16 de setembro de 2014
Kremlin realiza encontro internacional de líderes pró-família e é acusado pelo jornal The Moscow Times de fazer a festa dos “neocons” do mundo inteiro
Julio
Severo
Ao escolher valores conservadores e
encabeçar a defesa deles na ONU, a Rússia representa uma esperança para combatentes
pró-vida num mundo cada vez mais corrompido pela devassidão do sexo livre,
imposição do aborto, abrangente educação sexual imoral, controle populacional, doutrinação
homossexual mediante a mídia e escolas, concordaram os participantes de um
fórum em 10 de setembro em Moscou, Rússia.
Julio Severo e Don Feder no Kremlin |
O Fórum da Família Grande e o
Futuro da Humanidade (Fórum FGFH) teve sua abertura no Kremlin, reunindo
políticos e ativistas conservadores de 45 países, principalmente dos EUA. Esse
tipo de evento, especialmente em seu formato internacional como tem sido feito
pelo Congresso Mundial de Famílias, foi uma ideia original de Anatoly Antonov e
Allan Carlson. Num jantar perto de uma antiga sede da KGB, Antonov me disse que
ele havia sido torturado pela KGB e enviado ao Gulag na década de 1960. Ele
tinha então 19 anos e era um dissidente da tirania soviética. Hoje ele é um
filósofo e professor da Universidade Estatal Lomonosov de Moscou.
Os participantes do Fórum FGFH criticaram
o aborto, o “casamento” homossexual e as paradas gays como ameaças aos valores
tradicionais.
De acordo com uma reportagem de
LifeSiteNews, o Patriarca Kirill, o líder ortodoxo russo de Moscou, deu início
à reunião com um apoio forte à família. O Metropolita Hilarion, diretor de
relações externas da Igreja Ortodoxa Russa, comentou sobre a repressão contra
os que defendem a família, usando a França como exemplo. Ele chamou a atenção
para a “crise demográfica profunda” da Europa e lamentou que o “assassinato
legalizado — aborto — está sendo permitido em massa e ninguém diz nada.”
O rabino Berel Lazar, o chefe dos
rabinos da Rússia, disse que no Ocidente surgiu um “estranho estilo de vida”
que rejeita crianças. “Graças a Deus isso não é aceitável na Rússia de hoje,”
acrescentou ele.
Rabino Berel Laza, chefe dos rabinos na Rússia |
Recordando que a primeira lei que
Deus deu à humanidade foi “crescer e se multiplicar,” o rabino Lazar disse:
“Precisamos de famílias naturais, com um pai e mãe e um grande número de
filhos.”
O presidente do Pontifício Concílio
da Família do Vaticano, o arcebispo Vincenzo Paglia, se dirigiu ao fórum por
vídeo. Ele chamou a família de “pedra fundamental” do alicerce da sociedade em
vez de meramente um tijolo de construção e alertou que há muitas leis hoje que
enfraquecem a família.
O presidente Vladimir Putin enviou
uma saudação aos participantes por meio de uma autoridade de seu governo. Em
sua mensagem, Putin falou sobre a “crise demográfica de grande escala” que a
civilização enfrenta e “a erosão dos valores morais” no mundo inteiro.
Entretanto, o maior jornal de
língua inglesa na Rússia, o Moscow Times, criticou fortemente os conservadores
russos e internacionais, dizendo que os palestrantes russos eram “corruptos” e
atacando Yelena Mizulina, uma legisladora conservadora do Congresso russo que é
a grande campeã por trás das leis russas que proíbem a adoção de órfãos russos
por homossexuais americanos e proíbem a promoção de propaganda homossexual para
crianças e adolescentes.
Mizulina tem sido um alvo especial
das sanções dos EUA e União Europeia contra a Rússia por causa da Ucrânia.
“Tenho certeza de que na Europa de
hoje não seria possível realizar um fórum como esse,” Mizulina disse à
audiência. “Ainda que fizessem lá, não fariam no Parlamento, como fizemos no
Kremlin, na Rússia, mas o fariam em algum lugar periférico,” disse ela.
Os líderes pró-família
internacionais louvaram o papel da Rússia na defesa dos valores morais e
tradicionais.
