Reportagem revela provas ilegais, manipulação e jogo de interesses na investigação que prendeu o pastor Marcos Pereira; Confira
Publicado por Tiago Chagas em 2 de setembro de 2013
O caso do pastor Marcos Pereira, preso sob acusação de estuprar fiéis
da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), vem ganhando novos
contornos, após a fase inicial de apuração de depoimentos e evidências
levantadas pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) por parte da
Justiça.
O fato de que todas as testemunhas ouvidas pela polícia foram reunidas pelo coordenador do AfroReggae, José Junior, e seus assessores, foi destacado numa reportagem do jornal O Dia. Junior é o maior desafeto público do pastor Marcos Pereira.
O jornalista João Antonio Barros destaca que o ambiente de disputa entre os dois, os complexos de favelas do Alemão e da Penha, são destino de verbas públicas e privadas, e que os motivos das brigas entre Junior e Pereira poderia ser maior do que o revelado.
A matéria cita ainda que a investigação ganhou contornos de parcialidade: “O coordenador do grupo AfroReggae, José Júnior, que após denunciar o religioso por tramar a sua morte em parceria com o crime organizado, transformou assessores de seu grupo cultural em investigadores a serviço da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod)”, escreveu o jornalista Barros.
Uma das gravações usadas na investigação mostra que o ex-braço direito de Marcos Pereira, o pastor Rogério Ribeiro de Menezes teria oferecido emprego no AfroReggae e casa para que uma das testemunhas prestasse depoimento acusando o líder da ADUD.
José Junior, no entanto, afirma que a oferta de benefícios para motivar as testemunhas não representaria conflito de interesses: “De todas as testemunhas, só duas ou três pessoas trabalham no AfroReggae. Elas denunciaram as violências que sofreram, os crimes que viram. Não há mentira”, diz.
Em sua extensa matéria, o jornalista João Antonio Barros lista uma série de pontos da investigação que colocam o caso sob suspeita. Entre as falhas do inquérito, haveria parcialidade por parte do delegado Márcio Mendonça, titular da DCOD, por ouvir apenas testemunhas apresentadas por José Junior e sua equipe do AfroReggae, por exemplo.
Outras questões apontadas como falhas do inquérito seriam:
Falta de autorização da Justiça para realização de escutas contra o pastor Marcos Pereira;
Tomada de depoimentos das testemunhas na calada da noite, com horários variando entre 22h00 e 01h00 numa delegacia que tem o expediente encerrado às 18h00;
Não solicitação de quebra de sigilo financeiro e bancário para comprovar as acusações de lavagem de dinheiro feitas contra Marcos Pereira;
Demora em realizar diligências para averiguar e coletar provas de supostos assassinatos que teriam sido encomendados pelo pastor; Falta de informações adicionais sobre o nome do médico que teria realizado os supostos abortos a pedido de Marcos Pereira;
E finalmente, o que o jornalista chamou de “olhos fechados” para o fato de que um dos depoimentos usados para incriminar o líder da ADUD também mencionou “doações” de dinheiro e bens públicos por parte de três políticos importantes do Rio de Janeiro, mas teve esse ponto “ignorado” pelos investigadores.
A juíza Cláudia Pomarico Ribeiro, da 43ª Vara Criminal, responsável pelo caso, negou o pedido de interceptação telefônica feito pelo delegado Márcio Mendonça, e criticou pontos da investigação.
Entre os pontos que foram apontados como falhos pela magistrada, foi destacado que o delegado listou como testemunha a ser ouvida pelo inquérito uma pessoa já falecida em 2008.
A acusação de estupro que deu origem ao inquérito se transformou em quatro processos contra o pastor Marcos Pereira. Dois deles são referentes aos supostos estupros que teriam sido cometidos pelo líder da ADUD contra fiéis de sua denominação, e que não foram computados como prescritos por haver menção, por parte das vítimas, do uso de violência. Os outros dois processos são de coação de testemunhas, e um deles, foi arquivado. O outro, ainda em andamento, continua sendo averiguado depois que a testemunha Elisângela Cardoso de Jesus recuou e retirou suas acusações alegando que policiais teriam preparado seu depoimento. “Falei 10 minutos e preencheram quatro páginas. Assinei porque fiquei com medo”, acusa.
O caso continua sendo investigado e enquanto isso, Marcos Pereira permanece preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro.
