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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PRESSENTIMENTOS - II


PRESSENTIMENTOS - II


            Que momento é este que vivemos? Escrevi recentemente sobre pressentimentos que estou tendo, corroborado por um jornalista de expressão. Será que sou eu que estou me sentindo assim, ou tenho seguidores?

            O julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal gera expectativas sim quanto aos seus desdobramentos. Só alienados não percebem isso. Mas, não para por aí. A violência está ficando fora de controle na cidade mais importante do país, São Paulo. Quem diria! A inflação começa a mostrar sua cara o que faz todos nós repensarmos nossos ganhos e gastos.

            Já seria suficiente não? Mas temos mais ainda. Os “apagões” estão acontecendo com mais frequência, e deverão afetar nossa região, considerada por muitos, e com razão, a prima rica da família. Quer mais? O aumento da gasolina deverá ser anunciado a qualquer momento. Os fatos indicam isso.

            Vocês sabem o que é Superávit Primário? Vamos lá: é tudo aquilo que sobra, no final de cada mês, resultado do que você ganha menos o que você gasta. Essa diferença serve para você investir comprando bens ou poupando, ou pagando juros de suas dívidas. O que aconteceu este ano com nossa economia? Não tem superávit primário, isto é, como país, gastamos mais do que arrecadamos.

            Subsídios para compra de veículos, eletrodomésticos, materiais de construção e afins, é bem provável, pela queda da arrecadação, que não resistam por muito tempo. Temos, portanto, que ficarmos atentos, e não consumirmos em excesso, principalmente o supérfluo. Supérfluo, como já escrevi anteriormente, cada qual define o seu.

            Em tempos de globalização, não vivemos mais isoladamente. Um resfriado qualquer, em uma economia, como por exemplo, a dos Estados Unidos, cujo déficit fiscal é de US$1,1 trilhão( vocês tem ideia desse valor) que terá que ser negociada por um presidente democrata reeleito e que não tem maioria na Câmara dos Representantes que está nas mãos dos republicanos.

            Déficit fiscal é gerado pelo valor maior das despesas públicas em relação ao total da arrecadação de tributos por um governo. Os USA tinham um passivo total de US$14,3 trilhões em agosto de 2011. Foi uma luta enorme para o presidente democrata convencer a Câmara dos Representantes , dominada pelos republicanos, a elevar a divida para US$15,2 trilhões, isto é, emitir moeda pelo tesouro americano. Às duras penas, conseguiu nova autorização para elevar a dívida para US$16,4 trilhões, com nova emissão de moeda. Em que condições? A partir de Janeiro de 2013 o poder executivo deverá promover cortes de despesas públicas, aumentar impostos, cortar subsídios etc. São medidas altamente impopulares para um governo que recebeu o aval para mais quatro anos de mandato. Para não tomar essas medidas que gerarão recessão, queda do PIB, desgaste político, terá que pedir novamente, para o Congresso, de maioria republicana, autorização para mais uma elevação da dívida, com mais emissão de moeda. A sabedoria e o bom senso conduzem a esta  hipótese, mas quem sai machucado de um embate, nem sempre está disposto a negociar.

            Eis aí o desafio do presidente americano logo no início de seu novo mandato. Se não houver um acordo, será um “tiro no próprio pé”, que poderá afetar nossas vidas também, tudo em nome da globalização.

            Há quem afirme que a crise europeia ainda não afetou nossa economia, até por uma blindagem, por termos como governo tomado algumas medidas corretas, o que  acreditamos também. Se, e quando, ela chegar, recomendamos a leitura de outro texto que escrevemos, e que estamos enviando novamente: “Cautela e Caldo de Galinha não Fazem Mal a Ninguém”. Mais atual que nunca para o contexto.


Ademir Penteado
Ex- militante do Sistema Financeiro Nacional
Escrito em 09 de Novembro de 2012 – 16,31 h

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