Esses líderes incluíram:
Larry
Jacobs (EUA), um famoso líder pró-família e evangélico membro
da Assembleia de Deus. Jacobs defendeu valores pró-família e atacou o
socialismo. A organização americana Campanha pelos Direitos Humanos teria
pedido ao Departamento de Estado de Obama que investigasse Jacobs e sua
participação no evento pró-família no Kremlin. A Campanha de Direitos Humanos é
o maior grupo homossexual militante dos EUA.
Don
Feder, um líder pró-família judeu-americano, também atacou
o socialismo e defendeu valores tradicionais. Ele me disse que nunca teria
esperado tal reunião no Kremlin.
Austin
Ruse (EUA), presidente do Instituto Católico de Família
& Direitos Humanos.
Babette
Francis (Austrália), Endeavour Forum.
Ignacio
Arsuaga (Espanha), presidente de HazteOir.org
Sharon
Slater (EUA), presidente de Family Watch International. De
Moscou, Slater foi diretamente para Genebra, Suíça, onde uma medida da ONU para
destruir os direitos dos pais promove mais liberdade sexual para as crianças.
De acordo com Slater, a Rússia estava patrocinando uma medida para derrotar
essa intenção da ONU. Ela é produtora do excelente vídeo documentário “Imperialismo
Sexual.”
Peter
Westmore (Austrália), presidente do Conselho Cívico Nacional.
Jack
Hanick (EUA), ex-diretor da Fox News.
Steve
Weber (EUA), diretor regional da Rede de Televisão Cristã
(cuja sigla em inglês é CBN) para a Rússia e Ucrânia. A CBN é a rede de TV
fundada por Pat Robertson.
Christine
Vollmer (Venezuela), presidente da Aliança Latino-Americana
pela Vida.
John-Henry
Westen (Canadá), redator-chefe de LifeSiteNews.
Keith
Mason (EUA), presidente de Personhood USA.
Brian
Brown (EUA), presidente da Organização Nacional do
Casamento.
E muitos outros.
Entre os líderes pró-família internacionais,
havia evangélicos, católicos e mórmons. Cerca de mil delegados vieram do mundo
inteiro, inclusive mais de 200 do Ocidente.
O Gay Star News, um site homossexual
com sede nos EUA, tinha a manchete: “Conferência de famílias grandes em Moscou elabora
resolução pedindo leis mundiais para proibir a ‘propaganda gay.’”
A organização esquerdista People
for the American Way e seu Observatório da Direita também atacaram o evento de
Moscou com a manchete: “Fórum de Moscou com Participação de Ativistas
Americanos Finaliza com Pedido de Mais Leis Proibindo a ‘Propaganda Gay.’” Esse
é a mesma organização que atacou a mim, Julio Severo, recentemente.
Em contraste, o Manila Times, o
maior jornal das Filipinas, teve uma manchete mais radiante: “Uma revolução moral
na Rússia.” O artigo disse:
“Apesar
de problemas geopolíticos em muitas frentes, a Rússia tem tentado adquirir vantagem
do Ocidente na área de vida de família e casamento, que estão cada vez mais se
tornando grandes preocupações globais. Oficialmente ateísta desde a revolução
de 1917 que criou a União Soviética até o fim da Guerra Fria em 1991, a Rússia
está agora tentando liderar o reavivamento de valores cristãos na Europa ao
defender a família natural contra os grupos homossexuais globais de pressão
legal e política.’”
Nossa reunião pró-vida numa igreja ortodoxa em Moscou |
A declaração final do evento de
Moscou disse:
Um
APELO Urgente
Às
Nações do Mundo
A
todas as pessoas de boa vontade em todos os lugares: Aos líderes de todas as religiões,
Aos arquitetos da opinião pública, Aos que estão na liderança das organizações
profissionais de mulheres e jovens, À Assembleia Geral da ONU, Aos chefes de
Estado e órgãos legislativos e Aos meios de comunicação de massa.
Nós,
os participantes do Fórum Internacional de Moscou “Família Grande e Futuro da
Humanidade” (de 10 a 11 de setembro de 2014), expressamos nossa profunda
preocupação porque certos países estão seguindo políticas obstinadas e uma
campanha de propaganda sem precedente, tudo o que está levando à destruição suprema
da família natural — uma instituição que numa sociedade civilizada é o alicerce
da ordem, a prosperidade do Estado e paz social.
