Pastor Marco Feliciano revela bastidores de polêmicas que se envolveu na política; Assista
Publicado por Tiago Chagas em 2 de outubro de 2013
O pastor Marco Feliciano concedeu uma entrevista falando sobre as
diversas questões em que está envolvido desde que tornou-se parlamentar e
presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM).
Segundo Feliciano, sua entrada na política, mesmo depois de ter
pregado contra, foi uma iniciativa para consertar o que hoje considera
um equívoco. “Enquanto a Igreja estiver na terra, é sujeita às leis do
país. Eu percebi, quando aquela lei PL 122 – que é a lei da mordaça –
passou no Congresso Federal, que nós tínhamos deputados evangélicos lá,
mas que dormiam no ponto. Quando eu vi que aquela lei passou, e no
Senado foi travada – e se passar do Senado vai prejudicar todo mundo –
eu vi que eu fui um dos culpados, porque eu como formador de opinião de
uma geração, a juventude que cresceu me ouvindo, o que eu falava era
lei. Eu precisava achar uma maneira de consertar o meu erro”, afirmou,
explicando o motivo de ter se lançado à política.
Feliciano afirmou que o brasileiro precisa se interessar mais pela
política e revelou que a desinformação dos eleitores resultou numa
confusão que elegeu outros parlamentares em todo o Brasil porque as
pessoas de fora de São Paulo acreditavam estarem votando nele: “Todos os
deputados candidatos do meu partido que tinham o meu número, 2010,
foram eleitos no país inteiro. Eu recebi cartas. ‘Pastor, eu votei no
senhor, mas saiu a foto do Takayama’. Você é de onde? ‘Eu sou do
Paraná’. Mas deputado federal é só do estado… ‘Não, deputado federal é
do país’. Nosso povo não é politizado. Tem gente que votou em mim no
Maranhão. ‘Pastor, saiu outra foto lá, mas o número é do senhor’… Nosso
povo precisa conhecer um pouco mais de política”.
O pastor disse ainda que tem aprendido a não rebater provocações: “Ao
amigo, não é preciso explicar nada, porque ele é meu amigo. Ao inimigo,
não adianta explicar nada, porque ele quer me destruir de qualquer
forma. Então, a Igreja me conhece”, disse.
Sobre o episódio em que o ator e comediante Alexandre Frota o
ironizou, Feliciano disse que agiu seguindo a ideia de não rebater:
“Teve um ator, um coitado, que falou na internet que foi meu namorado
dois anos. O que ele queria? Que eu revidasse, pra dar mídia a ele, como
aconteceu no caso da Daniela Mercury. Eu projetei ela. Ela deve a
carreira dela a mim. Então, o que eu fiz? Suportei a calúnia, até o
ponto que ele não aguentou, foi a um programa da Jovem Pan e disse ‘Foi
só uma brincadeira, quem acreditou nisso é um idiota’”.
Marco Feliciano queixou-se da mídia, dizendo que a cobertura dos
fatos é bastante parcial: “Não sou otário, nem tonto. Como cristão, eu
uso a lei que pode me proteger e faço o que é possível. É claro que pra
mim é tudo mais difícil. Se alguém xinga de lá pra cá e eu revido, vai
sair na mídia que só eu fiz”, lamentou.
Sobre o protesto organizado por ativistas durante um voo, o pastor
resumiu o caso dizendo que o gesto foi repudiado por inúmeras pessoas:
“Como eu não dei bola fiquei quieto, em oração, vieram e bateram no meu
rosto. Eles colocaram o vídeo na internet. Foi um tiro no pé deles,
porque o país inteiro se comoveu por mim. O vídeo teve mais de quatro
milhões de acessos. Cheguei nos Estados Unidos, lá os irmãos no
aeroporto foram falar do vídeo. Em todos os lugares que eu fui, da
Flórida até Nova York todo mundo assistiu. O povo dizendo ‘Olha, eu
posso não concordar com o senhor, mas o que eles fizeram é
intolerância’. Então o Brasil começou perceber quem são os intolerantes,
e quem são os preconceituosos”.
Sobre a pressão exercida contra ele quando assumiu a presidência da
CDHM, Feliciano afirmou que, durante uma reunião de lideranças
partidárias convocada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), teve a oportunidade de discursar antes dos
demais presentes. “Quando eu terminei de falar, dos vinte [líderes de
partidos], dezessete ficaram ao meu favor. Isso virou a mesa, porque eu
mostrei pelo menos o que era, como acontecia, e como eu estava sendo
perseguido. E disse: ‘Se hoje fazem isso comigo, amanhã vão fazer com os
senhor aqui no Plenário grande’. Foi profecia. Deu dez dias os índios
invadiram o plenário. Agora na PEC 300 os policiais invadiram o
plenário. Perdeu o respeito. E tudo porquê? Porque ele não me protegeu
na minha comissão”.
Ainda em relação a essa crise, Feliciano comentou a proposta que ele
fez na ocasião para deixar a CDHM se os parlamentares José Genoíno e
João Paulo Cunha, ambos do PT-SP, condenados pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) no mensalão, também deixassem a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), e revelou detalhes dos bastidores: “Quem é o líder do PT
na Câmara? Irmão do Zé Genoíno, é o deputado que o assessor foi pego
com dólar na cueca. Aí ele levanta e diz assim: ‘A população brasileira
não te suporta mais. Pro bem desse parlamento, renuncie, Feliciano”. Aí
eu subi o sangue e falei assim: ‘Tudo bem. Se é pro bem do Brasil, eu
renuncio com uma condição. Que o seu irmão, e João Paulo Cunha, que são
condenados, mensaleiros, ficha suja, renunciem. Porque eu não sou
mensaleiro, sou ficha limpa, e sou um homem de família, um pastor.
Presidente bateu a mão: ‘Tá encerrada a reunião’. William Bonner falou
no Jornal Nacional: ‘Feliciano falou que renuncia se o PT tirar…’ Acabou
a conversa”.
O pastor voltou a falar a respeito de uma eventual candidatura à
presidência da República: “Se o meu partido me desse legenda, nós íamos
entrar para a história. Podia não ganhar, mas jogávamos a eleição para o
segundo turno. No segundo turno, a gente negociaria como Igreja, um
ministério, alguma coisa assim. Nós teríamos condições. Falta hoje, uma
liderança política evangélica”.
Assista a íntegra da entrevista concedida ao web programa Propagadores:
Fonte:
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