Jesus, o
“Palestino”
James A. Showers
Em alguns grupos cristãos, a justificativa teológica
para se obter liberdade do jugo da “ocupação” israelense é o Palestinianismo
Cristão, uma forma de Teologia da Libertação que enfatiza a humanidade de Jesus
e O retrata como o grande libertador dos pobres e oprimidos deste mundo. Essa
forma substitui o Messias Judeu da Bíblia por um mártir palestino.
Um dos primeiros líderes da igreja a fazer a conexão
entre a Teologia da Libertação e a causa palestina foi Naim Ateek, um palestino
anglicano que estava servindo como cônego na Catedral de São Jorge em
Jerusalém. Em 1989, ele publicou Justice and Only Justice: A Palestinian
Theology of Liberation [Justiça e Justiça Somente: Uma Teologia da
Libertação Palestina], e fundou o Sabeel, o Centro de Teologia da Libertação
Ecumênico Palestino em Jerusalém. (Veja “A Teologia da Libertação Palestina”, de Christopher J.
Katulka, no site www.beth-shalom.com.br).
A Teologia da Libertação Palestina redefiniu Jesus
Cristo. Ateek escreveu, em 2008: “A teologia da libertação palestina enfoca a
humanidade de Jesus de Nazaré, que também era um palestino vivendo debaixo de
uma ocupação”.[1]
A crença de que Jesus era um palestino que sofreu debaixo de ocupação tem se tornado popular entre os palestinos cristãos e é um eficiente instrumento de propaganda contra Israel.[2]
A crença de que Jesus era um palestino que sofreu debaixo de ocupação tem se tornado popular entre os palestinos cristãos e é um eficiente instrumento de propaganda contra Israel.[2]
A mensagem de Páscoa de 2001 de Ateek igualou os
sofrimentos de Jesus de 2.000 anos atrás com a luta dos modernos árabes
palestinos:
“Jesus é o palestino sem poder, humilhado em um posto
de controle. (...) Parece a muitíssimos de nós que Jesus está novamente na cruz
com milhares de palestinos crucificados ao redor dEle. (...) Homens, mulheres e
crianças palestinos [estão] sendo crucificados. A Palestina se tornou um enorme
Gólgota. O sistema de crucificação do governo israelense está em funcionamento
todos os dias. A Palestina se tornou o lugar da caveira”.[3]
Para chegarem até a visão que eles advogam, os defensores
do Palestinianismo Cristão redefinem Deus. Ele já não é mais o Deus de Israel
apresentado nas Escrituras, mas um deus que eles mesmos fabricaram. Eles adotam
uma visão desvalorizada da autoridade das Escrituras e não desenvolvem suas
visões de Deus e de Israel a partir de um estudo criterioso da Palavra de Deus.
Primeiramente, eles criam um Deus que favorece os
árabes palestinos e apaga Israel da história. Depois, eles trabalham para
apoiar suas teorias na Bíblia. Esta é a maneira oposta de como a Bíblia deveria
ser estudada.
Ateek argumenta em favor de uma nova hermenêutica, uma
nova maneira de interpretar a Bíblia:
“Quando alguém é confrontado por uma passagem difícil
na Bíblia, (...) esse alguém deve perguntar (...) Isto se encaixa na figura que
eu tenho de Deus que Jesus revelou-me? (...) Se se encaixar, então a passagem é
válida e tem autoridade. Se não, então não posso aceitá-la como válida nem como
autoridade”.[4]
Em um livro que escreveu em 2008, Ateek falou que o
Antigo Testamento precisa ser “dessionizado” e considerou o papel singular que
Deus atribuiu a Israel por Seu propósito soberano como algo racista.[5]
Ateek não está sozinho. Armado com a Teologia da
Substituição e uma nova hermenêutica, outros teólogos cristãos estão advogando
a causa do Palestinianismo Cristão. Determinados a provar que a nação de Israel
não possui atualmente nenhum direito bíblico à Terra Prometida, eles redefinem
a razão pela qual Jesus veio à Terra para argumentarem contra a doação divina
da terra a Israel.
Ao fazerem isso, eles estão tentando reempacotar a
Teologia da Substituição naquilo que eles chamam de “Teologia do Cumprimento”.
