2 de junho de 2014
Por que fazer teologia no Mackenzie?
Por que fazer teologia no Mackenzie?
Em entrevista exclusiva, aluno do Mackenzie fala de mensalidades caras para sustentar uma instituição com espaço escancarado para promotores do liberalismo teológico da Teologia da Missão Integral
Julio Severo
Fazer ou não
teologia? Essa é a questão. Se você é presbiteriano ou de outra linha
calvinista, no Brasil a Universidade Presbiteriana Mackenzie é a melhor
referência.
No passado,
especialmente na década de 1960 durante o governo militar, o Mackenzie se
destacou por um antagonismo com a esquerda. Era comum, na época, confrontos
de rua entre estudantes do Mackenzie e estudantes esquerdistas da USP —
Universidade de São Paulo.
Mas nem
sempre foi assim. Antes do governo militar, importantes postos-chaves da Igreja
Presbiteriana do Brasil (IPB) estavam ocupados por esquerdistas, e a chegada do
governo militar ajudou os presbiterianos conservadores a fazerem uma necessária
faxina na casa. Daí, foi exatamente durante esse período que o Mackenzie se
mostrou mais conservador.
Mais
recentemente, o que tem destacado o Mackenzie não é o conservadorismo, mas professores
que, impunemente, defendem a Teologia da Libertação ou sua versão protestante,
a Teologia da Missão Integral.
Mesmo sob a
gestão do ex-chanceler Augustus Nicodemus, defensores de ambas as teologias já
gozavam de liberdade dentro do Mackenzie — inclusive Ariovaldo Ramos,
considerado um dos “apóstolos” da Teologia da Missão Integral.
Qual seria
a razão da grave omissão, sendo que os teólogos do Mackenzie expõem suas
contrariedades a várias questões que eles interpretam como problemas? Há,
no site do Mackenzie, textos teológicos defendendo o cessacionismo —
doutrina herética abraçada por uma minoria calvinista radical que acredita que
os dons sobrenaturais do Espírito Santo cessaram com a morte dos apóstolos
originais da Bíblia.
Há vários
outros documentos no mesmo site contra pentecostais e especialmente
neopentecostais, citando por nome líderes e suas práticas, inclusive “guerra
espiritual,” enxergada por eles como problema.
Mas nada há
tão explícito e direto contra a Teologia da Missão Integral, muito menos
citando os líderes principais dessa ideologia, como Ariovaldo Ramos, Robinson
Cavalcanti e mesmo Ricardo Bitun, companheiro ideológico de Ariovaldo e coordenador de teologia no Mackenzie.
É preciso destacar, porém, que depois de várias décadas
de infiltração da TMI na IPB e suas instituições teológicas, recentemente a TV
Mackenzie, em entrevista com dois professores da universidade presbiteriana,
teve, ineditamente, como foco uma crítica à TMI. Mas presbiterianos que
assistiram disseram que ao mesmo tempo em que tentaram criticar a TMI, os
professores do Mackenzie passavam a mão em cima. Confira
neste link meu comentário, com link da entrevista integral.
Além disso,
o Mackenzie tem sido um espaço importante para radicais grupos esquerdistas. Só
para citar um exemplo, o Movimento
Bandeira Vermelha patrocinou um debate da Frente Perspectiva sobre “opressão
contra LGBTs, mulheres e afro-descendentes,” com a apresentação de um curta-metragem
recomendado por Jean Wyllys, radical supremacista gay que já esteve como debatedor
no Mackenzie, vencendo o outro debatedor, que
simultaneamente representava o Mackenzie e a ANAJURE. O episódio, posteriormente muito mal explicado,
acabou trazendo desgaste para o próprio
Mackenzie.
Curta-metragem contra opressão aos homossexuais no Mackenzie |
E se eu
fosse só aluno ali? Eu teria de ser um “rebelde com causa” — um “rebelde” contra
a ideologia socialista.
