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segunda-feira, 16 de julho de 2018

“Como matei o Chinês” - A.C - Avelino Brioni Capitani - TERRORISTA BRASILEIRO

“Como matei o Chinês” - A.C - Avelino Brioni Capitani


A distância, ele parece o mais inofensivo dos homensCom 1.75 metro de altura, sua figura esguia e pálida aparenta um tipo tímido e retraído. Visto de perto, explodem as diferenças. Verborrágico e incisivo, por exemplo, costuma agredir o interlocutor com argumentos que sempre lhe parecem irrefutáveis. é, contudo, na intimidade de uma confissão que surge o maior contraste. Aos 39 anos, A.C. - um professor que, egresso da guerrilha de esquerda da década de 70, até hoje só admite falar ocultando-se sob o codinome “Vila" - guarda um grande terrível segredo do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR): a execução do militante Salatiel Teixeira Rolim, o "Chinês' no interior do antigo bar Escorrega, no Rio de Janeiro.


Na semana passada, Vila finalmente contou a ISTOÉ como e porque ajudou a matar Salatiel. 

Texto completo, clique aqui



Eis o seu depoimento: - Salatiel provocou prejuízos incalculáveis para nós. Ele apanhou 2 milhões por extenso do "Bom Burguês", mas só entregou 300 mil para o BR. Com esse dinheiro comprou o bar Escorrega, no Leblon, local onde hoje funciona um açougue. Além disso, foi responsável pela queda do Mário Alves . Por tudo isso, eu, o Tomás e o Vaqueiro fizemos justiça.

Houve uma rigorosa apuração de todas as suspeitas. Não sei quantas pessoas fizeram esse trabalho, mas houve inclusive colaboração de outros partidos e organizações. Só foram contra os que estavam no exterior. O Apolônio (Apolônio de Carvalho, ex-dirigente do PCBR) até hoje diz que foi um erro, mas ele estava exilado. Não conhecia nossa realidade.  - Para executar a sentença, foram escolhidos os quadros que atuavam militarmente dentro da organização. Eu estava com 25 anos na época e lembro que discutimos exaustivamente os aspectos psicológicos, a maturidade dos militantes. É mórbido falar disso, mas a  verdade é que o remorso não faz parte de uma concepção de luta de classes. Ao contrário, o ódio de classe é uma coisa que nos mantém com o coração quente e a cabeça fria para executar qualquer coisa. Isso não quer dizer fôssemos desumanos. Foi justamente por amor à humanidade que o fizemos.

- Não foi nada difícil executar a sentença. Tudo já estava certo há alguns dias. Chegamos ao Escorrega por volta e meia da manhã. O Salatiel estava sozinho, arrumando o bar. Ele nos reconheceu, mas não desconfiou de nada. Até ficou feliz. Depois nos serviu 3 batidas. Em seguida sacamos os revólveres e aí informamos que ele seria justiçado por trair o PCBR. Ele não teve tempo de falar nada. Todos disparamos e o corpo caiu atrás do balcão. Ainda tivemos tempo de espalhar os panfletos do partido assumindo a autoria da ação, pichar as paredes com tinta spray e só depois sair.

- Esse não foi o único justiçamento feito pelo BR. Nós íamos acabar com o Cabo Anselmo porque sabíamos que era um traidor.  Mas a DVP  ( Dissidência da Var-Palmares ) divulgou o plano e ele fugiu. Esse continua nos devendo. Outro foi o Otavinho (Otavio Moreira, delegado do DOPS paulista, fuzilado na rua República do Peru, em Copacabana, num ação conjunta da Frente de Esquerda Revolucionária - FER) . Esse torturador sádico nós abatemos apenas com um tiro de calibre 12. Pegamos o Otavinho, mas muitos outros estão por aí, vivendo tranquilamente. Eles são elementos que historicamente estão sempre sobre a mira da revolução. Nunca serão perdoados.

Nossas ações armadas sempre foram espetaculares. A primeira "finança vermelha" (designação dada ao dinheiro conseguido  através de assaltar bancos) foi em 1969  contra um caminhão  de transporte de valores  do Banco da Lavoura  de Minas Gerais, em João Pessoa, na Paraíba. Outra ação  que desmoralizou  a repressão  foi a fuga  do companheiro Antônio Paula Prestes da Penitenciária  Frei Caneca , no Rio de Janeiro. (Prestes, que voltou a assaltar bancos no  ano passado, está preso em Salvador)

 Não foi cometido um único erro e ele saiu ileso.

Observação do site A Verdade Sufocada:

Para  "Vila" não foi cometido um erro. Isto sugere que, pelo menos até 1987, época da reportagem, para ele, a vida humana não tinha o menor valor. Na ação, foi morto o guarda penitenciário Ailton de Oliveira Pereira, abatido a tiros por Avelino Capitani, além de ficarem feridos seriamente também outros dois agentes - Jorge Félix Barbosa e Válter de Oliveira Pereira.

Para completar  a ação que "Vila” considera perfeita, o funcionário da Light João Dias Pereira, que trabalhava na rua, levou um tiro no abdômen, desfechado por Edvaldo Celestino, e ficou paraplégico. Esperamos que o professor A.C. de quem omitimos o nome propositadamente,  na esperança de que passados anos, amadurecido, despido do codinome Vila,  não passe esses valores desprezíveis para seus alunos.

Fonte: A Verdade Sufocada

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