15 de setembro de 2015
TMI, marxismo e Augustus Nicodemus
Julio
Severo
A Teologia da Missão Integral (TMI) tem ligação com o
marxismo? A surpresa não é uma resposta “sim.” A surpresa é ver o Rev. Augustus
Nicodemus, que é um dos principais líderes da Igreja Presbiteriana do Brasil
(IPB), tocar no assunto, num vídeo curtíssimo (disponível aqui: https://youtu.be/zxrFTjpRq70).
Augustus Nicodemus |
Aliás, numa entrevista
conduzida por Nicodemus na TV Mackenzie, a pergunta que ele
apresentou aos debatedores, que eram professores da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, foi: “O que a gente ouve de crítica às vezes da Teologia de Missão
Integral é que de alguma forma está associada ao marxismo. Essa crítica
procede?”
A resposta de um dos professores foi que a TMI, ao ser
acusada de ser uma espécie de marxismo disfarçado, é vítima de uma crítica
“excessiva” e “indevida.” Nicodemus, porém, nada respondeu ao erro do
professor, cometido há mais de um ano. Talvez ele tenha deixado para responder
no curtíssimo vídeo de agora.
Na
entrevista inteira, Nicodemus não expressou nenhuma vez que a TMI tem ligação com
o marxismo. Diante dessa entrevista, que conseguiu até desvincular a TMI do
marxismo, o atual vídeo curtíssimo dele é uma surpresa.
O vídeo apresenta um problema, tal qual um médico
chega diante de um paciente e, numa descrição de 2 minutos, explica: “Você tem
câncer!” É claro que o tratamento, que será duro, não vai durar 2 minutos.
Exigirá muito, muito tempo, assim como foi preciso muito tempo para a TMI se
alojar na IPB.
Se Nicodemus quer ajudar nesse longo tratamento médico,
agora ele deveria liderar blogueiros e líderes calvinistas, que
passam tempo excessivo criticando os neopentecostais, a passar igual ou maior tempo
combatendo o câncer da TMI, que é a maior ameaça à Igreja Evangélica do Brasil.
Denominações evangélicas que abraçaram a TMI se
tornaram habitação de demônios do liberalismo teológico. A Igreja
Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que aceita totalmente a
TMI, se tornou ninho virótico do feminismo, PT, Teologia da Libertação e até da
Teologia Gay.
Em seu vídeo, o Rev. Augustus Nicodemus descreveu o
câncer marxista da TMI, mas não disse o nome da vítima ou vítimas nem quanto
tempo vai levar para trazer a cura. Ele se absteve de dizer se terá como foco
principal o combate a esse câncer. Ele, que faz questão de citar o nome do Dr.
Peter Wagner (que foi o primeiro combatente da TMI na história evangélica) e
outros quando ataca
o movimento apostólico, também se absteve de citar nomes de
promotores proeminentes da TMI.
Outro nome é Ariovaldo Ramos, que também já declarou que
a TMI é a versão protestante da Teologia da Libertação. Ramos
ficou famoso ao lamentar a morte do ditador socialista Hugo Chávez.
Mesmo assim, Ramos podia, durante a gestão de
Nicodemus no Mackenzie, dar aulas especiais de teologia.
Nessa altura, muitos poderiam perguntar se Nicodemus
alguma vez parou para pensar na coerência disso. Afinal, não dá para imaginar o
Mackenzie permitindo Silas Malafaia dando aulas de teologia, ou fechando com
chave de ouro cursos de teologia, como fazia Ramos. Se a TMI é um perigo, como
insinua Nicodemus agora, por que então ele deu tanta liberdade para os
promotores da TMI no Mackenzie?
A resposta principal pode estar na pressão da
internet.
Diferente
de muitos anos atrás, quando a internet estava repleta de elogios à TMI,
especialmente vindo de fontes calvinistas, hoje a internet tem muitos artigos
contra a TMI, e dou graças a Deus que faço parte desse pioneirismo. Durante
anos, eu e outros vínhamos trabalhando muito duro para expor que a TMI é uma
ameaça marxista dentro da Igreja Evangélica. Portanto, dizer hoje que a TMI é
um problema não é novidade para ninguém. É chover no molhado de uma chuva
torrencial que já está caindo há um bom tempo.
Nicodemus realmente acredita no que ele disse sobre a
TMI em seu vídeo de dois minutos?
Muitos poderão acreditar nele se ele for sério o
suficiente para passar pelo menos as próximas duas décadas aplicando um
necessário tratamento “quimioterápico,” sistemático e metódico, contra o câncer
do liberalismo teológico da TMI, que precisou de muitas décadas e da atuação de
figuras presbiterianas proeminentes como
Caio Fábio para se tornar a grande ameaça que é hoje.
Fonte:
www.juliosevero.com
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