Contudo,
outros evangélicos — não todos — não estão tão preparados para identificar e
confrontar essa ideologia na maior universidade presbiteriana (ou calvinista,
ou reformada, conforme queiram) do Brasil.
Apesar de
sua orientação claramente presbiteriana (e alguns professores pró-TMI), a
grande surpresa é que a grande maioria dos estudantes de teologia do Mackenzie
não é presbiteriana, nem reformada nem calvinista. São neopentecostais.
Considerando que não existe nenhuma universidade de
teologia neopentecostal no Brasil, jovens e profissionais neopentecostais estão
recorrendo em bandos ao Mackenzie. Outro motivo que deve estar levando a
população neopentecostal ao Mackenzie são as frequentes acusações que eles recebem:
“Vocês, neopentecostais, são uns ignorantes. Não têm diploma teológico!”
É verdade:
a vastíssima maioria deles não tem. E para buscar um diploma dessa espécie,
quais são as opções evangélicas?
Há a Escola
Superior de Teologia (EST), que é o maior seminário luterano do Brasil. Mas ali
impera a Teologia da Libertação com todos os seus efeitos, inclusive
infiltração da militância homossexual. A Universidade de Metodista São
Paulo (UMESP), com
os mesmos problemas, é outra opção inviável.
E há a
Universidade Presbiteriana Mackenzie, de linha calvinista. Claro que perto da
EST e da UMESP o Mackenzie é “conservador,” pois a Teologia da Missão Integral,
perto da Teologia da Libertação, é muito mais “suave” e sútil.
Entre essas
duas difíceis escolhas, os neopentecostais escolhem o Mackenzie, mas cancelam
entre a 3ª e 4ª etapa do curso de teologia. No entanto, essa desistência em
massa não é devido exclusivamente à apologia à ideologia socialista. Os alunos
neopentecostais se sentem incapazes de absorver a grande carga de conteúdo teológico.
O segundo maior grupo de estudantes do Mackenzie é
composto de pentecostais, especialmente da Assembleia de Deus. Os pentecostais
conseguem ir até o fim do curso de teologia, se afiando no calvinismo e suas
doutrinas. Não estranhe, pois, pastores da Assembleia e outras igrejas
pentecostais clássicas repetindo, como papagaios teológicos, a mesma linguagem
dos calvinistas: a fonte é a mesma.
A minoria
dos estudantes de teologia do Mackenzie é reformada (ou calvinista, ou presbiteriana).
Eu não
teria problema de estudar na EST ou Mackenzie, pois sou maduro o suficiente
para não absorver e retransmitir ideologias porcas. Mas outros estão absorvendo
tudo ou quase tudo o que estão aprendendo nessas instituições. É nesse ponto
que entra a preocupação com a ideologia da Missão Integral, que não é
drasticamente diferente da radical Teologia da Libertação.
O Blog
Julio Severo tem o prazer de entrevistar um aluno que sabe identificar os
problemas ideológicos no Mackenzie e que procurou contato comigo para expressar
sua insatisfação com os rumos da teologia na maior universidade calvinista do
Brasil.
Por motivo
de segurança, a identidade do aluno, que está em contato constante comigo, será
mantida em sigilo, só estando disponível para as lideranças da IPB que tiverem
a responsabilidade de confrontar os problemas de sua universidade.
O esquerdismo é um problema sério. Mas, pelos vários
artigos no site do Mackenzie contra as experiências carismáticas, pentecostais
e neopentecostais, parece que os olhos teológicos do Mackenzie estão focados apenas
em uma direção. Se esse for o caso, fazem vista grossa à Teologia da Libertação
e à Teologia da Missão Integral ensinada por seus professores, por amor ao ódio
maior. Ricardo Bitun e Ariovaldo Ramos, com presença destacada na gestão do ex-chanceler
Augustus Nicodemus, receberam treinamento na Universidade Metodista de São
Paulo que, junto com a EST, é o maior foco de contaminação marxista do
protestantismo brasileiro.
