A linguagem dos olhares
14, agosto, 2012
Leo Daniele
Escreve Marcos Augusto Gonçalves:
“Morena ruiva, morena jambo, branca melada, branca morena, alva escura, clarinha, pálida, branquiça, agalegada, avermelhada, bugrezinha escura, quase-negra, mista… Essas são algumas das mais de 130 cores de pele autodeclaradas pela população em 1976, em pesquisa organizada pelo IBGE”.
Acrescenta o autor:
“Diante de tanta variedade, o instituto (IBGE) acabou por consolidar o uso do feioso termo “pardo” para rotular — e empobrecer — a festa de semitons da miscigenação brasileira”.[1]
Os brancos também têm “uma festa de semitons”. Basta pensar na cor dos olhos e nos cabelos.
Entre brancos e entre negros, valendo para todos, ainda temos as diferenças da expressão do olhar.
“Como seria bonito se houvesse material para fazer uma história, não da humanidade, mas de um capítulo especial da história da humanidade: a história dos olhares! Dos olhares magníficos, dos olhares esplendorosos, dos olhares suaves, dos olhares doces, dos olhares tristes, dos olhares de esperança, dos olhares de perplexidade, dos olhares de indignação, dos olhares de ordenação e de planejamento, dos olhares de imprecação e de castigo” (Plinio Corrêa de Oliveira[2]).
Por isso, diz o ditado: o olhar é uma língua em qualquer país, qualquer que seja sua língua.
Esta desigualdade magnífica é uma excelência do universo.
Este assunto faz lembrar a questão das cotas raciais nas universidades. Delas trataremos na próxima semana.
As perfeições da ordem do Universo estão contidas no olhar de Nosso Senhor Jesus Cristo, de maneira que Ele tem estados de alma que correspondem a todas as belezas da criação. “No centro de todas as cores, de todas as belezas, existe a face adorável dEle; no centro de Sua face adorável, está Seu olhar, requinte e compêndio de toda a face”.[3]
Neste site falamos muito das desigualdades. Mas como falar da realidade, sem falar delas? O universo inteiro está repleto delas, e qualquer tentativa de suprimi-las resulta em falta de veracidade, de beleza, de justiça, de bom senso e em caos. Ou seja, em ódio a Quem as criou, para que projetassem para o mundo fragmentos de Sua infinita formosura.
[1] Folha de S. Paulo, 1º de agosto de 2012.[2] Plinio Corrêa de Oliveira, sem data.[3] Plinio Corrêa de Oliveira, sem data.
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