A
preservação da humanidade se baseia num sistema de laços de família e
parentesco que são formados por meio da ligação de casamento entre um homem e
uma mulher e as crianças que nascem para eles. Isso e só isso tem a capacidade
de garantir a reprodução, estabilidade e continuidade da civilização humana.
Todas as outras espécies de relacionamentos ou alianças sexuais que
intencionalmente excluem o nascimento de crianças são sem sentido, pois são
desprovidos da noção estabelecida na própria definição da palavra “família.” E
nenhum interesse político ou econômico pode servir como pretexto para
substituir o conceito verdadeiro e comprovado de “família” por qualquer tipo de
substituto…
Apelamos
a todas as pessoas que reconhecem o significado e valores da família natural
para a preservação da civilização humana:
*
Para se unirem diante da ameaça da total desumanização da sociedade,
estabelecer uma barreira na estrada da interferência de linha ideológica
sustentada pelo Estado na vida particular das pessoas, numa tentativa de impor
estilos de vida e preferências sexuais da minoria sobre a maioria;
*
Para lutar para lançar iniciativas legislativas nas leis e constituições de
todos os países que definam claramente as relações predeterminadas na família
como relacionamentos entre homem e mulher, seus filhos e seus parentes;
*
Para defender e apoiar a família natural como a única fonte para preservar a
civilização, a vida da humanidade;
*
Para usar todos os dias temáticos internacionais (… proteção das crianças, a
família, etc.) cujos lemas e slogans se refiram a valores tradicionais, para
demonstrar sua discordância e dissidência às tendências destrutivas sustentadas
pelo Estado no sexo e vida de família, principalmente dos jovens, e consolidar
a compreensão de uma família natural como o alicerce da vida humana no nível do
indivíduos, sociedade, estado e civilização;
*
Para opor-se à utilização cínica de mulheres como mães de aluguel nos
interesses de ligações e alianças homossexuais;
*
Para sustentar os interesses das crianças e trabalhar pela aprovação de leis
que proíbam todos os tipos de propaganda com relação a relacionamentos
homossexuais na área de crianças e jovens;
*
Para iniciar e apoiar pesquisas científicas para estudar as condições e
expectativas de desenvolver uma família natural, assim como estudar os efeitos
sociais e psicológicos negativos de criar filhos em duplas homossexuais;
*
Para apoiar campanhas públicas com o objetivo de garantir a integridade da vida
humana desde o momento da concepção até a morte natural, proteger as crianças
de influências contrárias à sua individualidade e sustentar os direitos dos
pais criarem seus filhos — direitos do pai e da mãe;
*
Para exigir iniciativas e ordens dos governos e chefes de estado para garantir
a proteção da família natural, infância e maternidade tanto nas políticas
nacionais quanto nas políticas estrangeiras.
Pedimos
urgentemente que a Assembleia Geral da ONU, o secretário-geral da ONU e o Alto Comissário
de Direitos Humanos da ONU, ao formularem os programas da ONU, sigam a letra e
o espírito do Artigo 16 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que enfatiza
a compreensão da família humana como a única noção possível e aceitável para a
civilização humana, e proclamar no futuro próximo um Ano ou Programa Especial
em apoio à família natural.
Pedimos
que todos os que concordam com este apelo o assinem e lhe deem apoio por amor
da preservação da vida e da civilização em nossa Terra.
Mas essa nobre motivação não foi
suficiente para os inimigos, entre ativistas gays e socialistas nos EUA, e
entre radicais da Rússia.
Steve Weber da CBN e Julio Severo |
A acusação do jornal Moscow Times
de que éramos “Neocons Globais” tinha como intenção nos caracterizar como “neoconservadores”
que, de acordo com Michael Savage em sua coluna do WND, não têm nenhuma relação
com conservadores de verdade. Savage disse:
“Os neocons, primeiro na forma da
Comissão Trilateral e mais recentemente como o Grupo Carlyle, fazem muito
dinheiro em cima de conflitos militares. Quando o mundo está em guerra, os
neocons e a indústria bélica que trabalha com eles lucram enormes quantias de
dinheiro. Os neocons não se importam de que lado você está, enquanto puderem
trabalhar com você para criar uma situação política que eles consigam fazer
crescer até virar guerra, e aí eles começam a tirar lucro.”
