Qui, 03 de Setembro de 2009 10:47 há quase 10 anos atrás. Quem é Ariovaldo Ramos por Ariovaldo Ramos Fui convidado para as festividades em comemoração aos 25 anos de MST. Entrei em contato com Geter, pedindo-lhe parecer sobre estar como representante do EPJ, tive sua anuência. Viajamos (um grupo de convidados que se encontrou no aeroporto de Congonhas, São Paulo, SP) para Passo Fundo, RS, de onde seguimos para Sarandi, RS, a 84 km. Tão logo entramos na van, cerca de 12 pessoas, fomos informados de que ao lado de nossos nomes, na lista em mãos do responsável pelo traslado, deveríamos apor os números de nossos RGs, em função da fiscalização policial. Entendemos ser parte da fiscalização rodoviária a um veículo de transporte de passageiros. Viajamos por uma estrada de alfalto razoável, sem nos depararmos com qualquer posto policial, a cerca de 20 km antes de chegar a área urbana de Sarandi, entramos na estrada de terra que dá acesso ao assentamento Nova Sarandi, onde se realizaram as festividades, aí entendemos: a Brigada Militar do RS estava nos esperando, pararam a van, e, de posse da lista de passageiros, fizeram uma chamada, a qual todos tínhamos de responder: presente! Anita Prestes; Nalu Faria; Ivan Valente; Paulo Arantes; Jamil Murad; Prefeita Luziane; Mário Furtado; Pastor Ariovaldo... um a um, fomos sendo constrangidos a garantir que eramos nós mesmos que lá estávamos em apoio ao MST(1). Não era uma fiscalização rodoviária, era a prática do arbítrio cerceando o direito de ir e de vir. Soubemos, então, que todos os veículos que se dirigiram para o assentamento passaram por esse ato truculento, e que houve casos em que quiseram apreender os documentos. Um colega da Igreja Anglicana contou-me que o carro que o levava do acampamento para a cidade foi detido e, de arma em punho, os policiais os obrigaram a sair e os revistaram, sob saraivada de palavrões e provocações. Chegamos ao assentamento, todo preparado para o evento, depois de recepcionados fomos conhecer um pouco daquele que foi um dos primeiros assentamentos resultantes da luta do movimento. Dentro do assentamento mais de um modelo de gestão, testemunhando a democracia(2) vigente no MST. A cada passo, guiados por um jovem, que graças ao convênio do MST com a Universidade Federal de Goiás, estudava Direito, fomos nos dando conta da qualidade de vida adquirida por pessoas que antes nada tinham e fomos percebendo a eficácia do modelo cooperativo. As festividades, que coincidiram com XIII Encontro Nacional do MST, estavam divididas em dois momentos: na sexta feira, 23/01/09, data em que chegamos, haveria a sessão de homenagens a pessoas e entidades que nesse trajeto de 25 anos apoiaram o movimento, e de entrega do troféu Luta pela Terra(3), outorgado pelo Movimento do Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) a pessoas entidades e movimentos (classificados por categorias) que lutam pela reforma agrária(4), de alguma forma; no sábado, 24/01/09, haveria o ato político, onde uma série de representantes da Sociedade Civil e do Estado saudariam ao MST. Por volta das 20h é iniciada a sessão de homenagens. Os grupos internacionais são convidados à plataforma para receber a singela placa comemorativa, onde se lia: "Nossa homenagem e agradecimento à sua contribuição nestes 25 anos de lutas e conquistas do MST(5). MST 25 anos - 1984 - 2009. XIII Encontro Nacional do MST, 20 a 24 de janeiro de 2009, Sarandi/RS." Grupos vindos da Turquia; Alemanha; EUA; Itália; Suiça; Chile; Colômbia; entre outros(6). Na segunda rodada, são chamados os grupos, entidades e personalidades nacionais: Anita Prestes, representando a seus pais: Olga Benário Prestes e Luiz Carlos Prestes(7); Marcha Mundial das Mulheres; entre outros. No final desse ato, o mestre de cerimônias disse que, nos 25 anos de lutas do MST, a religião sempre esteve presente, na maioria das vezes, a favor do latifúndio, mas que houve os que sempre estiveram ao lado do MST, não importando o preço, e que para homenagear este seguimento convidavam o Pastor Ariovaldo Ramos do Evangélicos Pela Justiça, da Comunidade Reformada e da Igreja Batista de Água Branca(8) (informações que eu havia dado, quando da minha inscrição) para receber o agradecimento do movimento, como símbolo das igrejas engajadas na luta pela reforma agrária(9). Foi uma gratificante surpresa! Eu estava honrado em ter sido convidado para estar presente, não me passou idéia de nada cerca disso. Quero socializar essa homenagem com todos os irmãos e irmãs que tem se mantido na linha da luta pela justiça nesse país(10); sei que citar nomes é sempre temerário porque a memória e a ignorância traem a justiça, por isso, os que citarei, longe de serem os únicos, são símbolos dessa gama de cristãos e cristãs que, não poucas vezes, tiveram de enfrentar a oposição em suas próprias comunidades(11), no sustento do projeto de Cristo para a sociedade: Marina Silva(12); Jane Villas Boas; Werner Fuchs; Carlos Lima; Décio Martins; Silas Vieira; Luiz Mattos; Hernani(13); Marco Davi; Levi Correa; Davi Alencar; Geter Borges; Carlos Alberto Jr; Robson Cavalcanti; Caio Fábio; Cícero Duarte; Alexandre Brasil; Welinton Pereira; Ronaldo Cavalcante; Luiz Longuini; Ed Rene; Daniela Frozi; José Moreira da Silva; Mauro Pellegrini; Nilza Valéria; Carlos Queirós; Marcos Monteiro; Valdir Steuernagel; Diether Brephol; entre tantos outros pastores, pastoras, leigos e leigas, de várias denominações - e há as que se destacam: como a Anglicana; a Metodista; a IPU;a Luterana; setores da Batista, da IPI - gente que nos deixou exemplo: Richard Shaull; Rubem Alves; João Dias de Araujo; Joaquim Beato; Anivaldo Padilha e institutos e movimentos como o CLAI; AEVB; a récem criada ALCEB; MEP; EPJ. Há muitos mais, que não sou capaz de registrar, mas que estão contemplados nesse reconhecimento do MST. Gente engajada em fazer com que a "Justiça(14) corra como um rio que nunca seque." (Amós 5.24) Na manhã de sábado, voltamos para o assentamento (mais uma vez fomos checados pela Brigada Militar) para o Ato Político, onde governadores como Roberto Requião(15) (Paraná) e Jackson Lago (Maranhão) e representantes de partidos políticos e de movimentos e institutos da sociedade civil democraticamente organizada trariam saudação ao MST e, para nova surpresa, fui conduzido à tribuna como representante das Igrejas que Lutam pela Justiça e pude deixar nosso desejo de prosperidade aos companheiros e companheiras e reiterar nosso engajamento, assim como, invocar a benção da Trindade para o Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra(16). Estou grato ao Senhor Jesus Cristo e espero que este relato sirva de incentivo a todos e todas que, em nome de Jesus Cristo, empunham a bandeira da Justiça, marcada pelo sangue do Cordeiro. Paz e Graça Última atualização em Ter, 18 de Maio de 2010 07:41 Fonte: epj.org.br/principal/artigos-e-textos/diversos/6-diversos/3-25-anos-de-mst salvo aqui também: http://archive.is/zCAdm |
Associaçao para Defesa da Heterossexualidade, do Casamento e Família Tradicionais, Proteção de Crianças, Adolescentes e Jovens contra o Assédio, Aliciamento, Proselitismo e abusos Sexual e Homossexual; contra o Aborto e ajuda a pessoas que desejam deixar a homossexualidade.
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