Colin Chapman, um palestrante sobre estudos islâmicos em uma escola de teologia
no Líbano, afirma que tudo o que os profetas do Antigo Testamento disseram
sobre a terra e sobre o povo de Israel foi espiritualmente “cumprido” 2.000
anos atrás, através da vida, morte e ressurreição de Jesus. Portanto, Israel
não tem futuro nem significado profético porque a igreja é “o novo Israel”.[6]
Semelhantemente, Gary Burge, do Wheaton College,
afirma:
“Jesus não visualiza uma restauração de Israel por si
só. Em vez disso, Ele vê a si mesmo abraçando o drama de Jerusalém em sua
própria vida. (...) A restauração inicial de Israel já começou na medida em que
Cristo, o Novo Templo, o Novo Israel, já ressuscitou”.[7]
Burge expressa sua opinião publicamente, dizendo:
“Alguns dos meus amigos me acusarão de defender a
Teologia da Substituição. (...) Existe outra maneira de escrever essa equação.
Creio que vou chamá-la de “Cumprimento Messiânico”.”[8]
Atos 1.6-8 antecipa um futuro para Israel. Quando se
reuniram, os discípulos perguntaram a Jesus se Ele, naquele tempo, restauraria
o Reino a Israel. Entretanto, ao explicar essa antiga conversação sobre o restabelecimento
do Reino, Donald E. Wagner, diretor do Centro de Estudos sobre o Oriente Médio,
na North Park University, em Chicago (EUA), disse: “Aqui Jesus estava dizendo
aos discípulos para não colocarem sua confiança nem devotarem sua energia às
profecias do final dos tempos ou à ideologia sionista militante dos
zelotes”.[9]
Os argumentos dos cristãos palestinos contra qualquer
justificativa para a posse da terra pelo Israel moderno representam mal o Deus
das Escrituras: Deus já não é mais Aquele que guarda as alianças; Ele quebra as
alianças. Ele não é o Deus que prometeu um grande futuro para a nação de
Israel; Ele é o Deus que rejeitou Israel.
A Teologia da Substituição é uma sedutora
representação errada das Escrituras; e as pessoas que crêem que Deus deu à
igreja todas as promessas das alianças que Ele fez com Abraão, Isaque, Jacó e
seus descendentes não têm escolha a não ser negar a promessa da aliança da
terra a Israel.
A questão da terra é crucial, pois se o Israel moderno
tem uma base bíblica para viver ali, então também tem o direito divino de
possuir a Samaria bíblica e a Judéia bíblica (Margem Ocidental), território que
Israel é acusado de “ocupar”, negando assim ao Palestinianismo Cristão seu
argumento mais forte. (James
A. Showers -- Israel My Glory – www.Beth-Shalom.com.br)
10 Erros do
Palestinianismo Cristão
O que há de errado com o Palestinianismo Cristão?
Muito! Seguem os 10 erros mais óbvios:
1. Culpa Israel por grande parte do conflito entre
Israel e os árabes que vivem em Israel e não apenas isenta de culpa os
terroristas islâmicos, mas se alia a eles em oposição a Israel.
2. Ataca a soberania israelense, mas ignora o fato de
que Israel veio a tomar o controle da terra por causa das guerras dos árabes,
que buscavam eliminar Israel. Seus líderes fracassam em admitir que a paz não
pode ser obtida simplesmente por Israel se retirar da Margem Ocidental; os
árabes palestinos devem reconhecer Israel como nação e prometer viver
pacificamente com ele.
3. Ignora os nomes bíblicos de Israel. Na Bíblia, a
Margem Ocidental é chamada Samaria e Judéia. O nome bíblico para toda a terra é
Israel, não Palestina. Os romanos trocaram o nome de Israel por Palestina
depois que derrotaram a segunda revolta judaica, em 135 d.C. Esse novo nome faz
um jogo de palavras com o desejo dos inimigos de Israel, que dizem: “Venham,
vamos destruí-los como nação, para que o nome de Israel não seja mais
lembrado!” (Sl 83.4, NVI). Recusar-se a chamar a terra de Israel identifica a
pessoa como inimigo de Israel e de Deus, de acordo com o Salmo 83.
