fonte: http://www.criticapoliticabrasil.com.br/artigos/2016/esquerda_alternativa
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