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Primeira fase de negociações vai até esta sexta-feira.
Depois, chefes de Estado buscam acordo a partir do dia 20.
O secretário-executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, Luiz Alberto Figueiredo, disse que as negociações para a criação de meios de implementação para o desenvolvimento sustentável -- que incluem formas de financiamento, tecnologia e capacitação de países --, ainda são alvo de divergências entre as delegações.
Em entrevista coletiva realizada no Riocentro nesta quinta-feira (14), o diplomata informou que houve avanços nas negociações sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis. Porém, a falta de consenso preocupa, já que se aproxima o prazo final das negociações do Comitê Preparatório da Rio+20.
"Nos interessa um documento forte e não um 'meio termo'," disse Figueiredo.
Após o fim da fase de negociações, o governo brasileiro organiza debates com especialistas, entre 16 e 19 de junho. Depois, os chefes de Estado e governo vão debater o texto no segmento de alto nível, dos dias 20 a 22.
Mais cedo, o diretor da ONU para o desenvolvimento sustentável, Nilchil Seth, disse que as negociações, previstas para acabar nesta sexta, podem se estender pelo fim de semana a pedido dos diplomatas.
Figueiredo, no entanto, disse que o Brasil, enquanto país que preside a conferência, acredita que as negociações vão terminar na sexta. Se isso não acontecer, o governo vai agir para tentar fazer as nações entrarem em acordo.
“O Brasil vai buscar sugerir opções de solução (...). Como presidência, auxiliará assumindo as negociações e buscando pontos de convergências. É nossa função explorar vias de acordo com nossos parceiros, sem abandonar a postura como membro [da ONU]. Temos que vestir outro chapéu, que é o da presidência e que nos leva a busca do meio termo”, explicou.
O negociador-chefe da delegação brasileira negou a existência de um documento paralelo ao texto atualmente debatido entre as delegações.
“O Brasil não apresentará novos textos. É muito natural que surjam rumores de que o país-sede tenha um texto na manga e o apresente na última hora”.
Economia verde e PnumaFigueiredo disse não acreditar que saia mais caro para os países emergentes o gasto com a tecnologia verde, que integra a chamada “economia verde”.
“O mais importante é difundir e dar acesso a isso para que a sustentabilidade não seja privilégio de alguns. Tem que ser algo que todos os países possam abraçar," disse.
Figueiredo também falou sobre o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), um dos pontos em debate na conferência.
"Não há um consenso claro em torno de transformar o Pnuma em uma agência especializada, mas há um consenso para fortalecer seu papel e dar os meios para sua atuação," afirmou.
O embaixador informou que o Brasil e outros países insistem para que saia da Rio+20 um “processo negociador” que regulamenta o uso dos recursos naturais e da biodiversidade dos oceanos (alto mar).
“É uma lacuna da Convenção do Mar que deve ser preenchida e há um grande movimento de apoio a isso. Estamos muito confiantes que sairemos daqui com indicação clara de que vamos abrir um processo para negociar esse acordo”, explicou.
Fundo
Sobre a criação de um fundo anual de US$ 30 bilhões, proposto pelo G77+China como forma de solucionar o financiamento do desenvolvimento sustentável no mundo, Figueiredo disse que todas as propostas estão sendo consideradas na negociação.
Mais cedo, o embaixador André Corrêa do Lago afirmou ao G1 que os países ricos receberam mal a proposta do grupo do Brasil.
“Quando se fala da questão de dinheiro, de recursos novos e financeiros, é um problema. Nesse caso, particularmente, por conta da crise”, disse Corrêa do Lago.
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