Muito embora o Moscow Times
tentasse nos retratar como “incitadores de guerras,” Savage mostra o exemplo da
Ucrânia, cuja crise intensa não foi provocada por nenhum dos líderes pró-vida
internacionais no Kremlin. Ele disse:
“A ‘revolução’ ucraniana foi
fomentada e incentivada por Victoria Nuland, Susan Rice e Geoffrey Pyatt,
embaixador dos EUA na Ucrânia. Esses três foram muito importantes para encenar
uma campanha de desestabilização. Trabalhando com neonazistas ucranianos, eles
fomentaram a revolta ucraniana.”
Kayla, uma bela jovem loira mórmon
americana no evento de Moscou, me disse que ela era uma missionária na Crimeia
antes da anexação russa. Ela disse que aprendeu russo na Crimeia porque todo
mundo lá fala russo. Ela estava no evento representando os mórmons pró-vida dos
EUA.
Os neocons, que trabalham para promover
a supremacia dos interesses geopolíticos dos EUA, inclusive a supremacia gay
que agora é prioridade máxima da política externa americana, não são amigos dos
líderes americanos pró-família e de líderes pró-família internacionais como eu.
Portanto, a acusação do Moscow Times é claramente idiota.
Esses interesses geopolíticos
provocam confusão entre alguns líderes.
Antes da minha viagem a Moscou,
consultei alguns líderes pró-vida no Brasil e eles estavam “certos” de que a
reunião pró-vida no Kremlin era uma “estratégia de Putin para dominar o
movimento pró-vida mundial.” Com essa perspectiva, que faz de nós “marionetes
de Putin,” eu estava com receio de ir. Mas meu amigo Scott Lively, que conhece
a Rússia muito bem, assegurou-me que eu deveria ir.
Nenhum grupo internacional deu mais
apoio aos líderes pró-vida russos do que os americanos. Mas até mesmo eles
sofreram os mesmos dilemas e preocupações que eu, sendo desencorajados por
outros americanos decididos a rejeitar os esforços pró-vida russos como apenas
manobras políticas. Contudo, ao lidar com política, todo político (quer russo
ou brasileiro ou americano) nos usa, e deveríamos igualmente “usá-los” para
objetivos pró-família.
A pressão sobre nós veio do
Ocidente e do Oriente. Se no Ocidente enfrentávamos ser rotulados de
“marionetes de Putin,” a imprensa russa nos tratou como marionetes de Obama e
seus camaradas neocons.
Ambas acusações são falsas,
evidentemente, pois nossa motivação é defender valores de família e vida. Enquanto
a Rússia continuar lutando contra a agenda homossexual em sua própria nação e
na ONU, nós líderes pró-família internacionais ajudaremos a Rússia. Se a Rússia
retroceder em suas posturas pró-família, apoiaremos qualquer outra nação,
grande ou pequena, disposta a defender a família contra os ataques violentos financiados
em grande escala por organizações, fundações, instituições e nações ocidentais.
Se tivéssemos alguma semelhança aos
neocons, esse financiamento colossal, especialmente de George Soros, também estaria
disponível a nós. Em vez disso, nosso financiamento muitas vezes depende de
contribuições pequenas e humildes.
Graças aos meus leitores e apoiadores,
pude representar o Brasil nesse evento pró-família histórico no Kremlin.
Pessoas do Brasil, EUA, Romênia, Guatemala e Bolívia me enviaram contribuições
suficientes para permitir que eu participasse desse evento. Portanto, pelo
apoio deles, representei também, em certa medida, essas nações.
Minha gratidão também a Alexey
Komov e a todos os outros líderes pró-família russos que cuidaram de nós em
Moscou e a Monica Reissenweber por minha curta estadia num hotel em Frankfurt,
Alemanha.
Com informações do jornal The
Moscow Times e LifeSiteNews
Versão em inglês deste artigo: Kremlin Hosts International Meeting
of Pro-Family Leaders and It is Accused by The Moscow Times of Throwing a
Global Neo-Con Party
Fonte:
www.juliosevero.com
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