Até algum tempo atrás podíamos ver
meninos correndo de um lado para o outro numa brincadeira sadia e
divertida. No mais das vezes eram heróis perseguindo bandidos para fazer
justiça. Ao som de bang-bang e para-papá, nas mentes
infantis ia se formando a noção do certo e do errado, além do direito de
se defender do mal e de puni-lo.
Outros eram os tempos em que
brinquedos inocentes como bonecos de cowboys, cavaleiros e soldados,
espadas, cavalos e “armas” eram os mais desejados pelos pequenos, e,
ganhá-los meritoriamente através do bom comportamento e das boas notas na
escola deixava pais e filhos felizes.
Num país de maioria católica como
o nosso, nunca passou pela cabeça de sacerdote ou bispo algum condenar
tal brincadeira, pois a consciência católica se matinha tranquila em face
desse antigo costume. Mas a mentalidade moderna inverteu o que até então
servia de modelo para as crianças.
No lugar de heróis perseguindo o
mal, deparamo-nos com brinquedos monstruosos para fazer o papel de
heróis, sem nenhum predicado moral dos antigos cavaleiros e cowboys. A
propaganda e a TV se encarregam de impor aos jovens brinquedos que
misturam sensualidade e monstruosidade, removendo assim a noção do bem,
do belo e do feio juntamente com a inocência e a pureza.
Basta visitar alguma loja de brinquedos
para ver como muitas bonecas se parecem mais com mulheres públicas, e
como muitos brinquedos provocam mais medo que os antigos filmes de
terror. Mais uma vez, procura-se apagar a noção natural de defesa,
seja de si mesmo, da família ou da nação.
A antipática proibição da venda de
armas de brinquedo – aliás, ignorando o sonoro NÃO sufragado em referendo
sobre o desarmamento – acarretará um verdadeiro vácuo na formação da
mentalidade dos novos brasileiros, que se concretizará numa incapacidade
de se defender dos bandidos.
A quem aproveita isso senão aos
próprios bandidos? Nossos filhos estão crescendo num mundo onde roubar e
matar tornou-se corriqueiro, e todos estão instruídos a não reagir diante
da perda da carteira e até mesmo da vida. Será que a proibição no
Distrito Federal da venda de armas de brinquedo atende aos anseios da
população?
Ao visitar algumas lojas de
brinquedos antes do dia das crianças, pude comprovar que os mais
destacados nas prateleiras – e os mais procurados pelos pais – eram justamente
as “armas”... Quererá o governo petista nos impor mais esta despótica
política?
Caso afirmativo, só os bandidos
lucrarão, pois nossos filhos e netos serão formados segundo a mentalidade
de que roubar e matar é a coisa mais fácil do mundo, uma vez que as
pessoas estão preparadas para não reagir e ver seus bens ou suas vidas se
escoarem vilmente sem a menor resistência. No que isso difere de uma
escravidão?
(*) Marcos Luiz Garcia é escritor e
colaborador da ABIM.
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