A ESCOLA DOMINICAL, A
MÃE DAS ESCOLAS ATUAIS
Por Gilberto Stêvão
Você sabia que a escola
que você estudou, seja governamental ou particular, teve sua origem nas Escolas
Dominicais?
Neste breve rascunho
proponho que estudemos as origens da Escola Dominical e o desejo dos cristãos
em ganhar almas para Jesus, criando uma segunda
escola dominical. Foi o que deu origem às escolas em que hoje todas as crianças
estudam. A Escola dominical nasceu com um amplo conceito de educação,
O erro
começou quando se tirou do currículo a alfabetização,
linguagem, matemática, história, etc., inserindo nele apenas a
visão missionária, tornando-se assim uma escola com ensino religioso,
dogmático.
A escola dominical foi a
mais útil, benéfica e duradoura instituição criada pelo protestantismo. Seu
trabalho educacional foi tão amplo, de uma real educação cristã de ensino
pleno, que rapidamente se espalhou pelo mundo. Lamentavelmente, cem anos
depois, a partir de 1869, ela começou a desviar-se de sua origem e passar para
as mãos e controle do Estado: Não necessariamente todas.
- amplo conceito de
educação, vou chamar de "educação ampla";
- educação cristã, em um
conceito que compreende os saberes sob a ótica dos ensinos bíblicos;
- junto a uma igreja,
isto é, ao corpo de Cristo, nas ações educativas.
A escola dominical
acabou por dar origem as atuais escolas seculares, que a princípio foram
sustentadas pela igreja organização, e por voluntários, mas posteriormente pelo
sistema político governamental. Se não houvesse esse desvio, hoje as escolas
seculares seriam cristãs por princípios, estariam inseridas na estrutura de um
igreja protestante e as crianças não estariam sujeitas aos ensinos ateus,
evolucionistas, tendenciosos, que combatem a Bíblia e a fé cristã, em países
como o Brasil, embora a esmagadora maioria populacional seja cristã. Esse
paradoxo ocorre porque que o estado se diz laico, ou seja, não religioso. De
fato, o estado seria laico se ele nào opinasse quanto aos aspectos religiosos. Ele
se diz laico, mas tem sua posição quanto a esses aspectos.
Um Estado,
como o brasileiro, se diz laico, mas é extradordináriamente ateu, apoia o
ateísmo, ensina o ateísmo, e é tendenciosamente evolucionista, quer dizer, nas
origens de todas as coisas não existe um ser criador. É justamente isso que é
determinado e exigido que seja ensinado nas escolas estatais brasileiras. Não é
assim, por exemplo, nos Estados Unidos, cujos livros ensinam abertamente a
presença de um ser criador nas origens, ou então deixa de ensinar este fato,
sem nenhum problema para a estrutura de ensino.
O que acontece com os projetos
educacionais das escolas brasileiras, é que o Estado exige que se escreva no
projeto algo como lealdade ao materialismo, evolucionismo, mas depois pode ser
ensinado como se quer em nível de sala de aula. Nisto consiste uma enorme
aberração, em que os educadores sendo cristãos fazem seus alunos ateus, embora
se declarem cristãos. Você entendeu? Jesus disse aos seus: Quem comigo não
ajunta, espalha, que quer dizer: você é ou você não é de Cristo. Os cristãos
devem exigir uma clara posição deste laicismo do estado brasileiro.
Ele é
contra ou a favor da religião. Isto é diferente de o estado ser de uma
religião. As leis têm que dizer com clareza que o estado não é contra qualquer
manifestação de religiosidade. Ou dizer com todas as letras da lei: O estado
brasileiro é ateu e não permite se ensine que existe um ser criador ou use
qualquer expressão de religiosidade no ensino.
Como pode um cristão entender o
estado brasileiro que aceita em seu sistema de ensino somente o que é favorável
à filosofia dos ateus? Numa clara demonstração de que tudo que é contra a uma
religião o estado brasileiro é a favor. Logo ele tem um lado. Este estado laico
que prega ser, de fato não o é. Nas escolas
primitivas, o primeiro livro a ser lido e estudado como uma cartilha era a
Bíblia.
Agora o estado proibe a leitura da Bíblia, como se ela fosse uma
inimiga da educação. Se esses desvios no caminho da Escola Dominical não houvessem
ocorrido, o mundo seria outro, e muito melhor. Porque na educação seriam
ensinados os valores fundamentais da existência humana: o amor, o juízo e a
justiça, a invisibilidade e a eternidade. Somente assim pode-se educar uma
criança sobre o bem e o mal, verdade ou mentira, o certo ou errado. Nos fatos
morais não há meio termo.