Além disso, tanto Bitun quanto Ramos têm um rastro,
inclusive uma obra conjunta, de ataques ao neopentecostalismo. Talvez esse seja
o ingrediente mais importante que o Mackenzie tenha achado neles.
Alexandre Brasil, que
hoje é agente presbiteriano muito bem pago do governo do PT para ludibriar os
evangélicos, também passou pelo Mackenzie, e tem igualmente um livro contra
o neopentecostalismo, classificando-o como Nova Era evangélica.
Mais recentemente, em almoço para convidados
especiais, o
atual chanceler do Mackenzie, David Charles, teve a companhia de Danilo
Fernandes, dono do Genizah, um dos maiores tabloides sensacionalistas de
linha calvinista esquerdista do Brasil. O foco de ataque do tabloide é sempre
cristãos do movimento neopentecostal, tratando-os com ridicularizações e
difamações, mas sistematicamente poupando camaradas calvinistas como Ariovaldo
Ramos e Augustus Nicodemus, cujos artigos são publicados com destaque no
tabloide.
É uma
unidade no antineopentecostalismo, onde abraços discretos envolvem calvinistas
supostamente conservadores escondendo e acobertando calvinistas da Teologia da
Missão Integral, cujo liberalismo teológico, apesar de críticas sonsas de
calvinistas pseudo-conservadores, é por eles implicitamente consentida pela
entrada que eles dão aos “apóstolos” dessa teologia ideológica no Mackenzie e
outras importantes instituições presbiterianas.
Entretanto,
talvez num ponto todos eles tenham razão em seus ataques: a ignorância dos
neopentecostais. Se não fossem ignorantes, não seriam a maioria dos estudantes
do curso de teologia no Mackenzie.
São ignorantes o suficiente para estudar teologia numa
universidade que não abre a mão de seu cessacionismo elitista e herético,
negando que hoje o Espírito Santo dá dons sobrenaturais, essencialmente
colocando as experiências neopentecostais no mesmo nível da bruxaria, mas
aceitando de mão cheia os promotores do maior liberalismo teológico que reina
há décadas nas igrejas presbiterianas do Brasil: a Teologia
da Missão Integral, promovida, sem oposição, por grandes pastores da Igreja
Presbiteriana do Brasil (IPB).
Esta é a
segunda entrevista que faço com estudantes do Mackenzie. A
primeira foi com um jovem reformado. Em ambos os casos, eles me procuraram
depois de pesquisar no Google sobre os problemas de socialismo que haviam
identificado nas aulas de teologia da universidade presbiteriana. Ambos
encontraram explicações em artigos de minha autoria, e acabaram se comunicando
comigo.
Outros alunos do Mackenzie verão o relato deles, e
cedo ou tarde os estudantes neopentecostais farão cobranças em suas aulas de
teologia: “Eu vim aqui para aprender teologia, mas estou absorvendo marxismo e
cessacionismo. Para onde está indo todo dinheiro que pago mensalmente?”
Cedo ou
tarde, os alunos pentecostais, que compõem o segundo maior grupo de estudantes
de teologia, farão a mesma cobrança.
E espero
que a minoria de alunos reformados, calvinistas e presbiterianos consiga fazer
o que não tem sido feito durante décadas na IPB: cobrar fortemente a invasão da
Teologia da Missão Integral em suas instituições teológicas.
Se essas cobranças ocorrerem, então a meta dessa
entrevista foi cumprida, e a IPB não terá prejuízo algum, pois se livrará de um
grande câncer espiritual que a atingiu décadas atrás, mas que só agora está
sendo tratado com a gravidade merecida. E a Universidade Presbiteriana
Mackenzie poderá, enfim, ser o que sempre deveria ter sido: conservadora.
