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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Resposta de Julio Severo ao ex-Dep.Federal Robson Rodovalho


Link deste artigo: http://bit.ly/ZFY115

Resposta de Julio Severo a Robson Rodovalho

Nota do Editor do Mídia Sem Máscara: Boa parte dos cristãos, sem discernimento e desatentos aos métodos de ação de movimentos como o gayzista, feminista e abortista, caíram no jogo psicológico e retórico de acusação e constrangimento destes grupos de pressão. Preocupados em parecer bonzinhos diante dos secularistas e da barulhenta militância esquerdista, ouviram tanto o outro lado que aceitaram os sofismas e agora, buscando atenuações reconfortantes, aparecem com essa conversa: “buscar o caminho do meio”, “buscar o consenso democrático”, “não ser intolerante” (ainda que a esquerda mostre-se cada vez mais deslavadamente anticristã), etc. 

Fala-se em “amor”, mas o amor a Deus e aos princípios das Escrituras, que, além de ser os dos cristãos firmes, são universais, são jogados para debaixo do tapete em nome da democracia. E fazem tal coisa, para piorar, batendo em cristãos que mantém posições alinhadas às Escrituras na esfera pública. Se isso não é o caminho da apostasia na esfera prática, eu não mais o que isso é.

Outro erro de Rodovalho é pensar que, num governo que os próprios socialistas do PT dizem ser “de transição” para que o tal “Socialismo do Século XXI” se instaure numa América Latina, já dominada totalmente pelo Foro de São Paulo, ele veja o stalinismo como coisa do passado, sem enxergar que um Estado cada vez mais socialista é um Estado ditatorial. Afinal, o que dizer de um governo que obriga os pais a entregar crianças de 4 anos para a escola com um currículo estatal de lavagem cerebral? 

Um agravante a esse erro é ver Marco Feliciano sendo perseguido e praticamente impossibilitado de atuar como presidente de uma comissão da Câmara, simplesmente pelo fato de se opor a duas bandeiras preciosas à esquerda: o gayzismo e o aborto. Antes de alertar para os riscos que a democracia corre, Robson Rodovalho dá a entender que Feliciano é que é parte do problema, ao  considerá-lo, de forma descabida, alguém tão radical quanto seus opositores. Fica óbvio o quanto o líder da Igreja Sara Nossa Terra, em sua falta de discernimento em relação à nossa realidade política e o papel real dos cristãos numa situação como esta, põe os pés pelas mãos. Saldo final: agiu como um “quinta coluna” contra a igreja e fortalecendo as teses esquerdistas.

Confira a resposta de Robson Rodovalho ao artigo de Julio Severo, que comenta artigo de Rodovalho publicado no jornal Folha de São Paulo.
Bispo Rodovalhodisse…

Caro Julio Severo, quero publique minha resposta. Conto com sua integridade.

Segue

Em resposta a seus comentários acerca de meu artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo tenho também algumas palavras.
Primeiro, você não está atacando a mim, mas sim à democracia, que, entre todos os modelos de governo, é o menos imperfeito, o menos pior que se criou na história do homem.


Segundo, você se esquece de que em todas as “ditaduras”, sejam de esquerda, de direita ou religiosas, como nos países islâmicos ,a primeira voz a ser calada sempre foi a do evangelho de Jesus Cristo. E são as democracias, mesmo com suas imperfeições, que nos oferecem sempre a liberdade para pregar a palavra de Deus. Sem democracia, a voz da igreja se cala. E qualquer um que tenha um mínimo conhecimento de história sabe que, todas as nações verdadeiramente democráticas, tiveram suas raízes no Cristianismo.

Terceiro, você critica o fato de que a Câmara, casa do povo brasileiro, tenha a responsabilidade de dialogar e encontrar algum consenso. O escrito, voltado para mentes abertas e democráticas, pressupõe subentender da frase que ali se fala em consenso possível, negociação. O stalinismo acabou.

Eu estive na Câmara como deputado federal e fundei a “Frente da Família”, que uniu parlamentares evangélicos e católicos no proposito da defesa da vida e da célula fundamental da nossa sociedade, que é a união do grupo familiar. Sei, por experiencia, que aquele espaço é voltado para que os diferentes grupos possam tentar encontrar alguma forma de normatizar nossas leis – o consenso possível, portanto. É esse o caminho do meio.

Quarto ponto, para deixar bem claro, porque me parece que ou você não leu meu artigo ou, se leu, não o entendeu: não critiquei o deputado Marcos Feliciano. Para melhorar seu entendimento: eu disse que todos devem ter “bom senso”, se esforçar, manter o respeito para dialogar e achar a saída, que se dá pelas vias democráticas.

Todos sabemos que a intolerância apenas leva as pessoas à violência, seja à violência das palavras, seja às vias de fato; seja a violência em casa ou para com o próximo, em situações que eu e você conhecemos.

Para colocar as coisas no seu devido lugar: sua exortação não tem qualquer valor profético. Onde você está? Por que não se mostra, mas prefere agir sob o anonimato da rede?

Verdadeiros profetas aparecem, até para padecer por suas convicções, se assim for necessário.
Profetas não vivem na sombra. Você, portanto, não tem autoridade para ser profeta.
Deixe que sua vida fale por suas palavras, e então você terá alguma credibilidade. Enquanto isso não acontecer, suas críticas não se sustentarão, serão apenas palavras. Vazias.

