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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Crise na Petrobras é bem pior que a imprensa revela.

Crise na Petrobras é bem pior que a
imprensa revela.

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O governo federal tem sido negligente com o povo ao conduzir a crise da Petrobras apenas sob o ponto de vista político. Os problemas da estatal são bem mais graves e as consequências para o país podem se agravar ainda mais, caso o governo não assuma que foi terrivelmente irresponsável num passado recente.
O PT usou o Pré sal para iludir o povo e justificar gastos completamente fora da realidade do Brasil. O presidente da Petrobrás anunciou de forma teatral o ambicioso plano de investimento da estatal, de 2010 a 214  de US$ 224 bilhões. “Isso equivale a R$ 1,6 mil por segundo, em 365 dias”, mensurou  um ensandecido Gabrielli, completamente desconectado da realidade.
Ano passado, pouco antes da explosão de escândalos expostos pela Operação Lava Jato, O Conselho de Administração da Petrobras havia aprovado  o Plano de Negócios e Gestão da empresa ainda mais ambicioso para o período 2014-2018 e o Plano Estratégico Petrobras. O Plano de Negócios fixava para o período 2014-2018 investimentos de US$ 220,6 bilhões.
Por acaso, alguém faz ideia de que estes são os maiores investimentos anunciados em toda a história da humanidade? Alguém pode imaginar o que poderia ser feito em áreas como educação e saúde com metade destes recursos? E o pior: alguém imagina que poderia haver por trás de todos estes planos mirabolantes um esquema criminoso de desvios de recursos para colocar em prática um projeto de poder? A operação Lava Jato comprovou que sim!
Dilma ocupou a presidência do Conselho de Administração da Petrobras de 2003 ate 2010. Dilma tinha acesso total a todos os dados da empresa. Dilma indicou Graças Silva Foster como presidente da Petrobras, em substituição a José Sergio Gabrielli de Azevedo. Supostamente familiarizada com todo o esquema, Graça Foster acabou tornando-se insubstituível, pois dificilmente Dilma conseguirá formar alguém tão rapidamente para colocar em seu lugar. A saída mais provável será nomear alguém de dentro do núcleo duro do PT, como Jacques Wagner, por exemplo. O substituto terá obrigatoriamente que manter uma linha direta com Graça, que ficará incumbida de atualizar seu sucessor sobre os esquemas em andamento.
Em virtude destas análises e considerando o fato de Dilma ter sido a escolhida por Lula como sua sucessora, em detrimento de nomes históricos do partido, seria algum absurdo supor que ela teria arquitetado e liderado todo este  esquema criminoso de desvios de recursos para colocar em prática um projeto de poder?
O problema é que tanta ganância pelo poder acabou por cegar os principais atores deste drama vivido pelo Brasil nos dias de hoje. Ávidos por colocar seus planos em prática, deixaram de considerar a natureza do negócio “petróleo”.
Os piores pesadelos ainda estão por vir
Este ano, o petróleo segue despencando, sendo negociado abaixo de US$ 50 o barril, nos valores mais baixos em cerca de seis anos. Nos mercados internacionais, o barril acumula perdas de 60% desde o pico de junho de 2014, quando era negociado a US$ 115.
Os principais responsáveis pelos infortúnios enfrentados pela Petrobrás do PT de Dilma e Lulas são o aumento de produção, em especial nas áreas de xisto dos EUA, e uma demanda menor que a esperada na Europa e na Ásia.
Segundo a Opep, a culpa pelas baixas cotações da commodity é da grande produção de óleo de xisto, segundo alguns analistas, estaria disposta a aceitar um preço ainda mais baixo para tirar do mercado outros produtores ou inviabilizar a exploração de rivais como os produtores norte-americanos.
O maior pesadelo de todos é que com o ‘boom’ do xisto nos últimos anos, a produção norte-americana disparou e se situa em níveis recordes em 30 anos, com mais de 9 milhões de barris por dia, ou quase cinco vezes a produção brasileira. Os irresponsáveis que conduziram a Petrobrás ao longo dos últimos doze anos subestimaram os ciclos deste mercado. Não adianta rezar. O revés sofrido com a produção de xisto promete ser bem mais duradouro que muitos gostariam.
Desespero: queda no preço do petróleo não pode ser contida nem pela OPEP.
Desespero: queda no preço do petróleo não pode ser contida nem pela OPEP.
Mais pesadelos
A queda dos preços afeta diretamente as empresas que exploram petróleo e os investimentos no setor. Empresas do mundo todo anunciam milhares de demissões e o cancelamento de investimentos.
Esta queda do preço do petróleo no mercado internacional também diminui a rentabilidade dos projetos de exploração no pré-sal, que foram planejados levando em conta um preço mínimo do barril entre US$ 45 e US$ 52 para a produção poder ser considerada economicamente viável.
O povo é convidado a arcar com os prejuízos
Para cobrir tantos rombos, o governo Dilma mantém os métodos mais covardes para amenizar os danos. Hoje, o brasileiro paga  70% a mais do que deveria pela gasolina, bem acima do preço internacional do combustível importado pela Petrobras, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
O maior problema são as obras faraônicas projetadas para desviar recursos para o PT em conluio com as empreiteiras. Após bilhões de dólares investidos, a forma mais racional de amenizar o problema seria abandonar tudo do jeito que está. O PT está fazendo de tudo para continuar tocando as obras evitar, a qualquer custo, que a crise da Lava Jato, esquema de corrupção alvo da Polícia Federal, afete o sistema financeiro do País. A Petrobras e as empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato têm uma dívida superior a R$ 130 bilhões com bancos privados e públicos no Brasil.
Procurador-geral tenta blindar o governo no Petrolão
Uma reportagem da revista IstoÉ, mostra que o procurador-geral da República participou mesmo de encontros com representantes das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras, iniciado no governo Lula e desbaratado pela Operação Lava Jato, da Justiça Federal do Paraná em março passado.
Em Outras Frentes – CGU tentou limitar punições de empreiteiras a multas
A Controladoria-Geral da União (CGU) tentou fazer um acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal encarregada da Operação Lava-Jato para limitar punições às empreiteiras envolvidas em fraudes na Petrobras, evitando que elas fossem declaradas inidôneas e, consequentemente, ficassem impedidas de fechar novos contratos com o governo federal.

A inversão da lógica do PT
O Banco Mundial avalia ainda que o preço mais baixo do petróleo está reduzindo a inflação no mundo todo e é provável que retarde as altas nas taxas de juros nos países ricos. Aqui, acontece exatamente o contrário: inflação em alta, puxada pelo reajuste da gasolina (que contraria completamente as regras do mercado e a justiça social). além do aumento em todas as taxas de juros, desde o cheque especial, cartão e financiamento de imóveis.


Fonte: http://dominiodofato.com.br/2015/01/16/crise-na-petrobras-e-bem-pior-por-que-o-governo-nao-fala-a-verdade/53836

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