Marco Feliciano vai investigar o caso
Os detalhes obscuros da investigação contra o pastor Marcos Pereira serão investigados por quinze deputados federais que, liderados pelo pastor Marco Feliciano, se reuniram com o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para obter maiores informações sobre o caso.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
O fato de que todas as testemunhas ouvidas pela polícia foram reunidas pelo coordenador do AfroReggae, José Junior, e seus assessores, foi destacado numa reportagem do jornal O Dia. Junior é o maior desafeto público do pastor Marcos Pereira.
O jornalista João Antonio Barros destaca que o ambiente de disputa entre os dois, os complexos de favelas do Alemão e da Penha, são destino de verbas públicas e privadas, e que os motivos das brigas entre Junior e Pereira poderia ser maior do que o revelado.
A matéria cita ainda que a investigação ganhou contornos de parcialidade: “O coordenador do grupo AfroReggae, José Júnior, que após denunciar o religioso por tramar a sua morte em parceria com o crime organizado, transformou assessores de seu grupo cultural em investigadores a serviço da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod)”, escreveu o jornalista Barros.
Uma das gravações usadas na investigação mostra que o ex-braço direito de Marcos Pereira, o pastor Rogério Ribeiro de Menezes teria oferecido emprego no AfroReggae e casa para que uma das testemunhas prestasse depoimento acusando o líder da ADUD.
José Junior, no entanto, afirma que a oferta de benefícios para motivar as testemunhas não representaria conflito de interesses: “De todas as testemunhas, só duas ou três pessoas trabalham no AfroReggae. Elas denunciaram as violências que sofreram, os crimes que viram. Não há mentira”, diz.
Em sua extensa matéria, o jornalista João Antonio Barros lista uma série de pontos da investigação que colocam o caso sob suspeita. Entre as falhas do inquérito, haveria parcialidade por parte do delegado Márcio Mendonça, titular da DCOD, por ouvir apenas testemunhas apresentadas por José Junior e sua equipe do AfroReggae, por exemplo.
Outras questões apontadas como falhas do inquérito seriam:
Falta de autorização da Justiça para realização de escutas contra o pastor Marcos Pereira;
Tomada de depoimentos das testemunhas na calada da noite, com horários variando entre 22h00 e 01h00 numa delegacia que tem o expediente encerrado às 18h00;
Não solicitação de quebra de sigilo financeiro e bancário para comprovar as acusações de lavagem de dinheiro feitas contra Marcos Pereira;
Demora em realizar diligências para averiguar e coletar provas de supostos assassinatos que teriam sido encomendados pelo pastor; Falta de informações adicionais sobre o nome do médico que teria realizado os supostos abortos a pedido de Marcos Pereira;
E finalmente, o que o jornalista chamou de “olhos fechados” para o fato de que um dos depoimentos usados para incriminar o líder da ADUD também mencionou “doações” de dinheiro e bens públicos por parte de três políticos importantes do Rio de Janeiro, mas teve esse ponto “ignorado” pelos investigadores.
A juíza Cláudia Pomarico Ribeiro, da 43ª Vara Criminal, responsável pelo caso, negou o pedido de interceptação telefônica feito pelo delegado Márcio Mendonça, e criticou pontos da investigação.
Entre os pontos que foram apontados como falhos pela magistrada, foi destacado que o delegado listou como testemunha a ser ouvida pelo inquérito uma pessoa já falecida em 2008.
A acusação de estupro que deu origem ao inquérito se transformou em quatro processos contra o pastor Marcos Pereira. Dois deles são referentes aos supostos estupros que teriam sido cometidos pelo líder da ADUD contra fiéis de sua denominação, e que não foram computados como prescritos por haver menção, por parte das vítimas, do uso de violência. Os outros dois processos são de coação de testemunhas, e um deles, foi arquivado. O outro, ainda em andamento, continua sendo averiguado depois que a testemunha Elisângela Cardoso de Jesus recuou e retirou suas acusações alegando que policiais teriam preparado seu depoimento. “Falei 10 minutos e preencheram quatro páginas. Assinei porque fiquei com medo”, acusa.
O caso continua sendo investigado e enquanto isso, Marcos Pereira permanece preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro.
Marco Feliciano vai investigar o caso
Os detalhes obscuros da investigação contra o pastor Marcos Pereira serão investigados por quinze deputados federais que, liderados pelo pastor Marco Feliciano, se reuniram com o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para obter maiores informações sobre o caso.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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