Bispo Rodovalho

Julio Severo disse…
Caro Bispo Robson

Meu texto não foi um ataque a você como pessoa. Foi uma forte discordância ao seu posicionamento. Dicordar faz parte da democracia, não?

Seu artigo sobre democracia não foi vago. Seu foco e contexto foram a presidência da Comissão de Direitos Humanos, sob Marco Feliciano.

E nesse foco, sua proposta, no final, foi que “os deputados que compõem a CDH, e não só Feliciano, saiam de posições radicais e achem o caminho do meio, que é o de Deus.”

Sabemos que há deputados com posições radicais ali a favor do aborto e do homossexualismo. E sabemos qual é a posição de Feliciano: ele é contra o aborto e contra o homossexualismo. Ele é radical por ter tais posições? Como então achar o caminho do meio?

Os deputados radicais e Feliciano deveriam aceitar meio aborto e meio homossexualismo para agradar ambas as partes?

Os cristãos em ditaduras pagam um alto preço, mesmo suas vidas, para manter suas posições. E em regimes democráticos, podemos ser chamados até de radicais. Seu texto, conscientemente ou não, fez isso, se juntando a uma multidão de esquerdistas (secularistas e evangélicos) que tacham Feliciano de radical e intolerante.

Você disse: “E qualquer um que tenha um mínimo conhecimento de história sabe que, todas as nações verdadeiramente democráticas, tiveram suas raízes no Cristianismo.”

O melhor exemplo disso são os EUA. Mas deveríamos dar atenção às palavras de John Adams (1735-1826), segundo presidente dos Estados Unidos, que disse sabiamente: “Nossa Constituição foi feita para um povo cristão e com valores morais. Ela é totalmente inútil para o governo de um povo sem esses princípios”.

Isto é, vemos um presidente americano confessando o óbvio: um regime democrático é inútil para um povo sem princípios cristãos.

Não posso concordar quando você diz: “Sem democracia, a voz da igreja se cala.” A voz da igreja não depende de democracia ou ditadura. Durante dois mil anos de história, nem sempre tivemos democracia, mas sempre tivemos a voz da igreja. 

O problema maior é que, no aconchego da democracia, a voz da igreja fala muitas vezes os interesses do mundo, não de Cristo. Não foi isso, afinal, que você e outros importantes líderes evangélicos fizeram em 2002 usando suas vozes para dar apoio oficial a Lula? Ele não havia firmado um compromisso com você e outros 500 pastores de que seu futuro governo não promoveria o aborto e o homossexualismo? Na época, eu não lhe disse que Lula estava mentindo?

Tentar ser um cristão seguindo esses ventos “democráticos” leva a essas incoerências.
Parabéns pela fundação da Frente da Família.

Seu artigo me foi repassado por outros, que ficaram chocados com o que leram. Depois, quando fui ler por mim mesmo, entendi o choque. Fiquei também chocado.

Sobre bom senso e respeito, entendo que Feliciano está demonstrando isso muito bem. Ele está sendo atacado de todos os lados, e respondendo com brandura. Não tenho visto radicalismo nas reações dele neste momento. Ele tem sido agredido de todos os lados, e sua resposta tem sido de muita educação.
Mas, repetindo, seu texto diz: “os deputados que compõem a CDH, e não só Feliciano, saiam de posições radicais e achem o caminho do meio, que é o de Deus.”

Em que exatamente Feliciano tem sido radical neste momento?

É fácil ver que Jean Wyllys, Erika Kokay e outros são radicais. É fácil ver que o PT é radical na defesa de sua agenda de aborto e gayzismo. Mas onde é que Feliciano tem sido radical como presidente da Comissão de Direitos Humanos?

Você disse: “Todos sabemos que a intolerância apenas leva as pessoas à violência, seja à violência das palavras, seja às vias de fato.”

Onde Feliciano tem tido tal intolerância?

Você disse: “Onde você está? Por que não se mostra, mas prefere agir sob o anonimato da rede?”
Se eu fosse um anônimo e desconhecido, você não teria tido o trabalho de escrever seu longo comentário. E se você fosse anônimo para mim, eu igualmente não me daria ao trabalho de dar uma resposta. Ninguém conversa com anônimos. Estamos dialogando aqui porque ambos sabemos que não somos anônimos.

Não foi de um anônimo que você pediu um exemplar autografado do meu livro “O Movimento Homossexual.” Não foi para um anônimo que você orou e teve uma visão de que por causa do chamado desse livro, eu seria perseguido de lugar em lugar (veja aqui: http://bit.ly/YAuXI5). Ou você foi um falso visionário e falso profeta? Acredito que não.

Além disso, meu texto não me apresenta como profeta. Apenas diz que TODOS nós, que seguimos a Cristo, temos um papel profético: “Todo pastor deveria saber que o papel dos filhos de Deus nos últimos dias, conforme apontado pelo livro do Apocalipse, é fazer resistência ao sistema satânico do Anticristo.”

Sendo profetas ou não, é nossa obrigação, conforme nos instrui a Palavra de Deus, nos exortarmos uns aos outros como irmãos. Não precisamos ser profetas para nos exortarmos.

Se o seu texto tivesse sido particular, daria para fazer isso em particular. Mas como seu texto foi público, todos podem opinar, comentar e — sim! — até mesmo criticar. Eu dei minha contribuição. Isso não é democracia?


Divulgação: www.juliosevero.com

Leitura recomendada:

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