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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ATENÇÃO: 'Mais médicos': enfim a hora da verdade

Há 13 anos Cuba já adotava esse procedimento. De um lado anuncia ao bom e generoso povo cubano que está prestando ajuda humanitária. De outro, apropria-se da renda produzida pelos recursos humanos que aloca.
Outra coisa que ninguém conta, mas tenho informação de cocheira: faltam médicos em Cuba.

O pedido de asilo da cubana Ramona Matos Rodriguez, que desertou do programa "Mais Médicos", quebrou os ponteiros do relógio do governo petista em relação à sua tramóia com a empresa Castro & Castro Cia Ltda, com sede e foro na cidade de Havana. Chegou a hora da verdade.
Impõe-se, portanto, que eu escreva este artigo. Durante meses, os defensores do indefensável, com a fria determinação dos mentirosos contumazes, tentaram negar os fatos. Tentaram transformar esse negócio escandaloso em inaudita solidariedade do povo cubano para com os países necessitados. Também para eles acabou o tempo da mentira.
Não se trata, aqui, de mostrar o quanto sei sobre a realidade daquela ilha caribenha, mas de mostrar há quanto tempo tais fatos são bem conhecidos. Por isso, transcrevo a seguir um trecho do meu livro "Cuba - A Tragédia da Utopia", publicado em 2004. É o relato de uma informação que recebi na Embaixada de Cuba quando a visitei em 2001 e ainda sequer cogitava escrever o referido livro (pag. 113).
"Em 2001 fui visitar a embaixada brasileira em Havana. Ela se situa no excelente prédio da Lonja de Comércio (Bolsa de Valores), uma edificação do século XIX, recentemente restaurada. (...) Durante a entrevista (com o secretário da embaixada), entrou na sala uma moça de cor negra que lhe dirigiu algumas palavras em espanhol e se retirou deixando expedientes sobre a mesa. Quando ficamos novamente sós, ele explicou que a moça era cubana, excelente funcionária, contratada por uma das duas agências oficiais através das quais o governo loca mão-de-obra para organizações estrangeiras que funcionam no país. A embaixada fornecera uma descrição do perfil da pessoa que necessitava, agência estabelecera o valor da remuneração em 200 dólares mensais, enviara algumas moças para serem entrevistadas e aquela havia sido escolhida. Dos 200 dólares com que a embaixada remunerava a agência a moça recebia o equivalente, em pesos, a 20 dólares. O restante ficava para seu generoso patrão, o Estado cubano. Diante dessa dura realidade a representação brasileira, incluíra a funcionária em sua folha de pagamentos e lhe repassava, por fora, 500 dólares mensais. É o que a maior parte das representações estrangeiras e empresas de fora fazem como forma de motivar seu pessoal.

Não é diferente o que acontece em relação aos muitos convênios que o governo cubano estimula que sejam firmados com países latino-americanos para fornecimento de pessoal médico, especialmente na área de medicina comunitária. Cuba não sabe o que fazer com os médicos que têm (um médico para cada cento e poucos habitantes!) e os médicos não sabem o que fazer com o que sabem. Acabam nas portas dos hotéis, oferecendo serviços como guias turísticos. Através desses convênios e do mecanismo de apropriação do salário de seu pessoal nos tenebrosos níveis acima descritos, o governo consegue captar dólares no exterior. E ainda faz o seu “comercial” como um país solidário que presta importante ajuda à saúde pública das comunidades carentes do planeta."

Há 13 anos, portanto, Cuba já adotava esse procedimento. De um lado anuncia ao bom e generoso povo cubano que está prestando ajuda humanitária. De outro, apropria-se da renda produzida pelos recursos humanos que aloca, numa proporção jamais sonhada pelo mais porco dos "porcos capitalistas" dos quais tanto mal falam. Pior ainda: nos tempos do patrocínio soviético, a paga cubana em recursos humanos consistia em enviar jovens para as guerrilhas comunistas nos conflitos da África subsaariana. Sangue cubano por rublos e petróleo, em nome da "unidade dos povos".
Agiu certíssimo a Dra. Ramona. Quero ver a retirarem do gabinete da liderança do DEM. Pago para ver! Ronaldo Caiado é osso duro de roer. Quero ver, também, quem terá coragem de desmentir as informações que ela presta sobre o sinuoso percurso dos valores que o governo brasileiro paga, per capita, a Raúl Castro. E quero ver, por fim, o que dirá a OPAS, a altissonante Organização Pan Americana de Saúde, intermediária oficial dessa operação, sobre o contrato dos médicos cubanos com a tal de Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos S.A. que a contratou.
Outra coisa que ninguém conta, mas tenho informação de cocheira: faltam médicos em Cuba. Os negócios dessa empresa locadora de médicos (!) esvaziaram os serviços locais que estão sendo prestados por estudantes latino-americanos de Medicina.
Repito: quebraram-se os ponteiros desse negócio. O que ainda existe de moralmente sadio na sociedade brasileira não pode conviver passivamente com um declarado e certificado regime de escravidão em território nacional. Com a palavra a Ministra Maria do Rosário. Ou os cubanos não são humanos?



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