Se essa mudança não ocorrer, os alunos neopentecostais
e pentecostais de hoje no Mackenzie estarão sob risco de se tornarem futuros pastores
e outros líderes evangélicos retransmitindo a Teologia da Missão Integral.
Serão meros ventríloquos de um liberalismo teológico amplamente tolerado há
décadas entre os calvinistas do Brasil. Esse será o maior desserviço que a
Universidade Presbiteriana Mackenzie dará à causa do Evangelho no Brasil e
também às igrejas neopentecostais e pentecostais.
Neopentecostais
e pentecostais não são imunes à praga da Teologia da Missão Integral. Ricardo
Gondim, como pastor pentecostal da Assembleia de Deus, estudou teologia na
Universidade Metodista de São Paulo, onde os diabos do liberalismo teológico
deitam e rolam. Depois, ele fez pós-doutorado ali. Hoje, ele não só é um dos
“apóstolos” da Teologia da Missão Integral, mas também um apóstata, defensor do
“casamento” gay.
Se for para os neopentecostais e pentecostais
procurarem teologia tradicional para se contaminarem, é melhor que permaneçam
“ignorantes.”
A Teologia
da Missão Integral aproxima os evangélicos da esquerda, colocando sua ideologia
marxista no pedestal do Evangelho. Coloca irmãos contra irmãos. Os adeptos da
Teologia da Missão Integral, inclusive Ariovaldo
Ramos e Ricardo Bitun, assinaram manifesto público contra Marco Feliciano
quando todas as esquerdas do Brasil queriam removê-lo da presidência da
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados em 2013.
No mesmo
ano, Magali
do Nascimento Cunha, professora da Universidade Metodista de São Paulo e
promotora da Teologia da Missão Integral, lançou um ataque, devidamente
repercutido pelo tabloide Genizah, contra o alerta da Dra. Damares Alves, uma
pastora pentecostal, contra as campanhas do governo para sexualizar as crianças
do Brasil. Magali, como esquerdista desonesta, assumiu a defesa do governo do
PT. Hoje, ela
assessora a infame “Comissão da Verdade” levando para essa inquisição
esquerdista suas “informações” sobre igrejas que se opuseram ao socialismo
durante o governo militar.
A Teologia
da Missão Integral une evangélicos à esquerda e os torna combatentes de
cristãos conservadores.
A Teologia
da Missão Integral no Mackenzie deixará de contaminar seus alunos
majoritariamente neopentecostais e pentecostais com os mesmos problemas? Mesmo
que o Mackenzie contaminasse com menos Teologia da Missão Integral do que a EST
e a UMESP, dá para se dizer que não existe perigo?
O veneno,
em grande ou pequena dose, tem seus efeitos nocivos, que cedo ou tarde
aparecerão.
E Bitun é o maior exemplo. Ele é pastor
neopentecostal, formado na radical UMESP, mas fala e age como os milhares de
calvinistas progressistas do Brasil. Parece-se tanto com calvinista dessa
espécie que foi achado digno de confiança pela elite calvinista de ser o
coordenador do curso de teologia do Mackenzie. Para estar nessa posição, tem de
ser mais calvinista do que a maioria dos calvinistas.
Ele tornou
um neopentecostal Denorex, que não tem quase nada de neopentecostal, mas quase
tudo de calvinista progressista.
Querendo ou não, Bitun se tornou prova viva dos
perigos do contato entre neopentecostais e a moderna Teologia Reformada, que se
encontra sequestrada por interesses de calvinistas progressistas. Não só
contato com a Teologia Reformada (calvinista), mas também com outras teologias
protestantes, que igualmente estão em degradação.
Leia esta
entrevista e, se você, como pentecostal ou neopentecostal, está pensando em
fazer teologia no Mackenzie ou na EST ou UMESP, para escapar do rótulo de
“ignorante,” cuidado com o veneno do liberalismo teológico.
JS: Quanto tempo você estuda no Mackenzie?
ALUNO
MACKENZISTA: Estudo na UPM (Universidade Presbiteriana Mackenzie) há três anos.
