Aceitação do casamento gay na Igreja Presbiteriana dos EUA causa rompimento de vínculos das denominações brasileira e peruana
Publicado por Tiago Chagas em 26 de setembro de 201
O escândalo da admissão do casamento gay em uma denominação presbiteriana dos Estados Unidos levou as igrejas da mesma ordem no Brasil e Peru a colocarem um ponto final no relacionamento institucional que ambas mantinham com os norte-americanos.
A decisão da Presbyterian Church of United States of America (PCUSA), uma das várias correntes da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos, já havia levado ao rompimento dos presbiterianos do México. Agora, os brasileiros e peruanos se posicionaram de forma contundente sobre o assunto.
O reverendo Gradye Parsons, alto funcionário da Assembleia Geral Presbiteriana, as igrejas latinas discordam da inclusão de homossexuais no ministério e da aceitação de casais gays entre os membros: “Há um conflito contínuo sobre como as pessoas pensam que Deus está encarando as questões LGBT […] Alguns pensam que os gays devem ser amados e transformados, outros pensam que devem ser amados e aceitos”, pontuou.
Em um comunicado oficial, a denominação brasileira comentou o rompimento tecendo elogios à “notável contribuição” da PCUSA “para a expansão do Reino de Deus” ao redor do mundo, enviando missionários e plantando igrejas, mas destacou que a posição da denominação sobre questões ligadas à homossexualidade vai “contra o princípio da autoridade das Escrituras sobre a vida e a fé da Igreja”.
De acordo com informações do Washington Post, as igrejas fundadas pela PCUSA formam um contingente de aproximadamente 94 milhões de fiéis em todo o mundo. O rompimento da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil com a denominação norte-americana põe fim a um relacionamento que existia desde 1970. Já no caso do Peru, a parceria vinha desde 2007.
Igrejas presbiterianas na Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guatemala, Haiti, Honduras e Nicarágua também estão sob liderança da PCUSA, mas ainda não se posicionaram a respeito do tema.
O rompimento eclesiástico não deverá pôr fim à parceria em projetos
sociais tocados por ambas as igrejas, como a fundação e manutenção de
escolas em periferias e construção de cisternas de água em regiões de
seca.
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