4. Ignora o povo bíblico da aliança. Não existe um povo
palestino nas Escrituras. Jamais houve uma nação palestina na Bíblia ou na
história. No entanto, Israel é mencionado desde Gênesis 12 até o final da
Bíblia como os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Esses descendentes são os
receptores da eterna promessa divina da aliança da terra.
5. Fabrica uma história palestina que não existe, e
redefine Jesus como alguém que Ele não foi. No processo, muda o propósito pelo
qual Ele realmente veio: salvar o mundo do pecado.
6. Foi fundado com base em uma tendência contrária a
Israel, em vez de ser a partir de um estudo meticuloso das Escrituras. O fato
de os estudiosos cristãos palestinos dizerem que as passagens difíceis devem
ser ignoradas e que a Bíblia deveria ser “dessionizada” confirma esse erro. A
Palavra de Deus diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (2Tm
3.16).
7. Diminui a Pessoa de Deus e a autoridade de Sua
Palavra. Torcer a Escritura para justificar uma posição viola as regras básicas
da linguagem. O Palestinianismo Cristão ignora o contexto e o significado
literal e seletivamente infunde seu próprio significado a alguns textos,
enquanto autoriza o significado de outros textos. O apóstolo Paulo admoestou
seu “filho” Timóteo a ser diligente em “manejar corretamente a palavra da
verdade” (2Tm 2.15).
8. Corrompe o entendimento daquilo que Deus está fazendo
sobre a Terra -- Seu plano para as eras, como revelado por meio de Sua Palavra
escrita -- ao redefinir o propósito de Deus para a história e para Seu
Redentor, Jesus Cristo. A Bíblia adverte contra a pregação de um evangelho que
seja diferente daquele que é o verdadeiro (Gl 1.6-9).
9. Apresenta Deus como alguém que quebra as alianças,
descumprindo as promessas que Ele mesmo fez a Israel, bem como a prometida
herança terrena de Cristo.
10. Exagera grandemente a influência
dos cristãos sionistas sobre a política externa dos Estados Unidos. Os cristãos
sionistas bem que desejariam ter tal poder. Mas, na realidade, ele não existe. (James A. Showers -- Israel My Glory
– www.Beth-Shalom.com.br)
James A. Showers é diretor-executivo de The Friends of Israel.
Publicado na revista Notícias de Israel – www.Beth-Shalom.com.br
Notas:
1. Naim Stifan Ateek, A Palestinian Christian Cry for
Reconciliation [O Clamor Cristão Palestino por Reconciliação] (Maryknoll, NY:
Orbis Books, 2008), 11.
2. Paul Wilkinson, Prophets Who Prophesy Lies in My
Name [Profetas que Profetizam Mentiras em Meu Nome] (Cheshire, UK: Hazel Grove
Full Gospel Church, 2011), 4.
3. Naim Ateek, “An Easter Message From Sabeel” [Uma
Mensagem de Páscoa do Sabeel], 6 de abril de 2001, www.sabeel.org/pdfs/2001%20Easter%20Message.htm.
4.
Naim Stifan Ateek, Justice and Only Justice [Justiça e Justiça Somente]
(Maryknoll, NY: Orbis Books, 1989), 8182.
5.
Ateek, A Palestinian Christian Cry for Reconciliation, 55.
6. Colin Chapman, Whose Promised Land? [Terra
Prometida de Quem?] (Grand
Rapids, MI: Baker Books, 2002), 176.
7.
Gary M. Burge, Jesus and the Land [Jesus e a Terra] (Grand Rapids, MI: Baker
Academic, 2010), 6061.
8.
Gary Burge, “Theology of the Land in the New Testament” [Teologia da Terra no
Novo Testamento], discurso feito na Conferência Christ at the Checkpoint,
Belém, Israel, 20 de março de 2012, www.youtube.com/watch?v=FRlgxfqB8wI.
9. Donald E. Wagner, Anxious for Armageddon [Ansiosos
pelo Armagedom] (Scottsdale, PA: Herald Press, 1995), 83.
Divulgação: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
Nenhum comentário:
Postar um comentário