JS: O que fez você procurar o Mackenzie?
ALUNO
MACKENZISTA: Procurei a instituição pelo fato de ter uma grade curricular
conservadora, que me saltou aos olhos, e trabalhar com a Teologia Reformada
(que é de meu agrado). Embora eu saiba separar os estudos acadêmicos da minha
fé em Cristo, optei pela UPM por ser um diferencial entre as outras. Cheguei a
pensar na Universidade Metodista, mas não simpatizo com a Teologia Liberal, e
na PUC, mas não sou católico. Além disso, considerei o valor da mensalidade que
até o momento é, graças a Deus, compatível com o meu bolso. Ponderei a linha
teológica que a instituição segue, a localização próxima ao trabalho, valor que
poderia pagar e o prestígio nacional da universidade.
JS: O que você esperava no Mackenzie e não encontrou?
ALUNO
MACKENZISTA: Acredito que como todos os meus colegas cristãos e pastores,
esperava encontrar uma instituição conservadora e que não falasse as besteiras
teológicas que muitas instituições evangélicas têm propagado por aí. Desde a
minha conversão, as dúvidas sobre a Palavra de Deus foram crescendo, até que
resolvi estudar, contra a vontade do meu pastor e da minha família. Como já
disse, não vejo problemas em estudar até mesmo com professores da linha
liberal, pois sei separar a fé da academia. Uma vez que a fé é dom de Deus e é
Ele quem nos dá, eu jamais a “perderia.” De fato, durante esses três anos na
UPM, posso dizer que tive apenas dois professores liberais e esquerdistas. Os
demais não o são e, felizmente, de certa forma, aprendi muito com todos eles.
O que me
deixa realmente triste é a infiltração esquerdista no curso de Teologia. Pensei
que aquele seria um lugar onde os cristãos pudessem fortalecer os seus
conhecimentos acadêmicos e fazer a diferença no país, uma vez que ao ser
indagado por conhecidos sobre minha graduação, tenho como resposta, num
primeiro momento, um rosto franzido e uma interrogação: “Mas o que é teologia?”
“O que faz um teólogo?” “Você vai arranjar emprego com isso?” “Essa profissão
paga bem?” “Você está estudando para ser padre?” Ao contrário, encontrei na UPM
professores que ainda acreditam na total exploração dos trabalhadores pelos
empresários, que fazem apologia petista em plena sala de aula, que pregam a Teologia
da Missão Integral, que falam dos benefícios da Teologia da Libertação, que
exaltam as CEBs (comunidades eclesiais de base) e a CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil), que nos encorajam a ler os teóricos marxistas e a Escola
de Frankfurt e por aí a fora… Fico furioso quando vejo na UPM alunos expressando
admiração pelas aulas com essa temática, de maneira ingênua, acreditando que
isso seja o Evangelho. Com a justificativa de estar fazendo uma boa obra aos
humildes e necessitados, todos acabam caindo no engodo maquiavélico de que os
fins justificam os meios.
Não quero
dizer com isso que sou contra a leitura e conhecimento desse tipo de material.
Pelo contrário, eu mesmo leio sempre e acredito que os estudantes devem ler o
máximo que puderem. Mas não alertar sobre as desgraças que o pensamento
marxista/esquerdista gerou ao longo desses anos é ser negligente. A história
está aí. Não há como negar.
Para não
ser injusto, durante todo esse tempo, ouvi apenas um professor explicando a
real intenção da Teologia da Missão Integral e dessas outras ideologias com o
apelido de “teologia”. Os demais professores, mesmo não sendo esquerdistas,
nunca proferiram uma só palavra contra a TMI. Outros até apoiam, já que a
justificativa é o cuidado com os pobres. Às vezes eu me questiono: “Será que é
por ignorância que eles não percebem que a TMI é um câncer na igreja, ou será
que é proposital”? Eu espero que seja ignorância.
