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sábado, 17 de novembro de 2012

A reação de Israel. Ou: Tarso Genro resolveu fazer parte da guerra e escolher um lado


17/11/2012
 às 6:59

Só nesta sexta-feira, o Hamas, que governa e controla a Faixa de Gaza, disparou 190 foguetes contra Israel. Um deles caiu nos arredores de Jerusalém – nada menos! O alvo era o Parlamento. A chuva de mísseis, na verdade, nunca cessou. O governo israelense decidiu reagir. Na quarta-feira, um ataque cirúrgico matou o terrorista e chefe militar do Hamas, Ahmed Jabari. Gaza está sendo alvo de ataques aéreos. Considera-se grande a possibilidade de uma incursão terrestre. Que alternativa os terroristas deixaram ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu?

O curioso é que se especula, aqui e ali, por que Netanyahu reagiu só agora. “Esperou a eleção americana”, dizem alguns. “Está de olho nas eleições israelenses de janeiro, quando pode ser referendado no cargo ou dele defenestrado”, dizem outros. Muito bem! Digamos que esses cálculos tenham também instruído a decisão, pergunto: é ilegítimo que o Estado de Israel decida a hora mais oportuna de reagir?
Também andei lendo que esse momento mais agudo da crise teve início com o decisão de Israel de eliminar Jabari. Mentira! O governo israelense reagiu à intensificação dos ataques organizados e executados pelo Hamas. Desta feita, os terroristas que governam Gaza nem se ocuparam de atribuir a iniciativa a grupos ainda mais radicais. Aqueles que muitos pretendem ver admitidos como parte legítima da negociação israelo-palestina assumem que tentaram jogar um foguete contra o… Parlamento israelense! Que país do mundo suporta esse tipo de ataque sem uma reação exemplar?
Por que o Hamas se sente fortalecido? Ora, por causa do novo momento – isso que chamam “Primavera Árabe”. O primeiro-ministro do Egito, Hisham Qandil, visitou Gaza, manifestou apoio integral aos terroristas e ainda teve tempo de segurar uma criança morta, supostamente atingida pelos bombardeios israelenses. Qandil e o presidente egípcio, Mohamed Mursi, pertencem à Irmandade Muçulmana, de onde brotou o Hamas.
Então vejam que curioso: quando o Hamas estava sob o comando indireto do ditador Bashar Al Assad, jogava seus mísseis contra Israel. Mandou o antigo aliado às favas – quem ainda aposta nele? – e resolveu integrar a nova metafísica influente da região. Como consequência, sente-se mais livre para… jogar ainda mais mísseis contra Israel!
Tarso Genro
É nesse ambiente que se vai realizar em Porto Alegre, entre 28 de novembro e 1º de dezembro, com o apoio do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), o Fórum Social Mundial Palestina Livre, que, entre outras delicadezas, prega um boicote internacional a Israel e defende como legítimas as ações do Hamas contra o país.
De maneira clara, aberta e deliberada, Tarso está investindo dinheiro público num evento que apoia ações terroristas contra um país com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas. Numa nota que chega a ser cínica, o petista sugere que dá suporte à realização do encontro sem se comprometer com a sua pauta. Tarso é mesmo um homem inovador: dá apoio material a um evento que defende os atos de um grupo terrorista, mas sem sujar as mãos de sangue…
Nos próximos dez, 11 dias, o mais provável é que a crise se acirre. Tarso resolveu dar a sua contribuição à história, atraindo para o Brasil os amigos do Hamas.

Por Reinaldo Azevedo

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