Revista Veja mergulha no esgoto para dar uma força a Marcelo Freixo
A maior parte das pessoas que acessou redes sociais neste sábado já deve ter visto alguma referência à capa da revista Veja em que se alardeia a descoberta de uma foto que Crivella escondia por anos: um fichamento dele na delegacia por ter sido “preso”.
Sem dar nenhum detalhe adicional, foi assim que a publicação da Editora Abril tentou chamar atenção para o conteúdo de sua reportagem. Em sua página na web, há apenas isto:
Reportagem de cinco páginas em VEJA desta semana explica como se deu essa prisão até agora desconhecida – e também por que ficou desaparecido por 26 anos o inquérito de 117 páginas que contém as imagens.
Está muito claro que a ação tem objetivos eleitorais imediatos. Tanto que a capa é exclusiva para os moradores do Rio de Janeiro. É de se imaginar também que a revista use a capa em peças publicitárias de rua por toda a capital fluminense para, nesta última semana antes da votação, influenciar o maior número de desavisados possível.
A Veja não dá nenhuma pista sobre o motivo da prisão e fichamento do candidato do PRB por um motivo muito óbvio: ela se deu por uma ação ínfima, não criminosa e, de certa forma, por causa justa. Vejam a nota do senador:
A revista Veja traz em sua capa duas fotos do senador Marcelo Crivella detido em 18 de janeiro de 1990. A explicação é bem menos emocionante do que muitos esperam. Na ocasião, Crivella era engenheiro responsável pela construção de uma igreja em um terreno em Laranjeiras. O local foi invadido. Inconformado com a demora na desocupação, Crivella tentou retomar o espaço e acabou detido. O delegado responsável acabou investigado por abuso de poder.
Crivella também publicou um vídeo em seu Facebook:
Qual a relevância disto hoje? Numa semana em que Eduardo Cunha, também do Rio de Janeiro, foi preso, tal tema mereceria capa? Por que a revista não dá nenhuma dica sobre a prisão, seja na capa ou no sua página da internet? Por que na chamada da internet a Veja diz que Crívella foi preso, quando apenas foi fichado?
Com todo o passado de Crivella como bispo polemista, membro da Igreja Universal, linha auxiliar dos governos do PT, ainda assim temos muito mais motivos para acreditar na versão dele do que na apelação da Veja, que parece estar se reposicionando editorialmente aos poucos.
E podem aguardar: em breve a revista Veja e seus bate-pau vão usar este caso para dizer que eles fazem jornalismo “independente de coloração partidária ou ideologia”, e todas essas desculpas esfarrapadas que pilantras usam quando são contestados duramente pelo que fazem de errado.
A Veja se consolida como a revista mais vagabunda das três grandes semanais.
Revisado por Maíra Pires @mairamadorno
FONTE: http://reaconaria.org/blog/reacablog/revista-veja-mergulha-no-esgoto-para-dar-uma-forca-a-marcelo-freixo/
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