Infelizmente,
parece que a própria Universidade Presbiteriana Mackenzie menospreza o curso de
Teologia. Não há divulgação do curso (que deveria ser a menina dos olhos da
instituição); a carga horária foi reduzida de quatro para três anos; somos
obrigados a participar da maioria dos eventos oferecidos pela UPM sem um aviso
prévio, mesmo que estes não sejam ligados à Teologia. Isso nos faz, muitas
vezes, perder o conteúdo que seria ministrado e que nunca é reposto. Não me
lembro de haver nenhuma aula de reposição durante o tempo que estou lá. A instituição
que tanto prega a liberdade não nos permite ter a liberdade entre optar por assistir
a uma aula (para a qual nos preparamos diariamente e pagamos) ou assistir a um
evento do nosso interesse. Muitas vezes percebo que quando os auditórios estão
vazios, os coordenadores e organizadores dos eventos correm no prédio da
Teologia e esvaziam as salas de aula para prestigiar os palestrantes com um
auditório lotado.
JS: Alunos de teologia do Mackenzie já tentaram se
queixar para a diretoria da carga esquerdista nos cursos de teologia?
ALUNO
MACKENZISTA: Não tenho ciência de que algum aluno tenha se queixado do conteúdo
esquerdista que muitas vezes somos obrigados a engolir, até mesmo porque,
majoritariamente, poucos alunos se interessam ou têm ciência desse assunto.
Como disse na questão anterior, tem aluno que sai da aula maravilhado após
ouvir as boas obras da Teologia da Missão Integral. Quanto a isso não há
resistência, infelizmente. Nunca tomei a frente de reclamar, pois tenho certeza
de que não teria o apoio da maioria dos colegas, mas apenas de um ou dois. Além
disso, a instituição não nos confere o poder nem ao menos para escolher entre
assistir a uma aula ou um evento, não nos respeita quanto a nos avisar de
antemão quando um professor falta (e isso acontece com frequência), etc. Creio
que jamais dariam ouvidos às nossas queixas.
A verdade é
que o pensamento da maioria é sempre o mesmo: “deixa para lá, isso não é nada
demais”. É jogando lixo aos pouquinhos que vemos um amontoado crescer.
Também não
sou contra os professores ensinarem diversas correntes teológicas. Nós estamos
lá para aprender um pouco sobre todas elas. Os alunos devem conhecer de tudo e
formarem a própria opinião, seguir o próprio caminho. Acontece que é uma
universidade confessional, a verdade deve ser dita.
JS: Os professores liberais reconhecem e confessam que
a Teologia da Libertação e sua versão evangélica, a Teologia da Missão
Integral, são liberalismo teológico?
ALUNO
MACKENZISTA: Nenhum deles se assume liberal. Parece também que eles não se
importam com o viés marxista da TMI, já que os pobres são o “alvo” dessa
teologia.
JS: Na década de 1960 durante o governo militar, o
Mackenzie ficou famoso por seu antagonismo com a esquerda. Como os professores
liberais do Mackenzie encaram isso?
ALUNO
MACKENZISTA: Quando indagado se o Mackenzie apoiou o regime militar, um
professor ficou revoltado, dizendo que isso era mentira. Eles estão sempre
negando essa informação dentro do Mackenzie e não gostam quando os alunos tocam
nesse assunto.
JS: Como é que o Mackenzie pode manter presbiterianos
liberais hoje se no passado os expulsava?
ALUNO
MACKENZISTA: Os presbiterianos comunistas foram expulsos, porém, recentemente,
foram honrosamente reintegrados à IPB. Um
exemplo que foi exaltado em de aula de teologia no Mackenzie, aula em que eu
estava, foi o de Paulo Stuart Wright. O professor de história passou um
filme sobre ele e disse que era também amigo de Jaime, irmão do Paulo Wright.
(Nota: Jaime Wright foi um importante pastor presbiteriano socialista que fez
resistência ao governo militar do Brasil.)