Os malefícios ensinados pelas escolas seculares de
hoje não alcançariam crianças, se estas estivessem sob orientações morais,
fosse a igreja qual fosse. Porque os ateus não têm interesse algum pela moral.
Isto deve levar todas as pessoas honestas e de bem a uma ponderada reflexão. O contexto
de educação da escola dominical era muito amplo, democrático, imparcial, porque
era cristão e não se limitava apenas ao ensino religioso. Uma pequena história
da escola dominical contada pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie em http://www.mackenzie.br/6924.html
pode ensinar muitas coisas de valor inestimável.
1. Um notável pioneiro
A moderna instituição
conhecida como “escola dominical” teve como seu principal fundador o jornalista
inglês Robert Raikes (1735-1811). Ele era natural da cidade de Gloucester e em
1757, aos vinte e dois anos, sucedeu o pai como editor do Gloucester Journal,
um periódico voltado para a reforma das prisões. Nessa época, estava ocorrendo
na Inglaterra o extraordinário avivamento evangélico, com sua forte ênfase
social.
Inspirado por outras pessoas, Raikes iniciou uma escola em sua paróquia
em 1780. Ele ensinava crianças pobres de 6 a 14 anos a ler e escrever e dava-lhes
instrução bíblica. A ideia de Raikes rapidamente se alastrou pelo país. Apenas
cinco anos mais tarde, em 1785, foi organizada em Londres uma sociedade voltada
para a criação de escolas dominicais.
2. Um extraordinário
crescimento
Um ano depois, cerca de
200.000 crianças estavam sendo ensinadas em todo a Inglaterra. No princípio os
professores eram pagos, mas depois passaram a ser voluntários. Da Inglaterra a
instituição foi para o País de Gales, Escócia, Irlanda e Estados Unidos.
3. Difusão nos Estados Unidos
No fim do século 18,
quando ocorreu a independência dos Estados Unidos, muitas crianças,
especialmente pobres, não tinham acesso à educação. As escolas dominicais
vieram suprir essa carência, além de unir o ensino religioso ao ensino geral. A
primeira escola dominical americana surgiu numa residência da Virgínia em 1785.
Na década seguinte, foram criadas escolas em Boston, Nova York, Filadélfia,
Rhode Island e Nova Jersey. Destinavam-se a crianças que careciam de educação,
muitas das quais trabalhavam em indústrias.
Na cidade de Pawtucket, Estado de
Rhode Island, foi iniciada uma escola na primeira usina de algodão dos Estados
Unidos. Os primeiros dirigentes em geral eram leigos e líderes comunitários; o
texto usado era a Bíblia e as matérias incluíam leitura, redação e valores
cívicos e morais. Essas escolas dominicais prepararam o caminho para a criação
de escolas públicas.
4. A organização do movimento
A partir de 1800, os
propósitos das escolas dominicais americanas passaram a ser instrução e evangelismo;
elas transmitiam valores cristãos e o espírito democrático da nova nação. Era
um trabalho não-denominacional ou, como se dizia na época, uma “associação
voluntária”, reunindo pessoas de diferentes igrejas. Em 1824 foi fundada a
União Nacional de Escolas Dominicais, que organizou os líderes, publicou
literatura e criou milhares de escolas no interior do país. Na mesma época,
muitas denominações começaram a criar as suas próprias uniões de escolas
dominicais.
Até a década de 1870,
existiram dois tipos de escolas dominicais: (a) missionárias, que evangelizavam
crianças em áreas rurais e bairros pobres das grandes cidades; (b)
eclesiásticas, que educavam os filhos dos membros das igrejas.
5. Um princípio para o erro
Em 1869 reuniu-se a
primeira Convenção Nacional de Escolas Dominicais (passou a denominar-se
Convenção Internacional em 1875). Uma comissão passou a preparar um currículo
de lições padronizadas para uso geral (Lições Internacionais). Surgiram normas
para o uso do tempo e do espaço nas igrejas e o sistema foi levado para os
campos missionários no exterior.
6. Um retorno às origens
Alfabetização pela
Bíblia está preparada para ajudar as igrejas a realizar uma Escola Dominical do
modo como ela foi criada em sua origem: Educação cristã plena (como na origem),
gratuita, democrática, isto é para todos (como na origem), com professores
pagos (como na origem) e junto às igrejas (como na origem).
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