JS: Você poderia fornecer um exemplo especifico da
doutrinação esquerdista?
ALUNO
MACKENZISTA: Por exemplo, na aula de Sociologia da Religião, no primeiro
semestre de 2013 durante a gestão do chanceler Augustus Nicodemus, o Ricardo Bitun,
professor e coordenador do curso, deu três ou quatro aulas, fez todas as turmas
de teologia assistirem a uma aula magna com o Pr. Ariovaldo Ramos (seu amigo
pessoal) e distribuiu diversos artigos esquerdistas para as turmas apresentarem
(e durante as apresentações exaltava a Teologia da Libertação e as “obras”
esquerdistas). Ele disse que dava esses artigos para todas as turmas,
inclusive da pós-graduação. O conteúdo dos artigos é totalmente esquerdista,
absurdos às vezes. Não houve objeção de nenhum aluno. O que foi dado para
leitura não passou pela crítica. Posso resumir um dos artigos, que culpava os
ricos e a classe média pela violência e miséria dos pobres. Outros exaltavam as
CEBs (Comunidades Eclesiais de Base, ninhos católicos da Teologia da
Libertação).
Parece tudo
muito bonito. Afinal, o que tem de errado em ajudar um necessitado? O que há de
errado em fazer um projeto numa comunidade carente? Sabemos que tudo isso é
muito bom. O problema é a ideologia por trás disso. A ideologia é o alvo. Essa
mentira de que o rico é o culpado pela situação do pobre, que o capitalismo e o
consumismo são a raiz de todos os males, deveria estar sendo defendida dentro
da Universidade Presbiteriana Mackenzie? Será que ninguém percebe que isso é
loucura? Até quando vamos continuar repetindo isso em uníssono?
JS: Você está satisfeito com as mensalidades que paga
em seu curso de teologia?
ALUNO
MACKENZISTA: Eu diria que as parcelas, graças a Deus, cabem no meu bolso. Mas,
pela qualidade e desrespeito com os alunos da Teologia, não estou satisfeito.
Sem contar a redução da carga horária, o que tenho certeza que nos prejudicará
quanto ao conteúdo do curso. A carga horária diminuiu, mas o valor da mensalidade
aumentou.
JS: Quem são os professores de teologia mais
esquerdistas no Mackenzie?
ALUNO
MACKENZISTA: Não gostaria de citar nomes para não gerar problemas. Mas posso
garantir que o coordenador do curso de Teologia, o Prof° Dr. Ricardo Bitun, é
um dos que mais disseminam ideias esquerdistas durante suas aulas de
Sociologia. Talvez seja por isso que alguns outros professores tenham também
essa liberdade. Posso garantir que já ouvi, dentro da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, muita apologia à Teologia da Libertação e à Teologia
da Missão Integral em sala de aula, a Marx e ao socialismo. Ora sutilmente, ora
descaradamente.
Eu sou a
favor da liberdade de opinião. Sei que todos são livres para se expressar. Sei também
que eventualmente podemos ter professores esquerdistas. O meu verdadeiro
incômodo é a ausência de objeção, é a uniformidade de opinião e negligência dos
demais. É impossível o aluno fazer uma crítica, construir um pensamento se ele
não tem a contradição. O que o professor disser, o aluno vai repetir.
JS: Como aluno, o que você recomenda para outros
estudantes de teologia que estão na sua situação?
ALUNO
MACKENZISTA: Eu gostaria que os alunos buscassem ir além daquilo que ouvimos em
sala de aula. Tenho certeza de que se algum professor ousasse dizer em sala de
aula que Cristo foi uma invenção, uma lenda, os alunos se oporiam e tomariam
uma atitude. Entretanto, mesmo que sutilmente, dentro da UPM engolimos
ideias socialistas a todo momento e ninguém se pronuncia. Quero crer que seja
por ignorância, não por simpatia. Silenciar-se ao ouvir apologias ao regime
político que assassinou mais de cem milhões de seres humanos não é nem de longe
compatível com o Evangelho de Cristo. Acredito que poucos colegas saibam disso.
É aquela maldita ignorância de que “os caras que estavam no poder se
corromperam e aquilo não era o comunismo de Marx.” Até hoje, em todo o planeta,
as ideias de Marx foram IMPOSSÍVEIS de serem postas em prática sem genocídio,
controle mental, miséria e banimento do Cristianismo vivo e atuante. Falta
muita informação aos estudantes universitários e, de forma particular, aos
estudantes de teologia da UPM. Falta investigar a verdade. Não podemos aceitar
calados as ideias que tentam inculcar em nossas mentes. Isso requer muita
leitura e uma sede de justiça.
Antes de
tudo, aconselho aos irmãos que se esforcem em seus estudos, não apenas
teológicos, mas históricos e políticos. Só assim poderemos identificar as reais
intenções de alguns professores.
Além disso, devemos questionar os professores sempre que tentarem nos persuadir com essas ideias.
Posso dizer que desde que ingressei na UPM aprendi a ser mais cauteloso e crítico. Os próprios professores esquerdistas com as suas constantes críticas ao capitalismo nos incitam a isso. Entretanto, pelo que pude entender desses professores esquerdistas da UPM, devemos ser críticos em relação à sociedade, ao capitalismo e à igreja, exceto com relação a esses mesmos professores e a universidade.
Além disso, devemos questionar os professores sempre que tentarem nos persuadir com essas ideias.
Posso dizer que desde que ingressei na UPM aprendi a ser mais cauteloso e crítico. Os próprios professores esquerdistas com as suas constantes críticas ao capitalismo nos incitam a isso. Entretanto, pelo que pude entender desses professores esquerdistas da UPM, devemos ser críticos em relação à sociedade, ao capitalismo e à igreja, exceto com relação a esses mesmos professores e a universidade.
JS: O que você faria para dar um rumo conservador para
os cursos de teologia do Mackenzie?
ALUNO
MACKENZISTA: Sou a favor da liberdade de opinião e expressão. Disso não abro
mão.
Acontece
que a maioria esmagadora de alunos é cristã, conservadora e está lá porque
acreditou no diferencial da UPM. Se existe opção para todos os gostos, por que
não podemos fazer do nosso curso um curso 100% conservador? O aluno que não
está contente pode ir para Metodista ou aonde sentir que é melhor para ele
mesmo.
Acredito
que para melhorar a qualidade do curso de Teologia a UPM poderia rever o que
está sendo ensinado e quem está ensinando. Se a universidade é confessional,
tem liberdade para isso.
Uma vez um
colega questionou um professor sobre a universidade sediar eventos que eram
incompatíveis com a teologia professada pelos presbiterianos. O professor
rebateu, dizendo que lá não tinha fundamentalistas e que as portas eram abertas
a todos. Daí eu me pergunto: mas em qual universidade deste país nós, cristãos,
temos a liberdade de falar sobre criacionismo, por exemplo, sem sermos tripudiados?
Na UNICAMP? Na USP? Por que nosso espaço deve estar aberto para todo mundo e
nós não temos espaço em lugar nenhum? Será que essa abertura toda é realmente
positiva? Ou será que é medo de ser rotulado “fundamentalista”? Eu não sei até
que ponto isso é interessante, já que as coisas estão cada dia mais censuradas
para os cristãos e que a UPM é um dos poucos lugares que nos restou.
Se a TMI é incompatível com o conservadorismo dos
alunos cristãos e com os propósitos originais do Mackenzie, a Igreja Presbiteriana
do Brasil, que é dona dessa instituição, deveria adotar medidas para que o
Mackenzie se porte como uma universidade que preza pela verdade. E verdade só
há uma. E não é a da TMI.
Fonte: www.juliosevero.com
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